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O cheiro forte intoxicava seu olfato. Ele podia ouvir um coração batendo rápido, mas não sabia se era o seu ou o dela.

Derek: Raelyn.

A mulher estava parada em sua porta. Sangue escorrendo e manchando parte do seu corpo, pingando no chão de madeira queimada da varanda. Ela soltou o saco que segurava, o baque forte no chão alertando Derek. Ela chutou e o conteúdo rolou pra fora, Derek virou o rosto ao ver, seu estômago revirando.

Uma cabeça.

Era um presente de luto inusitado.

Derek: quem é esse?

Raelyn: um caçador amador. Me encontrou na entrada da floresta.

Ela tirou uma coisa do bolso da jaqueta e jogou pra ele. Uma corrente com um pingente, uma flor de lótus.

Raelyn: ele era aliado dos Argent.

Derek: como?

Ela riu e passou por ele, adentrando a casa.

Raelyn: ele enviou uma mensagem pra Katherine.

Ela deixou a bolsa de viagem no chão, o estendendo o celular do morto. Derek pegou e conteve um rosnado ao ler a mensagem.

Raelyn: era minha jaqueta favorita.

Ele desviou a atenção do celular e olhou pra mulher. Ela tinha tirado a jaqueta, tinha alguns rasgos e furos, provavelmente de flechas, mas o maior problema era o sangue que a manchava.

Raelyn: cadê ela?

Derek: Raelyn-

Ele se interrompeu quando ela se virou pra ele, o olhar sério mortificante o fez suspirar.

Derek: tá no porão. Vou enterrar a noite.

Ela deu as costas pra ele e seguiu mais adentro da casa, indo pro porão. Mesmo tendo estado só uma vez na casa, Raelyn andava como se conhecesse cada canto dela.

Derek colocou a cabeça de volta no saco, o amarrando e enterrando. Seja lá o que Raelyn planejava fazer com a cabeça, não seria útil pros seus planos. Ele voltou pra dentro da casa depois de terminar, indo até o porão e parando um pouco longe. A mulher estava sentada no chão, encostada em uma parede abraçando as próprias pernas. Seus olhos fixos na metade do cadáver.

Era mórbido, mas não era nada de novo em relação a Raelyn.

Ele nunca entenderia como aquela mulher de aparência angelical poderia ser o próprio demônio.

Derek: Raelyn.

Chamou de forma suave. Poderia manter a pose de frio e indiferente, mas não naquele momento. Não quando eles dividiam a mesma dor.

Raelyn: por que fizeram isso?

Seu tom oscilou pela primeira vez. Derek se aproximou em passos lentos e suaves, qualquer movimento brusco poderia faze-la se descontrolar.

Raelyn: por que ela?

Derek: eu não sei. Mas vou descobrir.

Ele parou perto dela, a olhando de cima. Não sabia o que fazer. Nunca precisou consolar ninguém e naquele momento, talvez consolo não fosse suficiente.

Derek: vou descobrir e vão pagar por isso.

Raelyn: eu vou matar quem fez isso.

Ela ergueu a cabeça e o olhou. Seus olhos avelãs, avermelhados pelas lágrimas que ela se recusava a derramar. Tão irritados que chegavam a tremer em ódio. Ele conhecia aquele olhar. O viu no dia em que se conheceram. Ela era recém transformada e não conseguia parar.

Ele viu ela matar o padrasto. O destroçar com as garras. Seus olhos estavam daquela maneira.

Um ódio tão puro que fazia seus lindos olhos parecerem o inferno.

Raelyn: eu vou matar todos.

Sua voz quebrou e ela olhou pro cadáver novamente.

Raelyn: todos eles.



















[Não revisado]

Raelyn com sangue nos olhos, amo amo.

Lembrando que as postagens acontecem quarta e sábado.







R-REVENGE, Derek Hale Onde histórias criam vida. Descubra agora