A vida que eu nunca tive || Jikook Vers.

Epílogo - (Des)encontro

Era manhã de sexta-feira quando senti os raios solares bater sob meu rosto, levei a mão até meus olhos e esfreguei ali, numa tentativa inútil de tentar fazer com que meus olhos se acostumasse com a luz tão clara que amaneava sob meu quarto, lutava contra minha vontade de ficar o dia todo na cama, estava tão confortável que sair dela não estava se tornando opção.
A primeira coisa que fiz, como literalmente todo ser humano na fase da juventude faz foi pegar meu celular e desbloquear a tela com um pouco de dificuldade por conta do pensamento lento matutino. Abri diretamente na minha rede social favorita, o Instagram. Rolei a timeline sem muito interesse até abrir as dm's, olhei rapidamente a mensagem, já visualizada, que por um acaso, eu nem sequer lembrava que tinha visto, estranho era eu ao menos ter respondido a minha nova amizade que conheci ontem durante a noite, Taeyoon, um garoto novo, mais novo que eu, mas que parecia ser gente boa.

- Acordou bela adormecida? - Disse entrando no quarto minha fiel escudeira, amiga para todas horas, Jennie; segurando uma xícara de café cheia e um sorriso enorme estampado no rosto, afinal, quem tinha aquele humor todo pela manhã? - Fiz café, tomei liberdade de entrar na sua casa hoje de manhã.

- Minha mãe não te viu entrar, não? - Disse enquanto sentava na cama. - Cadê Taemin? - Perguntei sem muito interesse.

- Seu namorado? Saiu hoje mais cedo, disse que foi pra aula!

No mesmo momento, meus olhos saltaram para fora, olhei para o relógio em cima da escrivaninha, já eram quase nove horas da manhã, ótimo, faltei aula.

- Por que será que ele não me acordou? - Disse com a voz visivelmente estressada, ele sempre me acordava, não era de praxe do rapaz que ele me deixasse dormir até perder a hora e perder as últimas aulas do ano não seria muito legal.

- Amigo, cê' sabe que eu não gosto de fofoca, né? Mas assim, ele saiu todo estressado daqui e batendo a porta assim que eu cheguei. - Quando ouvi as palavras da morena, rolei os olhos sabendo do próximo drama que teria de enfrentar vindo do mesmo. - Já vi que você já ficou mais estressado ainda com a situação, né? Vem, vamos tomar um sorvetinho depois do café.

Acenei positivamente sem muito ânimo, ninguém tomava SORVETE depois do CAFÉ, a não ser eu e Jennie. Mas em relação a Taemin, não que meu relacionamento com o mesmo seja ruim, há partes boas, mas há também muita coisa que me incomoda, incluindo esse drama todo com coisas tão mínimas que não fazem sentido agregar na nossa relação como se fosse um problema enorme, afinal, são apenas coisas que se resolvem na base da conversa, certo? Certo.
Levantei-me da cama acompanhado de Jennie no meu pé, há uma probabilidade muito grande dela ter simplesmente ignorado minha pergunta sobre onde se encontrava minha mãe, provavelmente ela estava trabalhando, então era uma pergunta idiota da minha parte, não me julgue, eram nove da manhã, e eu estava simplesmente cansado por descansar.

A manhã se passou rapidamente, tomamos café, fiz todas minhas higienes, coloquei minha calça preta rasgada, minha calça de guerra, sempre saia com ela para tudo a literalmente qualquer canto, mais fiel que minha amiga, só ela, a camiseta preta aleatório como todas iguais que eu tinha no meu guarda roupa e claro, meu binder. Não contei? Oh, me desculpe caro leitor, eu sou Jungkook, um garoto transgênero.
Mas a parte da minha transição, é história pra outro conto, depois falamos sobre isso.
Seguimos em passos rápidos, as ruas de Seul estavam cheias, como literalmente todos os dias, o verão fazia com que as pessoas ficassem mais pro-ativas, afinal, não era todo dia que a gente via sol nessa cidade.
Quando chegamos na sorveteria, decorada com vermelho e branco, a porta fez barulho de "plim-plim", enquanto caminhava calmamente até o balcão conversando e rindo sobre assuntos aleatórios com Jennie, senti um baque no meu corpo, o choque com outra pessoa, assim que olhei para frente, o garoto centímetros mais baixos de fios loiros, abaixou a cabeça, não pude deixar de notar o cordão em volta do pescoço do mesmo com estampa de girassol acompanhado de um crachá que não havia conseguido ler ao certo o que estava escrito.