capítulo seis.

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— Você me chamou de Lee — Lena disse depois de um tempo, limpando o rosto vermelho. A área ao redor da boca dela ficou avermelhada, mas Kara não se importou. E nem Lena.
— Sim, chamei. — Kara sorriu, apertando suas mãos juntas, fazendo carinho nas palmas. — Espero que não se importe.
— Eu gostei muito. — ela não se incomodou em esconder o sorriso, mesmo que isso fizesse sua boca ficar em destaque. Ela não precisava se esconder de Kara, estava aprendendo a aceitar isso.

Ser vista.
E amada.

— Então se acostume, pois lhe chamarei assim para sempre — disse Kara com suavidade. — Meu pai me chamava de querida, quase ninguém mais me chama assim hoje.
— Eu poderia chamá-la assim, se você permitir.
— Eu ficaria encantada.
Querida. — testou o apelido em sua boca, amando a sensação. E Kara ficou ainda mais feliz ao ouvir o termo carinhoso que não ouvia há anos. — Eu gostei.
— Eu também. — mordeu o lábio inferior, corando.
— O que foi?
— Nós não nos beijamos no altar. — Kara se lembrou da cerimônia, quando Lena somente pôs o anel em seu dedo e pronto. Estavam casadas.
— Beijá-la significaria tirar a máscara. — Lena contou, suspirando — Minha mãe teria um colapso na capela se eu ousasse só em pensar em tocar na porcelana.
— Sei que é pedir muito, porém gostaria que você não usasse a máscara quando estivermos a sós. Sei que às vezes você se sentirá desconfortável, mas espero que você possa se sentir confortável comigo. E seja você mesma.
— Eu posso tentar. — Não era uma promessa, mas era algo. E Kara aceitaria isso.
— Eu gostaria de beijar você. — Kara confessou, seus olhos se arregalando, percebendo que falou em voz alta.
— Você quer? — Lena a olhou surpresa.
— Sim. — corou.

Kara teve a estranha sensação de estar, de algum modo, pairando no espaço. Como se o ar a seu redor tivesse ganhado um tanto de solidez e a erguesse, mantendo-a firme enquanto a respiração fazia o corpo inteiro formigar.

— Eu também quero beijá-la — sussurrou Lena. — Você permite?

Ela assentiu. Não sabia o que esperar. Só pensava que poderia morrer se Lena não a tocasse. Mas ainda era constrangedor. E quase engraçado. Quando Lena sorriu, percebeu que ela estava tão nervosa quanto ela. Então ela sorriu. Porque não conseguiu evitar.
E a herdeira de olhos verdes tocou seu rosto.

— Eu nunca beijei ninguém. — Kara confessou.
— Muito menos eu, querida.

Seus lábios se encontraram.
A mão dela tinha encontrado suas costas e a puxou para junto de si. Kara nunca se encontrará tão perto de outra mulher. Seu calor, sua força, o modo como seus seios se pressionavam um no outro… tudo a fazia perder o fôlego. Ela tocou o cabelo dela, tão macio e ondulado, e a ouviu emitir um som de prazer.

— Gosta disso? — perguntou ela, tímida.
— Muito. Arrisco dizer que não há nada que você pudesse fazer que eu não gostaria.

Ela pousou a mão em seus seios.

— Definitivamente gosto disso — disse Lena.

Sentindo-se mais corajosa, ela mexeu na ponta da orelha dela.

— Disso também.
— Acabaram minhas ideias – admitiu Kara.

Os braços dela a envolveram com mais força.

— Pois eu tenho muitas.
— Verdade?
— Aham. — Os lábios dela se aproximaram de novo, dessa vez mais exigentes. — Essa, por exemplo.

Depois disso, não houve mais palavras. Lena a beijou como se fosse a mais rara e preciosa das joias, e, ao mesmo tempo, indestrutível. 
Ela se sentiu adorada.
Idolatrada.
Ela era, de novo, Apenas Lena.
Assim como tinha sido Apenas Lena no jardim da capela.
Com cautela, Kara se moveu para trás na cama e desceu a mão pelo braço dela até que apenas os dedos delas estivessem se tocando. Ela precisava entender aquele beijo.

The Mysterious Princess | versão karlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora