Capítulo 6

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Giulia Salvatore

Eu desisti, posso dizer isso, né? Mas não posso, porque o contrato tem uma multa que nem mesmo vendendo os rins da minha família eu conseguiria pagar. Sabe por quê? Porque o valor tinha que ser "condizente para os dois", mas o vaso sanitário da casa do Max deve valer mais do que o meu carro.

Eu nem quero imaginar a reação da Dri e do Horner. Se eles não tiveram um ataque cardíaco, significa que viverão mais umas dez vidas. Olho para o teto mais uma vez e me pergunto se Deus não vai aparecer e me levar para o outro plano, talvez tenha pena de mim e da minha carreira que afundou.

— Resolvido! — Max entra e eu faço a única coisa que posso fazer: arremesso minha garrafa de água nele. — Giulia!

Ele desvia.

— Que porra? Tínhamos um plano. Caralho! — Falo palavrões porque apenas um "droga" não resume minha raiva. — Você simplesmente estragou tudo! Como você pode dizer que estamos namorando? Não tivemos clima, nada!

Ele dá de ombros e vira as costas para mim. Ninguém vira as costas para mim. Vou até ele, andando irritada, e ele ri quando fico na frente dele.

— Você fica uma gracinha irritada. — Reviro os olhos e ele ri ainda mais. — Linda, qualquer um sente esse clima. Pode-se dizer que toda a sua raiva é tesão acumulado, e além disso, o que mais eu poderia dizer? A melhor coisa foi falar que estamos juntos.

— Nós não temos história, Max, não temos nada! — Respiro fundo, tentando me acalmar. — Não faz sentido dizer que estamos namorando do nada, literalmente do nada.

— Não foi do nada, foi depois de eu dizer que ia te pegar de jeito. — Bato em seu braço e ele ri. — Era a melhor alternativa, e além disso, as pessoas já estavam torcendo por nós. Agora é só dar a eles o que querem.

Saio de sua frente e vou até o sofá, afundando nele. O que será que todos estão pensando de mim, Senhor? Meus pais, meus amigos, meus clientes, meu Deus!

— E o que eles querem, meu Deus, eu sei de tudo? Porque até então, deveríamos ser o casal perfeito.

— E seremos, mas um casal perfeito do nosso jeito. — Ele pisca antes de se aproximar de mim. — Até mesmo a cor da sua calcinha é azul? Sorte a sua, terá que usar de novo.

— Max! — Grito, fechando minhas pernas ao máximo, e ele ri antes de se sentar ao meu lado. — Eu só queria estar um pouco mais preparada...

— Mas não tinha como, fomos expostos e nada melhor do que você ser a minha namorada. — Ele levanta da cadeira e se ajoelha ao meu lado, ficando cara a cara comigo. Seus olhos azuis transmitem uma mistura de preocupação e determinação.

Meu corpo estranhamente não se afasta, em vez disso, solto um longo suspiro, permitindo que sua presença me acalme. Ele coloca gentilmente uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, seu toque suave trazendo uma sensação reconfortante.

— Vai dar certo, Giulia. Daqui a pouco a mídia vai esquecer tudo isso, e se não esquecer, eu assumirei toda a responsabilidade possível. — Assinto lentamente, apreciando sua sinceridade e comprometimento. Ele segura minha mão que estava pousada no sofá, transmitindo segurança em seu toque.

— Desculpa, de verdade! Não imaginei que... — Ele parece genuinamente arrependido, suas palavras carregadas de remorso.

— Ninguém imaginou, Maxie. Está tudo bem. — Respondo com calma, buscando transmitir tranquilidade. Eu entendo que ele não tinha a intenção de nos colocar nessa situação complicada. Nossos olhares se encontram, e por um momento, sinto-me perdida dentro do mar azul de seus olhos. É reconfortante estar ao lado dele, mesmo em meio a toda a confusão.

E assim, nossa conversa chega ao fim. Ele permanece sentado no chão, segurando minha mão, enquanto eu me deixo envolver pela sua presença reconfortante. Embora tudo tenha acontecido de forma inesperada, começo a acreditar que talvez essa situação possa nos aproximar de uma maneira única. Juntos, enfrentaremos os desafios que estão por vir e encontraremos um caminho para seguir adiante.

The Contract • Max Verstappen Onde histórias criam vida. Descubra agora