E: Posso comprar as uvas para ver se você decide realizar seu segundo desejo e finalmente me beijar?Charlotte travou o maxilar, nervosa e ansiosa com o rumo que a situação tomava. Esteve pensando naquele momento específico por muitos dias, e agora que finalmente estava prestes a vivê-lo, não sabia como agir. Buscava nos olhos brilhantes de Engfa algo que pudesse usar como ponto partida para sua coragem que por muito pouco não falhou.
C: Está meio tarde para você ir comprar uvas, não? – Sorriu, acompanhando a brincadeira dela.
E: Para que você me beije? Não mesmo. Posso ir até a lua buscá-las, se for necessário. – Exagerou.
C: Você usa essa boa lábia com todas? – Perguntou, num misto de insegurança e diversão.
E: Com todas não, senhorita Austin... Só com as melhores. – Piscou para ela, fazendo-a sorrir.
Charlotte posicionou sua mão em frente ao rosto dela. Não sabia se tinha liberdade o suficiente para fazer o que queria, por isso, ergueu os olhos até encontrar o castanho escuro de Engfa, pedindo permissão.
Com os dedos, Charlotte desenhou toda a extensão da boca que tanto ansiava tocar. Sentindo o calor e textura daqueles lábios na ponta do dedos, observou Engfa fechar os olhos e expirar profundamente. Hipnotizada pela feição de prazer no semblante dela, Charlotte mordeu o canto dos próprios lábios, quase que inconscientemente.
Era um misto de expectativa, euforia e algo mais, como se fosse o primeiro beijo de sua vida e, para Charlotte, de uma certa forma, era.
Não seria literalmente o primeiro, mas aquela seria a primeira vez em que sentiria os lábios de uma mulher daquele jeito. Compreendia muito bem sua sexualidade e não via problema algum em se atrair pelo igual, só nunca havia posto essa vontade em prática.
Era por isso que sempre que deixava suas emoções agirem com mais intensidade nos momentos em que flertava com Engfa, voltava atrás quando caia em si. Era notório que a mais velha tinha uma vasta experiência com mulheres, então, as inseguranças de Charlotte tinham motivação.
Se questionava se seria o mesmo que beijar alguém do sexo oposto, e tinha a estranha certeza que não. Com mulher, e naquele caso, com aquela mulher, tudo era mais potencializado: a delicadeza; o cuidado com o toque; o formigamento dos corpos; a intensidade da sensação.
Sentia o choque que a iminência do momento trazia, é claro, mas jamais falharia com o que tanto implorou para ter. Se chegou até ali, querendo-a daquela maneira, faria aquele beijo ser o melhor de sua vida, e esperava que Engfa tivesse a mesma percepção.
Engfa, apesar de toda a detalhada experiência que possuía, não quis colocá-la em prática por enquanto. Esperou que Charlotte se sentisse confortável o suficiente para finalizar o que começaram há uma semana. Sentia que precisava daquele beijo como precisava do ar que respirava, mas queria que fosse no ritmo de Charlotte.
Assim que a estudante retirou os dedos de sua boca, o pouco que Engfa fez foi delicadamente encostar seus lábios na bochecha da mais nova, deixando-a ainda mais desconcertada.
E: Não precisa fazer nada se não estiver confortável. – Passou seus dedos nos cabelos escuros, deixando ali um carinho.
C: Não, não é isso... É só que... – Abaixou o olhar, envergonhada. — Esse não é o meu primeiro beijo, mas eu nunca estive com uma mulher antes. – Reergueu seus olhos e encontrou os dela, tornando-se repentinamente consciente da importância e do peso do que estava para acontecer.
E: Se quiser, eu posso te ensinar... Você vai ficar viciada. – Brincou, tentando descontrair um pouco e aliviar a tensão da estudante.
C: P'Fah... – Murmurou, quase virando um tomate de tão vermelha.
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A toast to love. - Englot
RomanceDona de uma famosa empresa fabricante de vinhos, a CEO Engfa Waraha decide expandir seus negócios para além da Tailândia comprando algumas terras que trabalham com vinícolas pequenas, nos arredores da Inglaterra. Charlotte é uma jovem habitante de u...