Ok, nem sempre a vida era uma das melhores comigo, o universo, eu tinha certeza que conspirava contra mim, e minha sorte... Bem, não era das melhores.
Acordei em uma maca de hospital, a sala com as paredes pintadas com o branco que ajudava na claridade do quarto e piorava minha vista e eu simplesmente não conseguia enxergar nada a não ser um borrão preto, uma sombra... Parecia alguém, uma silhueta conhecida, esfreguei os olhos e logo senti uma dor imensa na cabeça, coloquei a mão ali e senti um curativo que estava colado ali, olhei em volta, e novamente para a pessoa conhecida que estava em cima de mim, praticamente.— Jun? Jun, você consegue me ouvir? — As palavras eram distantes, mas acessíveis aos meus ouvidos, eu conhecia aquela voz. — Meu amor, acorde. — Por míseros segundos eu consegui enxergar ali, bem ali, um garoto loiro de covinhas, sorri brevemente, mas logo meu transe foi cortado, conseguindo ver bem quem era. Taemin.
— Tae... — Grunhi baixo, tentando me levantar.
— Ei não, não faça muito esforços. — Ele disse tentando conter meus movimentos. — Você sofreu um acidente.
— Como eu cheguei até aqui? O que houve? — Minhas perguntas eram recheadas de confusão.
— Eu apenas te encontrei jogado na rua todo machucado, o carro já tinha ido embora quando eu cheguei. — Ele disse tentando explicar o acontecido, sua voz era trêmula, e ele tentava se explicar gesticulando as mãos, mas mesmo que eu me forçava lembrar de algo, minha mente estava nublada, e todo esforço para me lembrar de algo que eu fazia era em vão, apenas lembrava do cachorro e de atravessar a rua, depois disso, ficou tudo escuro.
— Você me salvou? — Eu disse o olhando. — Você quem esteve comigo durante o tempo que eu estava aqui?
— Não sai do seu lado em momento algum, meu amor. — Ele disse acariciando meu rosto com leveza, mas por algum motivo, eu não gostava nada daquele toque, não gostava de senti-lo.
— Tae... — Peguei a mão dele e afastei do meu rosto, ele teve um semblante confuso, mas num ato de impulssividade, o garoto me abraçou, choramingando.
— Eu fiquei com medo de te perder, Jun... — Ele disse enquanto apertava meu corpo, me fazendo reclamar de dor.
— Taemin, me solta, tá machucando. — Disse empurrando ele com o pouco de força que ainda me restava, fazendo o garoto se afastar de uma maneira considerável.
— Eu te salvei e é assim que você me trata? — Ele praticamente cuspiu as palavras.
— Taemin eu acabei de sofrer um acidente, meu corpo está dolorido, tente entender isso. — Meu cérebro pouco raciocinava, não estava com um pingo de paciência para brigar.
— Eu vou ir, Jungkook, agora que você acordou e sei que está bem, preciso resolver certas coisas. — Ele disse indo até a porta. — Jennie está na recepção, eu vou chama-la para que não fique sozinho.
E assim, a porta do quarto foi fechada, algo dentro de mim me corroía por dentro, ele estava certo, Taemin me salvou, eu praticamente devia minha vida a ele, se estou agora aqui, foi por que ele me salvou...
Talvez eu tenha pegado pesado com o rapaz, ele só estava preocupado comigo, eu devia de agradece-lo, e não trata-lo de tal forma.— Gguk! — Meus pensamentos foram interrompidos quando Jennie entrou na sala desesperadamente. — Que bom que você acordou, Gguk, já estava mal pensando que ia perder meu melhor amigo.
— Ora, Jennie, você não vai se livrar de mim tão fácil, ok? — Eu disse pegando a mão da mulher e acariciando ali. — Faz quanto tempo que estou aqui?
— Hoje se completa o terceiro dia, você ficou sedado e desacordado por todos esses dias. — A expressão dela era tristonha, imagino o susto que ela havia tomado com tal situação.
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A vida que eu nunca tive || Jikook Vers.
FanfictionA vida que eu nunca tive conta a narrativa de um casal transcentrado gay que descobre coisas sobre a vida que nem eles mesmo imaginavam que seria possível acontecer um dia. O medo se faz presente, e a sensação de viver uma vida que será mesmo que ac...