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Narração

        Tomás sorriu por um segundo com uma feição duvidosa do que acabará de ouvir da boca da morena e mesmo querendo não cedeu a tentação de, nesse mesmo instante, beijar os lábios dessa em que ele tanto desejava. 

— Que tipo de joguinho é esse seu agora? – Tomás a questiona, sem tirar seus olhos dos dela. 

— Eu não jogo, Tomás. Eu ganho. – Carla tenta assentir firme, mas estava sem ar perto dele. 

— Não vai ganhar agora. – o rapaz vira seu rosto do dela e toma distância da morena – Não vou cair nessa pra depois você jogar tudo na minha cara como se não fosse nada. 

— Desde quando ganhar virou sinônimo de pegar você? Não aja como se não quisesse me ter, Tomás. – ela provoca, tentando esconder a decepção de não conseguir o que de fato queria com ele.

— Eu é quem te pergunto, minha filha. Até então me odiava e ta jogando fogo na brasa agora porquê? – Tomás insiste firmemente, querendo ouvir suas explicações. 

        Carla não o responde. Prefiriu o silêncio ao invés de confessar o que ele tanto insistia pra ela confessar e que contrariaria seus argumentos até aqui.

— O gato comeu sua língua? Tô falando contigo, garota.

— Talvez tenha comido mesmo. – a mulher bufa em ironia abaixando sua guarda, sem saber se deveria mesmo o responder e Tomás percebe a sua mudança de expressão.

— O quê? Aqueles dois babões tão longe de ser gato. – ele ri – Qual é, vai? Não vai responder eu vou vazar, tempo voa. 

— À vontade. – Carla simplesmente o responde sem ânimo e paciência pra continuar aquela conversa, apenas o mostrando o caminho para fora daquela cozinha.

— Mas nem fodendo. – o rapaz sorri ladino – Já saquei e você não vai se livrar disso. 

— Disso o quê? – Carla rebate sem dar a mínima mesmo sabendo do que ele sacou. 

— Confessa aí. E ai eu penso se posso te dar o que eu sei que você queria com o provar alguma coisa. – ele propõe, sugestivo e confiante. 

— Nem por cima do meu cadáver. – ela se nega com o orgulho gritando dentro de sí.

— Beleza. – Tomás da de ombros saindo dali, deixando a morena pensativa e com a missão de encontrar os copos sozinha. 

POV Carla

          Respiro fundo contendo a raiva que sinto de Tomás e pego os copos indo direto pra piscina.
         Como segunda-feira ainda era dia de trabalho pra maioria de nós, o melhor a ser feito naquela piscina era jogar "faz ou bebe", uma vez que o objetivo da maioria ali não era a ressaca do dia seguinte. Eu estava odiando a forma como Tomás simplesmente se deixava entender que não ligava pra mim, a cada desafio idiota em que ele fazia pra se amostrar. Dentre os mais ridículos, estavam: "mande um direct proibido pra uma ex ficante" ou "tente beijar a Carla". Obviamente esse último não aconteceu, já que ele tomou cerca de 5 goles de cerveja com todo o gosto do mundo com a intenção de me provocar, me fazendo revirar os olhos.
          Tudo estava perfeitamente ótimo pra Tomás mas eu não podia deixar isso barato. Quando finalmente um desafio certeiro é me lançado, eu aproveito a deixa pra me vingar.

— Humm, certo senhorita Ferrer. – Alice inicia seu desafio depois de conversar com seu namorado – Você tem duas escolhas: beijar o Tomás agora ou gravar um vídeo pra nos mostrar e provar uma futura repetição na sua ficada com o Miguel.

— Miguel nem fudendo, e Tomás, jamais. – debocho – Mas... – faço uma pausa dramática – Quem não faz bebe, e eu odeio misturar álcool. – concluo sem pensar muito, e, cessando o suspense que se instava entre nós apenas vou em direção a Tomás.

         Não olho pros lados e nem sequer observo a expressão do homem a minha frente. Somente alcanço o pescoço do mesmo, chocando meus lábios no dele e abrindo espaço pra introduzir minha língua em sua boca, que rapidamente é cedido e correspondido, como eu imaginava.

POV Tomás

         Caralho. Era isso que o meu divertidamente xingava o que Carla Ferrer estava fazendo. 

          Impossível rejeitar, impossível conter e negar ao meu corpo o que tanto o atraía. Perplexo ou não, sentir seu corpo em sintonia com o meu era excitante. Minhas mãos são automáticas e deslizam por suas costas até se encaixarem em sua cintura. A beijar com aquele biquíni foi um ponto fraco meu exorbitante que agradeci gentilmente por estar de bermuda e em baixo d'água. A morena cessa nosso beijo mordendo meu lábio inferior e eu passo minha língua o lubrificando em aprovação a sua atitude, sorrindo igual um palhaço de circo. A mesma me lança um beijinho no ombro enquanto toma distância voltando a sua posição anterior na piscina. 

           Nossos amigos estão espantados e se quer ousam em dizer alguma coisa. 

— Ok... – Alice murmulha quase como para si, raciocinando o que tinha acabado de acontecer – Quem é o próximo? – pergunta deixando de lado o clima caótico. 

        Admitir de fato não era prioridade de Carla, mas o seu dom de brincar com fogo com certeza era. Era ridículo como em apenas uma brecha em que ela me deu eu não consiga mais manter minha pose de "nem ai" pra essa safada. 

 

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Jogo Reativo - ToCar Au 🌡Onde histórias criam vida. Descubra agora