Capítulo 3

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Giulia Salvatore

— Então, a família do seu pai veio direto da Itália, né? — Assenti com um sorriso. — Olha só, você não come carne nem amendoim por causa das alergias, e também é intolerante à lactose, mas não consegue resistir a um bom queijo. — Ele fazia suas observações sobre mim, e eu me sentia observada de uma forma estranhamente agradável. — Além disso, adora comida japonesa, exceto sashimis, tem um cachorro de estimação e descobri que a família da sua mãe tinha um circo.

— Exatamente! É por isso que às vezes acho que fui destinada a ser uma verdadeira palhaça. Mas, como o circo da minha família fechou há tempos, acabo sendo a comediante principal da minha própria vida. — Ele soltou uma risada gostosa, e eu aproveitei para dar mais um gole na taça quase vazia de vinho. — Non ce n'è bisogno, è stato tutto perfetto, grazie.

Falei rapidamente quando o garçom italiano veio encher minha taça, e ele sorriu em resposta antes de se afastar, nos deixando sozinhos. O clima entre nós estava descontraído e agradável, e eu não queria que ninguém interrompesse esse momento.

— Você está preparada para torcer por mim? — Ele lançou um olhar desafiador, e eu revirei os olhos de brincadeira. — Vamos lá, por que não a Red Bull?

— Sabe por que? Por sua causa, até o primeiro gole de vinho, eu te odiava profundamente, acredite! Quando você teve aquela batida com o Lewis e seu pneu... — Parei de falar por um momento, respirando fundo para conter a onda de emoções que se aproximava. — Eu só queria que você desaparecesse do circuito.

— Seu protegido estava completamente equivocado.

— Ah, é? Vai sonhando, queridinho. — Max soltou uma risada, parecendo se divertir com a minha irritação. — Não pense que vou passar pano para você, viu?

— Tudo bem. — Ele ergueu as mãos em sinal de rendição. — Mas vamos resolver isso entre nós, sem interferências. Depois da corrida, que tal um encontro só nós dois, com um bom vinho?

Eu sabia exatamente o que ele estava insinuando, e ele também sabia. Um sorriso malicioso escapou dos lábios dele, mas eu apenas neguei com a cabeça, tomando mais um gole de vinho.

•••

— Claro que você não poderia vir de forma discreta. — Horner comentou assim que me viu entrar.

É, eu seria um incômodo para a Red Bull, mas ninguém mandou me colocar como a namorada do Max. Eu não queria apenas usar as roupas comuns que todos usavam. Queria me destacar, não apenas por estar com ele, mas pelos meus próprios looks. Queria chamar atenção para mim, direcioná-la ao meu perfil, que na bio tinha o @ da minha empresa. É só fazer as contas.

E foi exatamente isso que passou pela minha mente quando vesti a calça de couro preta com um top azul escuro. Pelo menos estava representando as cores do time, mas eu realmente queria usar meu corset vermelho.

— Parece que falta algo do seu piloto favorito. — Max apareceu ao meu lado, seguido pelos membros da equipe de filmagem. — Fica? Depois eu pego de volta.

Ele colocou os óculos escuros que costumava usar em mim, e eu tinha certeza de que alguém vazaria essa foto. A simples menção de ontem e do nosso jantar já nos colocava em todos os portais que cobriam a Fórmula 1.

— Você se acha, né? — Sussurrei em seu ouvido, e ele riu. — Esse truque já funcionou alguma vez?

— Algumas vezes. Vai que funciona com você! — Ele se aproximou ainda mais. — Afinal, casais falsos também podem ter uma diversãozinha, não é? Vamos encarar isso por um ano, babe.

The Contract • Max Verstappen Onde histórias criam vida. Descubra agora