capítulo sessenta e quatro;

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doha, catar

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doha, catar.
10:51am
mason mount

Após a conversa que tive com o fisioterapeuta da minha seleção, Dan Brooke, recebi uma notícia a qual eu não gostaria de ouvir. Ainda no Chelsea, uma lesão tinha me impossibilitado de poder participar de jogos inteiros, normalmente, estava entrando no segundo tempo, aos meados dos 30/40 minutos, apenas para não perder o ritmo do futebol.
Ficamos meses tratando dessa minha lesão, mas ainda não estou 100% recuperado, e apesar de eu querer e insistir, o técnico não quer que eu jogue um jogo completo estando apenas 80% apto. Não consigo falar sobre isso com colegas de seleção, com amigos de longa data, com meus pais... A única pessoa a qual pensei em conversar, foi a Raya, que está preocupadíssima neste momento, caminhando ao meu lado, mas sem dizer uma palavra, apenas esperando eu me expressar.

– Mason, para. - Raya para em minha frente e pega em uma das minhas mãos. – Você me chamou por uma razão, eu estou aqui. Esse silêncio está me matando, eu estou te pedindo para falar comigo.

– Não consigo jogar, Raya. Não consigo ajudar a minha seleção 100%, não consigo me doar 100%.

– Como assim? Você está lesionado? Pode jogar quanto tempo? É tão ruim assim? - Raya dispara com as perguntas, preocupada. – Desculpa, acabou saindo tudo isso sem querer.

– Não consigo jogar nem metade de um tempo, Raya. Me lesionei em um jogo do Chelsea e desde então, tudo o que eu consigo e me liberam jogar são míseros 15 minutos, só para não perder o ritmo. - Moreno não tem outra reação, ela apenas me abraça. Imagino quantos jogadores ela já ouviu isso e quantas reações ela já viu.

– Isso passa, Mason. Não é definitivo, e um jogo pode muito bem ser decidido em 15 minutos, principalmente se tratando de você. Porra... Você joga demais, o Chelsea e seu país tem muita sorte de ter você defendendo eles. - Raya se afasta e não consigo conter as lágrimas no olho. – E eu estou aqui, tá?

– Obrigado.

– Vem, vamos pro hotel. Sasha vai ficar um tempo no estádio e ficamos lá no meu quarto vendo filme. - Raya puxa minha mão e me arrasta para onde está indo, não que ela precisasse, eu vou para qualquer lugar com essa mulher.

– Não precisa fazer isso, sabia?

– Estou fazendo porque quero, Mason. Você ficou literalmente um tempo me caçando, imagina me encontrar e ver que sou uma completa escrota que não consegue te ajudar nem com a área que trabalho e amo? - Raya comenta e me olha incrédula, como se eu pensasse realmente aquilo dela, eu dou risada. Nunca poderia pensar coisas ruins de Raya.

– Pensei que você só sairia comigo se eu estivesse com uma BMW, que te levasse na Sephora no primeiro encontro para gastar mil dólares e que te mandasse um buquê enorme de flores no dia seguinte com a frase 'Obrigado pelo encontro, foi incrível. Xoxo, M'.

– Hum, estou começando a repensar as caminhadas que você faz eu dar e a única coisa que ganhei em troca foi uma música da Taylor Swift associada a você, uma foto e um sorvete. Ah, e ainda tive que escutar você falando por 30 minutos uma lista com 10 motivos do porque deveria ter dar meu número.

– Isso já é um bom começo, não é?

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