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"Uma noite escura, numa festa elegante, surge uma lua"

*A lua de sangue*

Domingo, 23 de julho de 1944

Finalmente acorda, deitada na cama ela abre os olhos, já era de manhã, a luz do sol que entrava pela janela do quarto a incomodava - Ah! - levanta, sai do quarto e vai até a cozinha.

- Laura! Graças a Deus você acordou! - diz Catarina abraçando a filha ao vê-la acordada.

- O que...? - ela não entende o porque de toda a comoção.

Noite anterior

Já era tarde, todos dormiam, porém, com o alvoroço que tomou a sala na calada da madrugada, Neca acabou acordando.

- Arri, o que que tá acontecendo?

- A Laura desmaiou e não quer acordar, já tentei de tudo - Catarina dizia desesperada.

A mulher se aproxima e examina a menina deitada no sofá, ela estava fria, e até um pouco pálida, o que estranhou, mas não se importou muito a ponto de achar preocupante, pois ela respirava.

- Num há de ser nada, uma hora ela vai acordar, o melhor é deitar ela e deixá-la descansar, amanhã saberemos o que aconteceu.

Sem ter mais nada a fazer, Petruchio toma a filha nos braços e a põe na cama, suas botas são retiradas e por fim, é coberta pela mãe.

Manhã de Domingo

- Eu dormi... quer dizer, apaguei esse tempo todo!?

- Sim, e eu já estava ficando preocupada, o que te deu para você desmaiar desse jeito? - pergunta a filha.

- E... Eu não sei, só me lembro da minha cabeça doendo e mais nada.

- Está um pouco tarde, mas, tome café, você passou todo esse tempo em jejum.

- Sim senhora, tô mesmo com fome, muita fome - disse uma maneira tanto quanto estranha, como se estivesse insaciável.

- Ótimo, eu vou ajudar o seu pai, coma!

- Pode deixar mamãe.

*****

Mais tarde, Laura sai em busca do pai, com quem era muito apegada. Porém, chegando a varanda se depara com um dia lindo e ensolarado.

- Ah! - sentia que sua pele exposta ao sol ardia, mas, continuou mesmo assim até o galpão de queijos.

- Papai... - disse meio tímida. 

- Minha abelhinha! - ele a abraça - Ocê tá bem?

- Sim.

- Cê me deixou muito preocupado ontem.

- Todo mundo pelo visto.

- O que que é que aconteceu? Ocê tá doente? Se sentiu mal?

- Eu não sei, todo mundo me pergunta isso, a mamãe, a Neca, o senhor, mas...
eu não sei, foi tão estranho, eu estava bem, mas do nada vi tudo girando, minha cabeça começou a doer e de repente tudo ficou escuro... Talvez tenha sido o jantar.

Herança de sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora