— Vai embora Olympian, você não é bem-vinda aqui. Aliás, não precisa se dar ao luxo de ficar por muito mais tempo em Seattle, ninguém em lugar algum te quer por perto, sabe por quê? Porque você só sabe atrapalhar, é um estorvo, acha que seus pais ficaram chateados por você não ter ido ver eles? Me poupe, eles estão melhor sem você, todos ficam melhor sem você, vai embora e se eu fosse você, daria um jeito de sumir do mundo.
Acordo num sobressalto, meu coração está acelerado, e eu estou suada, é a terceira vez que sonho com esse momento nessa semana, ela realmente sabe entrar na cabeça das pessoas, olho ao meu redor e tudo está escuro, num absoluto silencio, como deveria estar.
Tento me levantar da cama, mas acabo me embolando na coberta e caio no chão. Vou até a cozinha buscar água, ainda atordoada, eu sei que ela tem razão, mas não posso lhe dar esse gosto, ou posso? Abraço o copo de água e escorrego até o chão, até que ponto ela estava certa? Eu poderia encontrar outro lugar para morar, ou pedir transferência para uma faculdade em outro estado, eu conseguiria me manter sozinha em outro lugar, mas será que devo fazer isso?
Acordo com a luz da manhã nos meus olhos, meu corpo inteiro reclama, abro os olhos e levo um tempo para perceber que estou na cozinha, tento me apoiar, mas acabo pondo minha mão em um local molhado, é água, o copo está próximo, pelo visto, acabei dormindo no chão da cozinha, tento me espreguiçar, mas meu corpo todo dói, com cuidado, me levanto e seco a poça de água, devo colocar na lista de lugares onde nunca mais dormir, no chão da cozinha.
Minha cabeça dói muito, e tenho que segura-la nas mãos porquê está muito pesada, volto para a cama e me mantenho no absoluto escuro, tem sido assim desde que voltei, não estou indo trabalhar, e as meninas ainda estão em Seattle, eu estou sozinha, Tiny está numa creche para animais. Divido meu dia entre comer besteira, jogar videogame, ler e dormir, e isso está sendo muito chato, porque sinto que falta algo, se eu estivesse lá, estaríamos fazendo alguma coisa estupida que Serah inventasse, ou até mesmo deitadas dormindo juntas, mas eu estou aqui, ainda processando o ocorrido, já entendi que eu passei dos limites, agora resta saber o que fazer daqui para frente.
Acordo um tempo depois, meu corpo está melhor, então consigo me levantar e escovar meus dentes, tomar um banho também é uma boa ideia, olho o relógio e são duas da tarde, eu poderia assistir algo em alguma plataforma de streaming, ou alguma gameplay, ainda estou em dúvida, mas no momento, minha barriga está roncando de fome, quando foi a última vez que comi?
Tento comer uma torrada, mas a comida está sem gosto e intragável, não quer descer e estou enjoada, largo tudo, depois limpo, pego minhas coisas e me arrasto para o banho. Deixo a água quente me levar, não costumo acreditar em muitas coisas, mas acredito fielmente que um banho é a resposta para tudo. Deixo a água escorrer e junto algumas lágrimas que insistem em escorrer, "você só sabe atrapalhar," "é um estorvo," as palavras de Emma não saem da minha cabeça, caíram muito bem para as minhas dúvidas, acho que é verdade mesmo, estou evitando pensar nisso, para não piorar.
Quando saio do banheiro, já devidamente vestida, passo pela sala, indo em direção ao meu quarto, estaria tudo certo, se a sala estivesse vazia, o que não está, Serah está no sofá, ao lado de Agatha, enquanto Cris e Andy estão jogadas no outro sofá, elas não deveriam estar aqui.
— O que vocês estão fazendo aqui? — Questiono.
— Moramos aqui— Cris me responde.
— Viemos passar as férias com você, não faz sentido se não estiver todo mundo. — Agatha diz.
— Em outras palavras, que ideia estúpida foi essa de me deixar sozinha com Shivani e Kamala? — Serah se levanta do sofá e me da um soco no ombro, levo a mão até a região, essa doeu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
12 ENCONTROS ATÉ VOCÊ
RomanceA irritante Emma está de volta, e não há muita coisa que Athena possa fazer sobre isso. Com o fim das aulas e o inicio do verão, Athena se vê cada vez mais próxima de quem jurou odiar, ou será que era apenas a irritabilidade que um sorriso convencid...