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Derek: tá na hora.

Sua voz tirou a mulher de seus pensamentos, ela olhou pra mão que estava estendida em sua direção e a segurou. Derek a ajudou a levantar e os dois se aproximaram do buraco no chão, onde o cadáver jazia.

Derek: estou enterrando a única pessoa que sobrou da minha família.

A mulher apertou suavemente a mão dele, tentando inutilmente consola-lo. Não funcionaria, assim como ele não conseguiu consola-la horas antes. Palavras e gestos não eram suficiente, eles precisavam do responsável morto.

Raelyn: vamos vinga-la.

Murmurou e Derek sentiu o cheiro de sangue. Ela tinha perfurado a palma da mão com as garras, o sangue pingando no pano preto.

Raelyn: é um juramento.

Derek se afastou dela e pegou um pouco da terra, jogando sobre o cadáver coberto. Raelyn repetiu o gesto e observou Derek jogar a terra de volta no buraco, enterrando de vez a única família deles.

Ao terminar, Derek se aproximou dela, pela primeira vez ele se sentia vulnerável. Seus olhos estavam avermelhados e ele segurava a vontade de chorar com todas as suas forças, chegando a fazer uma careta e tensionar todos seus músculos faciais.

Percebendo o comportamento do homem, Raelyn se aproximou e passou os braços por seu pescoço. Acariciou a nuca e os cabelos negros, as mãos grandes demorando pra segura-la de volta. Ele apertou o tecido do casaco dela entre os dedos, respirando fundo e fechando os olhos com força, apoiando o queixo no ombro dela.

Apesar da resistência, lágrimas silenciosas rolaram pelos rostos dos dois. Ambos sentindo o corpo um do outro estremecendo e tremendo, mesmo que não houvesse nenhum som.

Eram tudo o que o outro tinha no momento. Aquilo deveria valer pra alguma coisa.

Voltaram pra dentro da casa e Derek observou a mulher massagear a testa.

Derek: tá tudo bem?

Ela concordou e suspirou.

Raelyn: tô com essa dor de cabeça desde que...

Ela não terminou mas ele entendeu. Desde que Laura morreu.

Derek: é a conexão, vai demorar pra se acostumar.

Ela suspirou e se sentou na escada, puxando o cabelo pra trás.

Derek: tem um lugar pra ficar?

Raelyn: aluguei um apartamento.

Ele concordou e se aproximou, pegando a bolsa dela do chão.

Derek: vou te levar lá. Vamos.

Ela apenas concordou e o seguiu pro carro. Foram alguns minutos até chegarem, Derek já conhecia o prédio então foi fácil. Eles entraram e ele esperou ela pegar a chave do apartamento, subindo de elevador em seguida.

Era um prédio pequeno de quatro andares. Confortável e aconchegante, o suficiente por ora.

Os dois adentraram o apartamento e seguiram direto pro quarto principal. Derek deixou a bolsa ao pé da cômoda e observou a mulher se sentar na cama, passando a mão pelo rosto.

Ela exalava cansaço, físico e mental. Apesar disso, o cheiro que sobressaia ainda era dor e raiva, vingança.

Derek: a única conexão com o alfa é o beta dele, Scott McCall. Precisamos dele pra chegar ao alfa.

Ela suspirou e mexeu a cabeça.

Raelyn: vamos falar sobre isso depois. Não consigo mais pensar em nada.

Ele se aproximou receoso. Sempre se sentia assim com ela e não entendia o porquê.

Derek: tudo bem.

Ela o olhou atenta quando ele ajoelhou a sua frente.

Derek: não está sozinha. Sabe disso não é?

Ela continuou o olhando em silêncio, decorando cada mínimo detalhe dos olhos esverdeados intensos. Ela nunca entendeu porquê Derek era daquele jeito com ela. Laura sempre falava sobre como ele era rabugento e rude com todo mundo.

Talvez fosse por pena. Ela era uma garota doente, tinha perdido o pai muito nova, o padrasto era um babaca abusivo que matou sua mãe. Depois da mordida de Laura, ela se tornou uma lobisomem descontrolada. Instável.

Talvez ele tivesse visto si mesmo nela. Ele também já tinha sido um jovem lobisomem descontrolado, que causou a morte de pessoas, mesmo que indiretamente. Que perdeu grande parte de sua família. Também tinha se tornado um adulto amargurado, traumatizado e perigoso.

Não importava o motivo, ela gostava. Gostava de saber que ele fazia questão de assegura-la de que não estava sozinha. Que ele tomava cuidado com as palavras e movimentos, prezando por sua estabilidade e controle.

Raelyn: Derek...

Sua voz soou baixa, ecoando nos ouvidos dele como uma melodia suave. Seus olhos avelã o agraciando com o brilho intenso. Derek precisou prender a respiração, lutando contra a atração óbvia que sentia por ela. Ele podia ter o apelido de lobo mau, ser visto como frio e indiferente, rude, mas ele não era de ferro. Raelyn era a mulher mais linda que tinha visto em anos, talvez a mais linda que viu na vida. E a forma como ela o olhava... Nenhum homem resistiria a aqueles olhos.

Raelyn: obrigado.

A voz o fez voltar a realidade, engolindo seco e se levantando. Por mais que a desejasse, não era o momento pra fazer um movimento. Estavam fragilizados pela perda de Laura, não era o momento.

Derek: descansa. Nos vemos amanhã.

Raelyn: tá bem. Boa noite Derek.

De cima era ainda pior. Os olhos dela pareciam até mesmo eróticos daquele ângulo, e ele tinha a impressão de que ela sabia exatamente o que tava fazendo. Ele engoliu seco ao sentir a calça jeans apertar.

Derek: boa noite Raelyn.








[Não revisado]

Raelyn só olhando pro Derek e ele já surtando, adoro.










R-REVENGE, Derek Hale Onde histórias criam vida. Descubra agora