À medida que o tempo passava, eu me sentia mais fraca. Além da fome e sede, minha cabeça doía sem parar. O sangue que escorria antes na lateral da minha cabeça, já havia secado fazia um tempo.
Sentia meus lábios feridos, minha mandíbula latejava e minhas costelas doíam toda vez que eu enchia o pulmão para respirar. Eu podia sentir meus pulsos feridos e, ardendo de tanto tentar me desamarrar em vão e minha costela doer, a cada movimento que fazia. Não sabia até quando iria aguentar e, às vezes desejava que isso acabasse logo, mesmo que fosse da pior forma.
Já era noite quando ouvi movimentação em frente a minha porta. Levantei minha cabeça para aparentar está firme e forte e encarei os quatro homens que apareceram em minha frente.
— Parece que o seu namorado não se importa muito com você. — fala Navarra ficando a frente dos demais e ergo uma sobrancelha.
— Eric? — questiono. – O que o faz pensar que ele é meu namorado?
— A camisa que está usando, com certeza não é sua. – Ele opina e sorrio em deboche.
— Só por isso deduziu que ele é meu namorado? Você é bem antiquado...
— Ih... Ela tá respondona chefia. — Um homem de boné branco brinca fazendo os outros zoarem também.
— CALADOS! — Navarra grita. — Reze para que ele se importe com você, caso contrário, meus homens vão te usar e usar... E usar, até não existir um fio de vida em você.
Navarra tinha os olhos duros e falava sério. Respirei de forma calma tentando não demonstrar meu medo.
— E se começássemos uma festinha agora? – Um deles sugere e olho para Navarra que sorria.
— Fiquem à vontade.
— Vão pro inferno! — Desejo juntando a pouca força que tenho para me mexer e sinto outra tapa em meu rosto.
Arfei fechando meus olhos. Escutei eles rirem e se aproximarem de mim. Senti as lágrimas esquentarem meu rosto.
Eu não queria morrer.
De repente ouço um tiro. Com minha cabeça baixa, vi os homens correrem para fora. Navarra dava ordens e gritava sem parar. Com a pouca força que eu tinha, levantei minha cabeça percebendo que um homem havia ficado e se escondido atrás da porta.
Fiquei encarando a porta aberta, desejando sair daqui. Quando finalmente os tiros cessaram, ouvi sua voz.
— MAYAAA!
Eu olhava para a porta achando ser ilusão minha. Eric estava mesmo aqui?
— É a polícia! Tem alguém aqui?
— MAYA! — Sua voz desesperada me fez chorar.
Suspirei quando vi sua figura na porta. Seu olhar de alívio se misturava com a raiva ao ver o estado em que eu estava. Balanço a cabeça em negação, tentando avisá-lo sobre o rapaz que ainda faltava, mas não adiantou. Eric correu em minha direção se agachando a minha frente. Ele parecia tão exausto.
— Amor... – ele sussurrou e senti suas mãos calmas e tranquilas em mim outra vez.
Ah, como senti falta desse toque. Pisquei meus olhos encontrando seus olhos e vi o vulto se mexer no fundo.
— Eric...
— Shii... Eu estou aqui.
— Atrás de você. – murmuro baixo.
Eric olha para trás no mesmo instante que ouço um tiro. Meu olhar vai para o policial que havia entrado e volta para o homem caído no chão. Ele ainda se mexia tossindo.
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Despertando Para o Amor
RomanceMaya Hill, é uma jovem bastante dedicada a seu irmão, sua única família, e ao seu trabalho de cuidadora. A jovem se vê apaixonada por um homem que após sofrer um acidente de carro, entra em coma. Erick Parker, é CEO de uma empresa famosa em Londres...