002 | Meus direitos

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Sair do carro e de longe olhei para o motorista, observando mais uma vez o que tinha visto antes, me aproximando lentamente.

— Boa noite, senhor — Cumprimentei o homem, passando os olhos por dentro do carro. — Acompanhado?

— Não senhora. — Ele demorou para responder, me olhando assim como eu o olhava, analisando meus passos. Ligou as luzes de dentro, me dando uma visão ainda mais clara do que tinha dentro. — Algum problema?

— Muitos, a habilitação e documentos, por favor — pedir e foi questão de algumas reviradas e mexidas para me entregar. Olhei para as identificações. — Além da velocidade acima do permitido nessas redondezas, o senhor… — puxei o nome dele. — Park, notou que uma das luzes traseiras está quebrada?

— Sério? Que droga — bocejou. — Devo ter batido em alguma coisa. — sobressaltou os cenhos.

— Alguma coisa? — Franzi a testa.

— Digo, não é nada do que a senhora achando, acho que foi antes de sair, mas não percebi, perdão. — Inclinou o corpo um pouco mais para frente, jogando para trás as mechas escuras que caíram com o passar da brisa, fixando o olhar em mim. — É só uma besteira, não é policial? Nada demais. Existem coisas bem mais graves na cidade.

— Que começam com coisas simples — Ele oscilou a cabeça. Eu o olhava pelo canto dos olhos, anotando o número da placa do carro e o da identificação da sua habilitação, assim como os documentos do automóvel. — O senhor bebeu?

— Não bebi, minha boca não entrou nenhum álcool, se quiser…. — apontou para o aparelho que mede a dosagem de álcool. Peguei e o entreguei, por livre e espontânea vontade, ele fez, confirmando depois as suas palavras. — Tá vendo policial, eu não sou o vilão e sim o mocinho. — se distanciou e tirou algo do bolso, um isqueiro e um cigarro, pondo na boca, num estalo acendeu o cigarro e fumou, lançando a fumaça para fora do carro.

— Não gosto de mocinhos, muito menos vilões e por favor, apague isso.

— Serio? Acabei de ligar, é só um cigarro.

— Não vou pedir novamente, senhor Park.

Pouquíssimas coisas faziam minha nuca arrepiar e ela só arrepiava quando eu estava começando a ficar estressada, o que aquele momento estava ocasionando em mim. Me afastei quando ele abriu a porta e pude ver melhor algumas tatuagens em seu corpo, nada que fosse conhecido de gangues e grupos suspeitos no qual eu já procurei. Jogou o cigarro no chão, pisando e esfregando para apagar.

Era um maldito que usava da postura descontraída e achava que poderia ter intimidade com qualquer um. Desses eu via todos os dias.

— Satisfeita? — Questionou e nada falei. — Aliás, vocês policiais não usam chapéu? Eu acho muito engraçado. — neguei com a cabeça, já descrevendo a multa por tudo o que vi, até os pequenos detalhes para ensiná-lo a se comportar.

Altamente inflamávelOnde histórias criam vida. Descubra agora