O barulho dos saltos de Carrie ao subir as escadas para entrar na delegacia denunciaram sua chegada. A mulher estava com uma mão dentro do bolso da calça enquanto a outra segurava sua bolsa. Não chegou com pressa nem nada do tipo, seus cabelos compridos estavam jogados de lado e a primeira coisa que fez ao empurrar a porta de vidro foi andar até onde o escrivão se encontrava.
- Carrie Matthes, boa noite.
- Boa noite, o que deseja?
- Sou a advogada de Poch Brian. - Matthews teve a atenção do homem que a olhou de cima a baixo antes de esticar a mão e pegar uma folha completamente preenchida. Não estava empilhada nem nada, provavelmente logo seria passada para o sistema no computador.
- Poch Brian está em prisão preventiva por porte ilegal de cocaína. - A ficha foi posta em cima do balcão, facilitando para Carrie que a pegasse para ler. Como tinha imaginado, ele estava sendo preso por uma quantidade ridícula de tão pouca acima do "permitido" para que não fosse considerado trafico. Não sabia quem lhe irritava mais, Poch por ser um idiota ou a polícia por ser uma incompetente, lotando a celas sem razão.
- Foram três pinos de dez, qual o problema? - Ela questionou com um pequeno sorriso cínico nos lábios, rolando seus olhos para o escrivão que se mantinha sério. Era óbvio o problema ali, mas seu trabalho era provar que o seu cliente era inocente desde o momento que seus pés fossem colocados no local. - Não é uma quantidade extrapolada para que o mantenham preso. - Devolveu a folha.
- Poch Brian tem histórico na polícia por tráfico de drogas a dois anos atrás. Não é sua primeira advertência, me entende, senhorita Matthews?... Fora que no porta-luvas dele foram encontrados alguns montes de dinheiro, os quais ele se recusou a explicar o motivo de estarem ali.
Um suspiro de insatisfação saiu dos lábios hidratados de Carrie, que com um sorriso gentil pensou no melhor a responder para não ser arrogante sem motivos, mas também não se deixar ser amedrontada, já que o "senhorita Matthews" lhe foi dito no tom passivo agressivo.
- Não tem nada escrito na lei que vocês podem fazer esse pré-julgamento com base no histórico criminal dele. Poch Brian cumpriu com as horas de serviços comunitários quando se provou que a droga era realmente para consumo próprio. Mas já que estamos a falar de histórico, que tal levar em consideração as doações feitas por ele para pequenos orfanatos da região, hm?! Senhor...
- Cristian. - Ele respondeu desgostoso, coçando o cantinho da cabeça.
- Cristian. - Carrie lhe deu seu sorriso mais falso. - Consegue me entender?... - Franziu sutilmente o cenho da sobrancelha, tirando com a cara do homem barbado.
As doações para os orfanatos citados por Matthews tinha sido completo blefe para que o homem na sua frente se colocasse de volta no seu lugar, ele não lhe pediria para provar aquilo, só era preciso apresentar provas diante de um juiz. Com o áudio de uns quinze minutos enviado por seu padrinho, a mulher tinha recebido mais informações sobre o pequeno indiciado, então já sabia que ele tinha um tipinho problemático. Além daquela apreensão, Brian já tinha sido multado por excesso de velocidade, discutir com guardas e também fazer o uso de substancias ilegais em público. Brian era filho de pais ricos, e ainda trabalhava como produtor musical, sendo responsável por produzir alguns hits e por ter seu próprio estúdio, ou seja, era a típica criança mimada e estragada.
- Você se acha bem espertinha hein... - Desdenhou, sendo impedido de continuar o que quer que fosse falar a seu respeito.
- A família de Brian pagará a fiança, poderia me fazer o favor de imprimir o documento necessário? - Carrie jogou seus cabelos para trás, obtendo um suspiro do homem como resposta.
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Chaos Theory
Romance"Na teoria do caos um simples sorriso pode mudar seu destino" e Kaulitz estava pronto para vivencia-la.