ᵐᵒʳᵗᵉ

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O único capítulo em primeira pessoa..

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A morte deveria ser algo evitado pelas pessoas.. 

Mas pra mim, ela é algo que acontece de forma prevista e repetida. Não vou falar que não estou triste por morrer em um momento tão bom, mas vou agradecer pelo meu poder nesse momento. Pode-se dizer que em certa de um dia, eu volto e todos vão olhar para mim como se nada tivesse acontecido, como se nenhuma bala atravessasse meu peito todo o fucking dia. É insuportável mas ao mesmo tempo é, como eu posso dizer?.. 

Aliviante

Não sei se essa é a palavra certa.

Eu abri meus olhos, acordando como sempre acordo: No meu moletom alaranjado, mas não na minha casa. Depois de descobrir que eu revivia através de minha mãe, eu tentei tirar algo dela, alguma resposta, mas logo veio sua morte e eu não conseguiria mais. Mesmo assim, eu continuo revivendo. Porque? Porque eu continuo com a merda da minha vida em jogo, sendo que eu nunca morrerei? Porque caralhos eu só não morro de vez? 

E porque ninguém se lembra quando eu morro?!

"Porque está tão preocupada? Ele logo volta."

Olhei em volta e vi S/N. No lago. E ela não parecia me ver.

Ela tinha metade de suas pernas dentro da água, com uma face entristecida e um dos meus moletons em mãos — sei que não é um bom momento, mas não posso deixar de citar que acho sexy quando ela o utiliza, seu corpo fica tão bem nele. Ela o apertava contra seu corpo enquanto olhava para seu reflexo debaixo da água. 

Se levantou e suspirou fundo, vestindo o moletom e saindo do local, com suas mãos no bolso. Aquilo nunca tinha acontecido: Nunca tinha visto alguém antes de voltar a vida. Muito menos alguém importante pra mim. 

Agora, depois de ver minha garota naquela situação, eu realmente acordei. 

No meu quarto.

Me levantei com rápidez e sai do meu quarto, vendo Karen e Kevin na sala, eles me olharam e acenaram para mim. Karen correu em minha direção e sorriu, me abraçando e perguntando se eu tinha dormido bem, além de me desejar bom dia. Lhe respondi e lhe dei um beijo na testa, pedindo para Kevin cuidar dela enquanto eu iria resolver algo importante e antes deles me perguntarem o que era, eu já tinha sumido.

— Ela está no lago. Tenho que correr. 

Quando cheguei no local, ela estava sentada do mesmo jeito que a vi no meu sonho. Com meu casaco: Uma gostosa. Me aproximei e a abracei por trás, lhe dando um beijo no pescoço, fazendo ela se assustar e me empurrar.

— Bom dia, meu bem! — Gritei, sorrindo enquanto levantava os braços. Apesar de eu odiar esse poder de merda, eu amei voltar e vê-la de novo. Ela me empurrou novamente, assustada e quase caiu no lago. Teria caido se eu não tivesse a segurado e puxado ela pra mim, a abraçando. — Sentiu minha falta? Ein, ein?

Ela me empurrou de novo.

— Quem caralhos é você?!

— Ah, S/N.. Eu sou Kenny.. Seu namorado. Dãr-

— Ah, porra! Não brinque com isso. O Kenny morreu! Ontem!

Ela lembra?...

— V-Você.. Você lembra?.. — Perguntei assustado, arregalando meus olhos enquanto olhava para ela. Me levanto e seguro seus ombros. — S/N, isso é muito importante. Por Deus, como caralhos você lembra? 

— Como eu lembro? Você... Ah, o Kenny morreu na minha frente, como eu não ia lembrar?!

— Quando eu revivo, ninguém lembra.. Ninguém! — S/N recuou alguns passos, me olhando com os olhos arregalados e preocupados ao mesmo tempo. Queria beija-la, abraça-la e dizer que estava tudo bem, mas eu sabia que ela não aceitaria tão fácil assim. — Pergunte pra todo mundo. Qualquer um. Ninguém vai se lembrar.

