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Um riso deixou a mulher quando ela ouviu o cachorro latindo enlouquecido no carro do policial. Derek estava o afetando de dentro da casa, o olhando pela janela. Logo a viatura se afastou, quando o policial cedeu a pressão e o nervosismo.

Raelyn: não é legal fazer isso com cachorros.

Derek não respondeu, sua atenção foi roubada pela imagem de Scott se aproximando.

Scott: eu sei que você pode me ouvir. Preciso da sua ajuda.

Derek se afastou da janela e desceu pro primeiro andar, indo até a porta, Raelyn bem atrás dele. Scott recuou um passo ao vê-la.

Scott: tá... Eu sei que tive culpa na sua prisão, e que praticamente anunciamos a sua presença pros caçadores. E também... Não sei o que aconteceu com a sua irmã. Sinto muito por ter desenterrado e violado o túmulo dela.

Falou a última parte olhando pra Raelyn. Derek não sabia o que ela tinha feito com eles, mas pela linguagem corporal do adolescente toda vez que a olhava, imaginou que ela o assustou o suficiente.

Scott: mas acho que fiz alguma coisa ontem a noite. Eu tive um sonho com... Uma pessoa. Mas mais alguém se machucou, e pode ser que parte do sonho tenha acontecido mesmo.

Derek: acha que atacou o motorista?

O mais novo o olhou aflito.

Scott: você viu o que eu fiz noite passada?

Derek: não.

A mulher quis rir com a resposta curta, típico do Hale.

Scott: dá pra contar a verdade pelo menos? Eu vou machucar alguém?

Derek: vai sim.

Scott: eu posso matar alguém?

Derek: pode.

Scott: eu vou matar alguém?

Derek: provavelmente.

A expressão cansada e preocupada do mais novo fez a mulher rir.

Raelyn: tive sorte de ser Laura ao invés de você.

Falou olhando pro Hale, se encostando na parede da casa, o homem apenas a ignorou e se aproximou do adolescente, que encostou em uma das colunas.

Derek: olha. Eu posso ensinar você a se lembrar. Posso ensinar a controlar a transformação até na lua cheia. Mas isso não vai ser de graça.

Scott: e o que vocês querem?

Raelyn: você vai saber.

Ele olhou pros dois. Odiava como eles nunca respondiam 100%.

Derek: mas agora vou te dar o que você quer. Volta até o ônibus, entra lá dentro. Olhe, cheire. Deixe os seus sentidos, a sua visão, o seu olfato, seu tato, deixa eles lembrarem por você.

Scott: é só isso? Só voltar lá?

Raelyn: quer saber o que aconteceu?

Ele a olhou.

Scott: quero saber se machuquei ele.

Derek: não é isso. Você quer saber se vai machuca-la.

O mais novo só os olhou em silêncio, mas os dois mais velhos entenderam. Também passaram por aquilo.

Derek: vai, logo vai anoitecer.

O mais novo concordou e se afastou deles, logo sumindo na floresta. Raelyn colocou as mãos no casaco e olhou pro Hale.

Raelyn: acho que entendi porque tem empatia por ele.

Derek: eu não tenho empatia por ele.

Ela riu e desencostou da parede.

Raelyn: claro, claro. Vamos lobo mau, tenho que fazer nosso jantar.

Ela se afastou e foi até o carro, logo ele fez o mesmo. Ele dirigiu em silêncio até o prédio e continuou em silêncio até entrarem no apartamento.

Raelyn tirou o casaco e as botas, arregaçando as mangas de sua blusa e indo em direção a cozinha. Como tinha descoberto que ela não gostava de ninguém a atormentando enquanto cozinhava, ele foi até a sala depois de tirar a jaqueta e os tênis.

Raelyn: você come carne vermelha?

Derek: sim.

Enquanto ela fazia o jantar, Derek arriscou andar pelo apartamento. O quarto dela tinha poucas coisas, e a bolsa de roupas estava no mesmo lugar de quando entraram alí pela primeira vez. Ele foi até a porta que ainda não conhecia, encontrando um escritório. Como o apartamento já era mobiliado, tinha estantes com livros nas paredes, mas não foi isso que chamou sua atenção.

Tinha um notebook aberto no centro da mesa de madeira negra, vários papéis e fotos em volta. Ao se aproximar, ele viu uma aba aberta com as conversas do celular do caçador que ela matou. Ele pegou uma das fotos da mesa, era uma imagem de satélite.

Raelyn: não foi fácil de conseguir.

Ele sabia que ela estava encostada no batente da porta, não precisava se virar pra saber disso.

Derek: o que é tudo isso?

Raelyn: investigação. Enquanto você faz um plano pra convencer um adolescente, eu investigo de verdade.

Ele se virou ao ouvi-la, ele não gostou do tom que ela usou.

Derek: investiga de verdade?

Seu tom saiu quase como um rosnado, mas ela não demonstrou ser afetada por ele. Já estava acostumada com o temperamento dele.

Derek: acha que eu não investiguei? Não tinha nada.

Raelyn: é porque você não sabe investigar.

Ele respirou fundo, contendo a vontade de envolver o pescoço dela com a mão e a enforcar.

Raelyn: restaurei as mensagens, ligações e e-mails do celular dele, dos últimos cinco meses. Consegui as imagens de todas as câmeras de segurança dos estabelecimentos que Laura frequentou enquanto esteve aqui.

Ela se aproximou e tomou a foto que ele segurava, virando pra ele.

Raelyn: sabia que imagens de satélite são muito difíceis de conseguir? Você precisa de autorização ou ser um ótimo hacker, depois precisa procurar pelas imagens dos dias, e ver cada uma.

Ela colocou a foto de volta na mesa com um pouco de agressividade de mais.

Raelyn: eu jurei que ia encontrar o responsável pela morte dela e é o que vou fazer. Eu vou estripar ele e depois desmembra-lo.

Seu nariz se franziu enquanto falava, Derek quis comparar com um gatinho irritado, mas preferiu manter aquilo pra si mesmo. Logo ela relaxou os ombros e a expressão.

Raelyn: agora vem, já tô terminando o jantar.

Uma mudança drástica, nada de novo. Ele saiu do escritório em silêncio e voltou pra sala, a ouvindo fechar a porta do escritório e voltar pra cozinha, mexendo nas panelas.

Ele suspirou e passou a mão no rosto.

Até onde Raelyn iria por vingança?






[Não revisado]

Derek indo de amor ao ódio com a Raelyn em pouco tempo, adoro isso neles.

Até quarta.




R-REVENGE, Derek Hale Onde histórias criam vida. Descubra agora