Capítulo 06

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A desordem no dia seguinte em plena 11:45 da manhã em uma sexta feira mostrava o quão descontrolado estava ficando a vida de Bill Kaulitz se ele continuasse se deixar levar por essas deias malucas de quando a necessidade de encher a cara superava respeitar seus limites. Mal estava em um ambiente confortável para dormir, não sabia como tinha conseguido se manter em cima do sofá com metade de suas pernas para fora, sendo extremamente estreito para que sequer conseguisse se coçar sem perder o equilibro. 

Quando finalmente abriu os olhos, extremamente cansados e fragilizados com a luminosidade vinda de todas as janelas do iate, Bill se sentou e colocou as mãos no couro do móvel que o mantinha sentado, apertando um pouco as unhas pintadas como se aquilo fosse aliviar a forte dor de cabeça que lhe atingiu em cheio.

— Meu deus... —Kaulitz franziu o cenho da testa com força, tocando-a com mão quente e se assustando quando o simples encontro de seus dedos com a sua cabeça lhe rendeu um suspiro sôfrego de quem estava com a pele extremamente sensível ao toque, como se estivesse com ela toda dilacerada. "Certamente eu bati a cabeça antes de apagar" ele deduziu, arrumando forças para se levantar e ir checar-se em frente ao espelho para saber seu estado.

O banheiro era a primeira porta ao lado do sofá, afastando a porta e tateando a parede para acender as luzes, Bill se pôs de frente ao espelho e encarou seu físico ressaquiado por alguns segundos. Aparentemente estava normal, nenhum hematoma visível em sua cabeça, então não, não  tinha caído como estava usando de consolação para a explicação plausível para aquela dor. Entretanto, seu nariz estava com uma mancha sangrenta e se tentasse mexe-lo, sentia que o sangue estava seco. — Merda. — Um flash dele com a cara sendo empurrada contra o punho de Poch lhe veio à mente, se recordando de que tinha inalado o pó branco que o amigo sustentava nas costas da mão. — Merda, merda! Que porra, Kaulitz. — O loiro esfregou a palma da mão no rosto, respirando fundo e olhando para cima, pois se abaixasse a cabeça a náusea viria.

Sua maior preocupação agora não era nem tanto ter usado a droga, obviamente isso não era um bom indicativo, mas também precisava saber como tinha se deixado levar a esse ponto, como Poch estava com aquilo no Iate e o principal; se seu irmão tinha lhe visto usar. Bill já era um adulto, não devia satisfação a ninguém, mas com toda certeza isso geraria uma briga entre os dois casos tivesse sido algo feito as claras, afinal pessoas de fora teriam visto o que rolou no iate durante a noite e estourar uma fofoca com o sobrenome Kaulitz no meio não estava sendo muito difícil atualmente. Tinha certeza de que estava mantendo seus vícios todos sob controle, aquela tinha sido a primeira vez experimentando a cocaína, mas não era o seu primeiro contato com uma droga viciante.

O fato era, já tinha acontecido e Kaulitz só poderia aceitar e lidar com isso a partir de agora. Do mesmo jeito que estava, sem abaixar a cabeça, Bill ligou a torneira e com as mãos juntas ele levou um pouco de água para molhar o rosto e lhe despertar aos poucos. O contato não estava sendo nem um pouco agradável, parecia levar um choque térmico quando a água gelada encostava em seu rosto, continuou reclamando até terminar de se limpar na pia, deixando o banheiro da mesma forma que antes. 

O iate em si estava muito silencioso, Bill percebeu que os meninos não estavam todos lá dentro da cobertura, com a exceção de Gustav que dormia no chão ao lado da porta, fazendo o alemão  passar por cima dele  para chegar ao outro lado. Viu Georg e Tom no banco da área aberta juntos a mais algumas garotas, a sorte era que o dia não estava ensolarado, mas mesmo assim ficou surpreso de estarem dormindo com aquela claridade. O resto do pessoal deveria estar no quarto, ou onde ficava a área do piloto.

Kaulitz, esgotado como estava só queria ir para sua casa dormir tempo necessário para que suas forças voltassem ao seu corpo. Então impaciente ele bateu palmas para começar a acordar todos ao redor, lidando com as reclamações na voz sonolenta de todos.

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