Capítulo 05

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As trocas de mensagens entre Bill Kaulitz e Carrie Matthews duraram cerca de duas horas, já estava para dar nove horas da noite e a garota não queria soltar o celular por nada, mesmo que ele tivesse ficado off a um tempo. Em duas horas não dava para conhecer alguém muito bem, mas ela teve como considerar o tanto que ele era divertido, simpático e desenrolado.

Falaram um pouco sobre a faculdade que Matt cursava, descobrindo também um pouco mais do ponto de vista de Bill que havia se formado na ESMOD, uma escola privada de moda. Um sonho para Carrie, que com sua pressa para conhecer logo esse mundo não se programou para aprender uma nova língua além do espanhol, então não seria possível se especializar em uma escola de moda na tão sonhada Paris, mas Bill sim conseguiu esse prestigio. Como imaginado por ele, Carrie não queria ser apenas mais uma estilista que causasse impacto no mundo da moda, mas também um refúgio para aqueles que não acreditavam ser possível usar o estilo como manifestação do seu eu interior. Queria ver o mundo mais diversificado, mais leve. Não era exibida, mas seria capaz de tudo para pelo menos ser citada em uma das matérias de menos importância na VOGUE.

Apenas modo de dizer, qualquer citação na VOGUE tinha sua relevância, ela só não era de se vangloriar nessa área por ainda não a dominar na palma da mão como tinha feito com o Vade Mecum. Ou pela menos boa parte dele.

Bill mandou um texto rindo genuinamente, falando que não era impossível Matthews querer mudar o mundo com sua moda, mas que não seria uma tarefa fácil. Todavia, Matt gostava bastante de falar sobre seus sentimentos e como era seu relacionamento com a moda, a mensagem de Kaulitz pareceu desafiadora para si, ela gostava de ser subestimada. Poderia demorar um pouquinho, mas calaria a boca de quem quer que estivesse duvidando de suas capacidades. Afinal, não era atoa que ela também havia se formado em direito e atualmente atuava como advogada de direito penal.

Mas fora assuntos acadêmicos, ainda tiveram um tempinho para conversar algo mais característico de cada um além do que trabalhavam. O Coachella estava se aproximando da data prevista daqui a uns dois meses, Carrie aproveitou para perguntar se esse tipo de evento chamava a atenção de Bill e ele lhe confirmou com todas as letras que sim. "Não perderei por nada esse ano, você vai? " Ele a perguntou, mas ela ainda não tinha certeza, até então ela não tinha se planejado com nenhum de seus amigos que também não tinham tocado no assunto. Mas depois dessa noite, ela com toda certeza correria atrás.

Já estava dando 00:00 e nada de chegar uma notificação de Bill respondendo a sua última mensagem; "se você for, irá com amigos? " Carrie parecia uma garotinha tapada ao fazer as perguntas para Bill. No dia seguinte ela teria que trabalhar e estudar, ainda restava mais um dia para fechar a semana, então deixou o celular carregando ao lado da cama com o alarme já programado e foi lavar seu rosto, hidrata-lo e depois escovar os dentes. Pelo menos essa noite ela dormiria tranquila por conta do álcool, e também por poder dizer para si mesma na frente do espelho "não fique triste, você já foi elogiada por Bill Kaulitz".

Matt realmente teria  um boa noite de sono, enquanto o alemão, a quase 200km de distancia  fazia do leme seu palco, com o piloto sentado ao lado do vante sorrindo e se divertindo com os meninos. Tinham conseguido colocar um DJ lá dentro, e após a saída das outras meninas, mais cinco vieram e mais dois caras, o iate era grande, claro, um transporte luxuoso como aquele conseguira manter até 15 pessoas a bordo tranquilamente. Bill foi bem sociável com todos, sua única exigência era que tocasse músicas animadas as quais ele poderia dançar, mas após falar isso ele sumiu um pouco da multidão, voltando a ficar perto do frigobar onde o barulho não era tanto e poderia conversar agradavelmente com Carrie antes de seu aparelho descarregar. Teria avisado a ela sobre esse fato se não tivesse perdido muito tempo indo atrás do carregador.

— Até que enfim largou o celular. Eai, deu em que? — Poch lhe abordou com uma garrafa de cerveja na mão e um pirulito na boca, o qual Bill roubou e fez seus lábios serem os novos donos.