— Hah, duvido. — "Meu pau no seu ouvid-"

— Então pergunte, porra. — Ela descruzou os braços e me olhou de cima pra baixo umas duas vezes. Assentiu e me puxou pelo braço, seguindo até a minha casa. Ela adentrou o lugar e Kevin acenou para nós. Karen correu em sua direção.

— Ah, Karen, meu bem.. Você lembra o que aconteceu com o Kenny ontem?

— Não... Aconteceu algo com ele ontem?

Pude ver que S/N engoliu seco. 

Olhou para Kevin e fez a mesma pergunta, mas a resposta não foi muito diferente. Notei que ela tremia e segurei sua mão, fazendo ela olhar para mim e corar um pouco. Ela ainda sentia algo. Tenho toda a certeza do mundo que ainda sentia. Ela me puxou para outro lugar, dessa vez, a casa dela. Kelly atendeu a porta e sorriu para ela, desmanchando o sorriso quando me viu. S/N lhe fez a mesma pergunta.

— Com o Kenny? Não me lembro de nada. Ele fez algo?

— N-Não.. Nada. Er.. Tchau mãe! — Me puxou, saindo do local. Fomos para um local mais distante e ela me soltou e caiu no chão de joelhos. — Eu lembro... Porque só eu lembro?.. — Ela soltou algumas lágrimas. Aquilo doeu meu coração de uma forma enorme. — Eu ainda sinto seu sangue escorrer pelas minhas mãos..  Sinto seu corpo em meus braços. Sem respirar.

— S/N.. — Sussurrei seu nome em resposta de tudo que ela falava.

— Se sou só eu.. Então você deve ser uma alucinação.

— Não, princesa.. — Me sentei ao seu lado e segurei seu queixo, fazendo ela me olhar. Beijei suas lágrimas com cuidado e colei nossas testas, como normalmente eu fazia quando estávamos sós. — Lembra que eu te disse uma vez.. Que nem todos nascem do jeito que querem?.. — Ela ascentiu. — Eu estava sim, falando de você. Mas de mim também. Eu nasci com um poder, uma maldição, que não me permite morrer. 

— Uma... Maldição? 

— Isso.

— Porque nunca me contou sobre isso? — Indagou, choramingando. Tão fofa.

— E você acreditaria, hum? — Segurei suas bochechas e beijei seu rosto inteiro. — S/N, eu sei que ontem foi difícil, mas não comente com ninguém. Ninguém pode saber. É um segredo meu e.. Bom.. Da minha mãe.

— Tudo bem.. Seu segredo está guardado comigo. — Assenti e lhe dei um selinho, me deitando na neve e lhe puxando para um abraço — Mas isso significa que... Bom.. Que você vai viver pra sempre?

— O único modo de eu morrer é sendo morto por outro importal, fora isso, eu não consigo.

Ficamos ali por um tempo até ouvirmos o sinal da escola, onde lembrei a ela que sua mãe brigaria — tanto com ela quanto comigo — caso faltasse hoje. Ela riu e escondeu seu rosto em meu pescoço, demorando para me falar algo em resposta.

— Hunm.. Acho que não vou pra aula hoje.

— Não?..

— Hum, hum. — Me apertou. — Quero ficar com meu marido. — O SURTO MENTAL QUE EU TIVE NÃO ESTÁ ESCRITOOOO! QUE MENINA PERFEITA PUTA QUE PARIU AAAAAAA — Você quer ir pra escola?

— Hunmmm, não. Hoje não tem suco de maçã de qualquer forma. — Dei de ombros e dei um beijo no topo de sua cabeça. — Quer fazer algo, hum?

Qualquer um perceberia minhas inteções aquele momento. Eu quero comer ela de novo...

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Tô pensando em fazer mais um hot, mas não sei.. ENFIM- Esse capítulo foi meu preferido até agora e espero que vocês tenham gostado dele tanto quanto eu. XOXO <3

「 𝐑𝐄𝐓𝐎𝐑𝐍𝐎 」, kenny mccormickOnde histórias criam vida. Descubra agora