Saborear.

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Engfa engasgou com a própria saliva e teve que se recompor por longos segundos. Bendita hora para Carlos, o dono das terras, dar as caras.

Ouviu um pigarreio de Heide atrás de si e percebeu que ela estava tentando não rir da situação. Que diabos era aquilo que aquela mulher não tinha o mínimo de temor pela própria vida?

Carlos: A menina Charlotte é realmente adorável e parece ter conquistado a boa simpatia da minha melhor CEO, não é mesmo? – tocou por cima do ombro de Engfa que fuzilou aquela ação do homem.

E: Achei que fosse mais profissional para receber seus compradores, Martin. – ignorou completamente o comentário dele.

Carlos: Eu fiz o que pude para chegar o mais rápido minha querida. Tive alguns problemas na estrada que me roubaram alguns minutos, mas já podemos conversar sobre as terras se estiver com pressa.

Heide que sentiu estar sobrando ali, puxou a atenção dos dois por um instante, totalmente desconfortável.

H: Já vi que vocês tem muito do que tratar, então estou voltando para a sede dos Austin's. Foi um prazer acompanhá-la, Sra. Engfa. – sorriu dando as costas para ir embora.

E: Heide. – chamou-a. — Sem essas formalidades de senhora antes que eu me sinta mais velha do que já sou. – piscou para ela simpaticamente.

Heide assentiu deixando as plantações e voltando para casa.

Engfa e Carlos voltaram a caminhar enquanto ele apresentava alguns procedimentos padrões e fazia ela provar uvas para saborear o melhor da Inglaterra.

Carlos: A colheita dessas plantações ocorre durante os meses de março a agosto. São frutas que vão mudar de coloração com o passar dos dias até chegar ao ponto ideal para fabricar o vinho. – explicou como se estivesse falando com uma criança.

E: Me perdoe a falta de educação, mas você sabe que eu trabalho com vinhos, não sabe? Isso que está me dizendo é o mínimo que todo produtor de uvas e fabricante de vinhos deve saber, Martin. – encarou-o por cima dos ombros.

Engfa sabia que o homem estava tentando a enrolar com aquele papo. Talvez ele já estivesse ciente que a imagem dele para ela não estava das melhores por conta do que ele havia tentado aprontar com Nawat querendo cobrar além do correto pelas terras.

E: Suas terras são realmente muito boas. Devo fazer um esforço para admitir isso. São milhares de vinhedos e aparentemente muito bem cuidados. Estou curiosa para conhecer as vinícolas e poder experimentar seu famoso vinho. – sorriu sem mostrar os dentes.

Carlos: E o que me diz sobre o valor que estou pedindo? Ainda acha que não é algo justo para uma terra com tanto potencial de lucro?

E: Sim. – deu de ombros. — Produzir uvas e poder fabricar vinhos são coisas que eu já faço desde a minha adolescência, Carlos. Minha família sempre trabalhou com isso. Eu sei que essas terras podem me gerar grandes lucros futuramente, mas sei do quão suado foi o meu dinheiro. – saboreou outro tipo de uva que tinha mais à frente do caminho.

Carlos: Como? Ainda não entendi... – seguiu-a ainda mais confuso. — Você sabe que pode enriquecer ainda mais com essas terras mas não acha justo que eu cobre um valor bom sobre elas?

Engfa parou no meio do caminho quase fazendo o homem tropeçar em seu corpo. Cruzou os braços abaixo dos seios e se virou, levemente irritada.

E: Só estou lhe dizendo que não é justo você oferecer seu majestoso pedaço de terra por um valor pelos arredores da cidade, mas quando encontra alguém de fora com uma condição melhor, e ainda por cima, sendo mulher, você crescer o olho para querer mais do que pode receber. – ditou todas as palavras fuzilando o homem a sua frente.

A toast to love. - Englot Onde histórias criam vida. Descubra agora