— Uma conversa tranquila, Poch. Mas meu celular descarregou, então para a felicidade de vocês eu começarei a entregar entretenimento. — O loiro sorriu convencidamente, tombando a cabeça para o lado e usando as mãos para gesticular algo em cima de sua cabeça, como se fosse aparecer algo escrito. O amigo apenas riu e virou-se de costas, fazendo um sinal para que Bill, com seus 1,90 de altura pulasse em cima de si. E ele fez.

— Minha nossa, como você é pesado mesmo sendo magro... — o americano reclamou, ajeitando Kaulitz com as mãos atrás dos joelhos dele, e então gritou: — SAIAM DA FRENTE GAROTAS, A VADIA MAIS GOSTOSA DESSE BARCO ESTA DE VOLTA  A  ATIVA! — Poch berrou lá de dentro, tendo a atenção dos outros que entraram na brincadeira e começaram a chama-los para fora. Nem era preciso comentar o tanto que Kaulitz se divertia com eles, mesmo utilizando de nomes pejorativos para lhe enaltecerem. E sinceramente? Ele amava.

A frente do iate onde todos estavam em pé, pulando ou realmente fazendo algum passinho vibrou com a chegadas dos dois homens de quase dois metros de altura. Assim que seus pés tocaram o chão Come Get Her- Rae Sremmurd começou a tocar, o alemão não era muito de escutar rap ou hip-hop, mas seu irmão sim, e convivendo com ele, Bill aprendeu a gostar mais do gênero. Aquela música lhe fazia cantar bem alto em harmonia com os outros e também a mover seus quadris como se estivesse performando a música, não somente ele, praticamente todas as meninas presentes estavam dançando sensualmente, sozinhas ou apoiadas em um dos rapazes que por mais desajeitados que fossem conseguiam executar passos simples e harmônicos. Bill, no entanto, segurou no braço de Georg e o tirou dos braços da ruiva que sorrindo bateu com as mãos na cintura antes de ser chamada por ele  para que os três dançassem juntos. Ela estava no meio dos dois, encaixando seus quadris com os de Bill que parecia saber requebrar mais do que ela, Georg tentava acompanhar do seu jeito, não sabia mexer tanto embaixo mas conseguia ir guiando o corpo na direção em que Bill e a moça iam. Ela brevemente conseguia ir acabando com o pouco de espaço que ainda tinha entre os três, tocava no peitoral dos alemães que se divertindo com as intenções da moça  resolveram fazer o que faziam de melhor.

Georg, com sutileza segurou nos braços da ruiva que foram postos para cima ainda em movimento, Bill com a mesma abordagem a segurou pela cintura e encostou seu rosto na curvatura da epiderme nua, podendo ouvir um suspirar surpreso vindo dela. Georg fez o mesmo do outro lado, as mãos dos rapazes brincavam de passear pelo corpo da desconhecida, seguindo o ritmo de outra música que tocava sem ser mais a vibe agressiva dos raps, agora a batida era mais fácil de acompanhar com a calma que estavam levando aquela brincadeira. Eles não sabiam o nome dela, mas sabiam que ela estava se divertindo com a atenção que os dois estavam lhe dando. uma risadinha aqui e um suspiro ali sempre escapava de seus lábios carnudos quando um dos dois ameaçava passar a mão na parte dos seios ou subir o vestido folgado que ela só estava usando provavelmente para cobrir o biquíni verde que usava por baixo. Bill não estava nem um pouco interessado de ir tão longe,  sua pratica preferida era causar a tensão sexual que divertia o momento, mas só o momento. A respiração dos dois estavam unidas na sua, o sorriso de quem sabia muito bem o que estava fazendo nasceu no rosto de Kaulitz, que mesmo tendo sido quem os atiçou, aos poucos foi se afastando. 

O olhar de Georg em si  como o de alguém que no momento toparia tudo, agora tinha pego Bill de jeito,  lhe fazendo no máximo gargalhar deliciosamente. Tinha se divertido com ambos, deixou a ruiva com os braços grudados no pescoço de Listing e piscando para ele os deixou sozinhos quando sua real  intenção agora era apenas dançar sozinho, com seu copo de bebida na mão que mais tarde seria acompanhado de um cigarro. 

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