Jogo Reativo - ToCar Au 🌡

#8

POV Carla

       Ainda estávamos nos 6 juntos, mas ao mesmo tempo completamente separados. Diego e Roberta ficaram de frente a tv, concentrados no vídeo game enquanto trocavam beijos e se desafiavam no Street Fighter. Alice foi com Pedro pra cozinha, com o objetivo de trazerem pipoca pra iniciamos um filme, mas acho que não voltam pra cá tão cedo. Restava eu e Tomás, cada um em um canto diferente do cômodo. Eu estava o evitando sempre que podia, mas era quase impossível, já que o mesmo sempre arrumava um jeito ridículo e incrédulo de me cantar.
Finjo não perceber, mas o vejo bloquear a tela de seu celular e logo se jogar do meu lado no mesmo puff gigante que a Roberta tinha em sua sala.

— Vai ficar postando no twitter mesmo sabendo que to aqui do teu lado, completamente disponível? – pergunta como se não fosse nada e eu imagino que seu sorriso irritamente bonito deve estar em seus lábios só pelo fato de estar se direcionando a mim.

       Era a primeira vez no dia que sua pele tocava a minha, me dando um frio sutil na boca no estômago com seu braço rígido apenas encostado ao meu. Não queria entender o porquê, mas eu sentia arrepios com ele perto demais. Respiro fundo calmamente antes de o responder a altura.

— Sim, vou ficar. Quer repeat? Procura outra, você tem várias, aposto. – o olho antes de me levantar, quebrando qualquer chance de aproximação entre nós.

— Não to vendo outra aqui além de você. – responde provocativo.

— Que azar, né? – sussuro em seu ouvido com o meu corpo inclinado para o seu ainda sentado, o deixando com a visão nítida de meus seios pelo decote generoso que fiz questão de colocar hoje.

     Essa provavelmente não seria uma coisa que eu fazeria se estivesse 100% sem álcool no meu corpo.

— Porquê, Carla? Porquê não quer ficar comigo denovo? – me questiona  cômico em um sorriso ladino, já de pé na minha frente ocilando suas íris castanhas entre meus olhos e minha boca. Sua mão agarrava minha cintura sem permitir a minha saída.

      Sorrio vitoriosa, mas... Era uma droga. Ele sabia exatamente como revidar. Eu não estava inconsciente, mas não era como se eu também estivesse em sã consciência.

— Não repito figurinha, isso não completa álbum. – digo firme.

— A mentira mais falsa que já ouvi. Qual foi? Você odiou nosso sexo? – manda na lata.

— Se eu odiei? – gargalho incrédula bebendo um gole do meu gin no copo.

     Ele procura respostas no meu olhar, sem saber o que me dizer.

— Só não repito. Fim da história. – concluo finalizando nossa conversa e tomando a atitude de finalmente tirar suas mãos de mim.

      Caminho direto pra cozinha, respirando fundo e rezando pra não atrapalhar o que quer que esteja rolando entre Pedro e Alice.