Reencontro

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Hoje é sábado, vou aproveitar para sair com a minha pequena, essa semana como não precisei sair a Ana só a pegava pra ir pra escolinha.

Não tive mais notícias do Juan desde a última ligação, o que me deixou triste. Ele estendeu o contrato, mas está claro que não quer mais me ver. Fiz os exames que a doutora pediu e estamos aguardando os resultados.

A programação pra hoje é numa fazendinha, o local é pensado para apresentar os bichos para crianças. Eles interagem dando comida para eles, faz tempo que tenho vontade de levar a Helena, hoje o dia está perfeito pra isso. Coloco ela no carro e partimos para o nosso destino.

Ela ficou encantada, voltou falando que ia ser doutora de bichinhos, me pediu um kit médico. Então passamos numa loja para comprar, assim que chegamos em casa lhe dei um banho e a deixei brincando enquanto ia preparar nossa refeição, ela pegou todos seus bichinhos para atender em seu consultório.

No domingo acordamos um pouco mais tarde, achei tão bom, faz tempo que não sei o que é isso, tô sempre na correria, assim que acordo fico pensando no Juan, está me batendo saudades de ter o corpo dele junto ao meu.

Depois do café decido levar a Helena no parque, a Keith ficou de me encontrar lá, combinamos de fazer um piquenique então preparei uma cesta, minha irmãzinha adorou a ideia.

- Oi amiga.

- Finalmente você chegou!

- Peguei trânsito. – Fala e me faz rir.

- Palhaça.

- O gostosão deu notícia?

- Que nada!

- Que estranho!

- Estranho nada, tínhamos um acordo de trabalho e ele acabou, só isso.

- Miga tá na sua cara que você está apaixonada.

- Apaixonada? Você está maluca?

- Eu não, você que está caidinha por ele.

- Vamos mudar de assunto.

- Se é o que você quer, não está mais aqui quem falou!

Assim que ficamos com fome procuramos um cantinho pro nosso piquenique. Depois de comermos decidimos alugar uma bicicleta, Helena foi na cadeirinha acoplada, havia um pessoal jogando bola e a Keith me convenceu a ir assistir, minha irmã estava super empolgada, acredito que a Keith a comprou mais uma vez.

- Mamãe é divetido!

- Sim meu amor eu sei.

Quando estávamos chegando na área das quadras precisei ir ao banheiro, falei pra elas irem e encontraria elas lá. Quando estava chegando no local combinado escuto alguém gritar.

- PASSA A BOLA JUAN.

Meu coração pareceu saltar pela boca, olho em direção de quem estava gritando e em seguida na direção que ele olhava, foi aí que eu o vi, de fato era ele, nossos olhos se encontraram e ele passou a bola e veio em minha direção.

- Qual é Juan? Vai abandonar o jogo. – Um rapaz grita, mas ele não respondeu e continuou a caminhar até onde eu estou, o jogo continuou sem ele.

- Oi – diz o Juan

- Oi, não sabia que tinha voltado!

- Voltei ontem à noite, demorei mais do que eu prévia.

- Entendi.

- Está tudo bem?

- Sim e você?

- Melhor agora, senti sua falta.

- Não parece! - Ficamos em silêncio.

- Acredita em mim.

- Então porque não me ligou todos esses dias?

- Eu precisava de um tempo.

- Espero que tenha tido esse tempo e não seja tarde de mais!

- Nunca é tarde enquanto estamos vivos. - Fala me fitando e mudo de assunto.

-Não sabia que você gostava de jogar bola.

- Sempre que posso venho com meus amigos, o que anda sendo muito raro ultimamente. Você vem sempre aqui?

- Venho sim, mas não costumo ficar por essa área.

- Vai ver que por isso nunca nos vimos aqui.

- Mamãe eu te achei! – Helena fala e me abraça e vejo o Juan me olhar confuso.

- Mamãe?

- É uma longa história. – Ele cruza os braços e sinal de que estava ouvindo. – Juan essa é a Helena, ela é minha irmã.

- Mas ela te chamou de mamãe! - fala confuso com toda a situação.

- A mamãe e o papai vilalam estelinha e eles deixalam a mamãe Alice pa cuida de mim – Helena se apressou em dizer e contou a história que sempre falo pra ela quando explico sobre nossos pais.

- Foi isso mesmo... meus pais morreram e me deixaram a Helena, mas aqui não é hora nem lugar pra se falar sobre isso. - falei com um misto de tristeza, ele já conhecia um pedaço dessa minha vida ou melhor era a única coisa que sabia ao meu respeito.

- Podemos nos ver mais tarde e conversar? Quero entender melhor tudo isso!

- Hoje eu não posso, não tenho quem fique com ela.

- Então eu vou até a sua casa! – Ele fala sem que eu tenha forças pra argumentar, por fim aceito, precisamos mesmo conversar. - Nos vemos mais tarde, preciso ir agora. - Meu coração parece saltar do peito, ele volta pro campo.

- Vamos embora. - Falo pra elas

- A mamãe quelo vê o gol.

- Por mim o que vocês desistirem tô dentro. - A Keith fala dando de ombros.

- Pô favor mamãe! - Helena fala e gargalhamos da carinha fofa que ela faz

- Falando assim não tenho como não resistir.

- Você está bem miga? - Quis saber a Keith.

- Pra falar a verdade, não... estou muito confusa.

- Isso tem um nome.

- Qual?

- Paixão!

- Eu não estou apaixonada por ele. - Será que a Keith mais uma vez tem razão? Não posso esta apaixonada por ele.

Vi que um grupo de garotas estavam babando por ele, gritando pro gostosão fazer um gol e tive que me conter, só que mais uma vez a Keith não deixou passar.

- Se você tivesse uma arma, tenho certeza que já as havia fuzilado.

- Impressão sua, eu não ligo... ele é livre!

- Por que você não aceita logo a verdade?

- Quer parar com isso? Eu estou é furiosa... ele voltou e se quer me avisou, isso tá mais que claro que não significo nada pra ela a não ser um contrato com benefícios... e não posso culpa-lo já que eu quis tanto quanto ele.

- Se você quer se enganar assim, não está mais aqui quem falou.

Quando o jogo termina já estava indo embora e escuto ele me chamar, me viro e ele fala apenas até mais, aceno dando tchau e me vou.

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