004 | Beijos de gloss

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Se tivesse alguma chance dele realmente cumprir a promessa de ficar calado e eu conseguir trabalhar, já tinha sido jogada no vaso. Os demais minutos passei conversando com Jimin e por mais absurdo que eu repetisse para mim: “ Ele é um preso e deve ser tratado como tal. ” eu apenas me apoiava que no dia seguinte ele provavelmente iria ser solto por algum bananão de terno e gravata, sairia pela porta e faria de novo porque todos são assim. Nunca mudam, nunca tentam mudar.

— Você passa muitas noites aqui encontrando pessoas como eu, Ruby?

— Para minha sorte e por amor a minha alma, não Jimin, a maioria das noites faço minha ronda diária sem problemas, volto para cuidar das papeladas que sempre tem. — Tinha puxado uma cadeira e colocado ali no canto, em frente a ele.

— Deve ser solitário. Seu namorado não deve gostar muito disso. — Por pouco não rir e apenas balancei a cabeça. — O que foi? — perguntou sem compreender.

— Não tenho namorado, Jimin.

— Família?

— Não tenho irmãos, minha mãe morreu e meu pai eu nunca conheci, provavelmente deve ter morrido também. — Fiz o mais básico resumo da minha vida. — Não tenho que me preocupar se alguém vai gostar ou deixar de gostar do que faço, e ainda assim, não me importaria. — Segurei o copo e bebi o café.

— Desculpa por perguntar.

— Tudo bem, mas e você? Gosta tanto de me fazer perguntas, mas ninguém vai se preocupar com você hoje?

— Meus pais uma hora vão saber, não tenho ninguém e a ligação que eu fiz foi pra um amigo, provavelmente só vou explicar quando sair daqui.

— Não tá muito fácil para você, Park.

— Sabe o que é engraçado?

— O que?

— Mesmo você ter me prendido aqui, nessa sala com fedor de mofo e fria, até que sua presença facilitou as coisas por aqui.

— Meu intuito era dificultar o máximo que eu conseguisse — Minhas palavras foram bem naturais de serem ditas. — Me prometeu ficar calado e até agora sei mais sobre sua vida do que queria.

— Não foi tão ruim assim e para provar isso, aqui — ofereceu seu cigarro.

— Não, obrigada.

— Não fuma?

— Fumo, apenas quando estou entediada.

— Então, não está entediada agora? — Elevei a sobrancelha e franzi o olhar. O sorriso dele se alargou, como se aquilo fosse o bastante para encher o ego dele.

Me levantei, não era apropriado para mim, não na hora do meu serviço mesmo que meu horário já tivesse passado a três horas. Fui até ele e ele também veio até mim, respeitando o limite das barras que nos separavam. Eu já tinha dado dane-se para aquela noite antes mesmo dela começar.

Altamente inflamávelOnde histórias criam vida. Descubra agora