Em uma manhã de quinta-feira, Carrie não estava tão animada em perspectiva de que mais um final de semana no qual ela passaria estudando estava chegando. Sua vida não era tão triste ao ponto de dizer que não tinha amigos para sair. Sim, ela tinha amigos, mas que só estudavam e não precisavam trabalhar, o que deixava a mulher um pouco para trás no quesito de acompanha-los em cada saída ou social. Claro, quando se eram eventos inegáveis ou quando sua faculdade não estava lhe fazendo subir pelas paredes do quarto e comer os próprios dedos de tão insana que estava ficando ela saia sim, e aproveitava sua solteirice.
Carrie estava no auge de seus vinte e cinco anos, solteira, cursando moda na faculdade paga em Los Angeles e torcendo para que seus caderninhos de lei de atração realmente lhe dessem o futuro promissor que tanto almejava — detalhe, ela não acreditava neles—. A garota não vinha de família pobre, nada de "trabalho para me manter", tinha condições confortáveis, não era rica, mas vivia confortavelmente. E também, dada suas boas aplicações ela conseguiu uma bolsa de cinquenta por centro de desconto no curso que tanto almejava se formar. Seu trabalho de meio período era no escritório de advocacia, incrivelmente ela já tinha se formado nesse curso infernal que pensou ser o que queria para sua vida por sempre ser chamada de "advogada dos mudos" e também por gostar de uma boa treta. Tinha seu silencio comprado por um doce oferecido por sua mãe para que não falasse demais nos encontros em família, isso desde que tinha aprendido a falar.
Fazia exatamente dois anos que havia se formado, conseguiu logo um emprego como advogada mesmo que seu foco principal fosse ser promotora. Ou pelo menos era, antes de se interessar pelo mundo da moda quando tinha vinte e dois anos, quando quase enlouqueceu seus pais em uma note gritando pelos quatro ventos animada que iria começar uma nova faculdade. "E sua formação em direito, Carrie? Minha filha..." "Pai, eu sou jovem, e curiosa! Confie em mim, nunca senti esse calor em meu peito antes! " Ela o respondeu com um sorriso largo e emocionado. Estava com a cabeça feita, eles não teriam como segura-la, afinal, Carrie tinha vinte e dois anos na época, já era de maior, mas sempre seria a princesinha do papai independentemente da idade, então a preocupação não acabaria nunca.
Atualmente, ela morava em um bairro de classe média em Los Angeles, seus pais o pagavam para si, e o dinheiro vindo dos pepinos do escritório iam para a faculdade e suas necessidades básicas dentro de casa, ela vivia bem, ainda desconsiderando o dinheiro que recebia de seus avós e que ela deixava exclusivamente em sua poupança, apenas para emergências. Estava longe de ser economista, na realidade estava aprendendo a gerenciar seu dinheiro agora. Só não o gastava tanto por não ter tempo de se mimar.
Resumidamente? Carrie Matthews era uma jovem privilegiada, e o que não lhe fazia ser alienada e tonta era ter a famosa consciência de classe. Mesmo que tivesse seus problemas, não os comparava com o de mais ninguém, ao menos que fossem os dias de se autodepreciar.
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Chaos Theory
Romance"Na teoria do caos um simples sorriso pode mudar seu destino" e Kaulitz estava pronto para vivencia-la.