SÁBADO

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É sábado, e eu sempre levo Tiny para passear, o que significa que todo sábado de manhã acordo com uma lambida bem servida no meu rosto, e hoje não foi diferente.

Viro para o outro lado e ele começa a rosnar, outra lambida, dessa vez na nuca, eu odeio quando ele faz isso, é um cachorro impaciente.

— Está bem, você me acordou, — digo sentando na cama e procurando meu óculos, — bom dia garotão, — faço carinho em sua cabeça com ambas as mãos, — vamos tomar café.

Ele parece se animar e corre para a porta, não ouvi a hora em que as meninas chegaram, não que eu queira, Emma passou dos limites ontem, mas seria bom saber, para não dar de cara com ela, visto um moletom e saio do quarto, Tiny está logo atrás.

Coloco sua ração e vou em busca de uma tigela para colocar meus cereais. Enquanto os despejo ouço a porta de Serah se abrir, espero ver a mesma com o rosto amassado e uma roupa confortável, ou qualquer uma de suas aventuras da noite anterior usando apenas uma blusa sua, mas nenhuma das opções é a certa.

Quem sai do quarto de Serah é Emma, uma versão pouco vista antes, veja bem, não é costumeiro ela dormir aqui, até onde eu saiba, o apartamento que a mesma tem em Nova Iorque não é muito longe, e é mais confortável do que o apartamento de sua prima. Emma caminha até a janela e começa a se espreguiçar, seu cabelo está em um coque mal feito, que se não fosse pela xuxinha que o segura já teria soltado, ela levanta seus braços, seria capaz de tocar o teto se quisesse? Sua camisa acompanha o movimento e se levanta junto, mostrando uma camada de pele bronzeada e suas covinhas das costas logo acima de sua calcinha box.

Eu devo ter em algum momento parado de respirar, porquê só me lembro que preciso respirar quando meus pulmões começam a reclamar, desvio o olhar um pouco incomoda com a presença dela. Emma sorri e passa por mim começando a procurar alguma coisa pela cozinha.

Ela começa a abrir os armários, se esticando e abaixando em busca de algo, o problema em si, não é ela sair em busca do Eldorado ou qualquer outra coisa, é o fato de eu ter quase uma parada cardíaca quando a mesma se abaixa e empina a bunda, seria muito fácil desviar o olhar, se eu conseguisse, sinto o suor frio começar a brotar nas minhas costas quando a mesma para de frente a geladeira e pronuncia:

— Por que ao invés de você ficar olhando para a minha bunda, você não vai fazer o café?

— Quem disse que eu estou olhando para a sua bunda?

— Vai me dizer que você não está olhando para a minha bunda? — Ela se aproxima e pega um cereal da tinha tigela, o levando a boca — então por que sua tigela tá com mais cereais do que o necessário?

— Gosto assim, é muita prepotência achar que estou olhando para a sua bunda, você sabe que o mundo gira em torno do sol, não de você, não sabe?

— Vai se foder! — Diz voltando sua atenção para a geladeira, a qual aproveito que a mesma abriu, me estico e pego o leite. — Ei, eu estou aqui.

—Eu não estou fazendo nada Jones. — Coloco o leite para esquentar mantendo minha concentração no mesmo, as vezes, quanto menos contado visual melhor.

— Então me diz, — ela fecha a porta da geladeira com força e senta-se na bancada ao meu lado, — onde está o café? — Pego a cafeteira e o pó de café ao seu lado e entrego a ela que me olha com uma cara de quem não entendeu nada.

— Você está brincando né? — Ela arqueia uma sobrancelha. — Sabe como funciona, não sabe? Meio que a água e o pó se misturam e isso gera um fenômeno físico pois a mudança ocorre somente no seu formato.

— Você vai fazer?  — Sinto minha pressão cair quando ela pronuncia essas três palavras.

— Vai me dizer que você não sabe fazer um café em uma máquina? — Ela nega com a cabeça e quase caio para trás, achei que ela sabia fazer algo, além de atazanar a vida dos outros. Pego a cafeteira tomando o cuidado de colocar a quantia certa de pó e água e a ligo. Ela fica concentrada lendo a embalagem do pó.

12 ENCONTROS ATÉ VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora