Capítulo 4

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Giulia Salvatore

— O quê? Eu não fiz nada. — Digo, fingindo inocência para provocá-lo.

Max solta minha mão e passa as mãos pelo cabelo, seu rosto fica vermelho enquanto ele o bagunça. Minha risada só piora as coisas, mas eu não consigo segurar.

Então, mordo o lábio inferior e vejo que ele está prestes a me matar apenas com o olhar.

— Eu não quero que as pessoas pensem que sou um idiota, então faça sua parte direito. — Ele quase cospe as palavras em minha direção, o que me faz colocar a mão na frente do meu rosto. — O que diabos você está fazendo?

— Não tenho um guarda-chuva, então estou me protegendo dessa chuva de cuspe. — Respondo com sarcasmo.

Ele parece tão chocado com o que eu digo que me deixa sozinha, o que me faz rir ainda mais. Rir tanto que acabo encostando na parede atrás de mim. Esse cara bonito realmente acha que vou me render a ele?

Meu querido, sou discípula de Lewis Hamilton.

•••

Respiro fundo assim que terminamos mais uma reunião sobre os vlogs diários que estávamos gravando. A intenção era mostrar um lado mais compreensível do Max para a mídia, mas me diga como posso fazer isso quando a cada dez palavras que ele fala, vinte são "fuck"? Por sorte, os caras conseguiram salvar muitas coisas na edição, o que é bom.

A imagem do piloto explosivo está sendo substituída pela do prodígio, pelo menos para as câmeras, porque eu praticamente tapo a boca dele quando algo dá errado, para evitar escândalos.

— Viu, Salvatore? — Ele esbarra o braço em mim. — Não sou tão ruim quanto parece.

— Isso se chama uma boa edição, Maxie. — Reviro os olhos e dou risada.

Ele me cansa mentalmente, e eu sei disso. Trabalho com métricas e sei quando algo dá errado ou não, mas com ele é imprevisível. Ontem, ele decidiu que seria uma boa ideia ir a uma festa, e o que tive que fazer?

Agir como babá e ir atrás dele, já que Honor praticamente me tirou da cama do hotel aos berros do lado de fora. Resultado: uma noite mal dormida. E sabe o que uma noite mal dormida significa para mim?

Inferno. Eu viro o próprio capeta. Desde o "bom dia" que ele me deu quando nos encontramos, estou me segurando para não agarrar seu pescoço e bater sua cabeça na parede.

E por fim, gritar: "Qual é o seu maldito problema?"

— Passa e nem dá bom dia. — Charles Leclerc chama minha atenção enquanto eu estava tão distraída que passei por ele sem perceber.

Estava desesperada em busca de um café.

— Ela não está tendo um bom dia, não dormiu direito à noite, né, linda? — Max passa seus braços sobre meus ombros.

Eu queria bater nele lá lá lá.

— Por que você não vai se ferrar? — Tiro os braços dele de cima de mim, e Charles ri antes de me dar um abraço de bom dia.

— Você vai comigo? — E é aí que eu acerto um tapa em Max. — Ai, Salvatore. Eu gosto de sexo selvagem, mas não desse jeito.

— Nojento. Você é simplesmente nojento. — Eu o alfineto, fazendo-o rir.

— Vocês são o meu entretenimento favorito no paddock. — Charles, o piloto da Ferrari, provoca, e seus comentários me fazem olhá-lo com raiva. — Não fique brava comigo, ele é a razão pela qual você não dormiu.

Charles diz algo obsceno, o que aumenta o ego de Max, que abre um sorriso largo e pisca para o piloto da Ferrari.

— Se eu estivesse dormindo com você, com certeza não estaria assim. — Pisco para Charles, que engasga, e olho para Max, que muda sua expressão para uma carranca. — Poderia ter tido um orgasmo na noite passada, mas a única coisa que recebi foram respingos de vômito no meu vestido quando você saiu do carro. Então, pare de se achar o máximo. Você não aguentaria uma noite comigo.

Com isso, deixo os dois pilotos ali, totalmente chocados com a falta de vergonha que eu tenho. Agora sim, bom dia. Vou em busca do meu café.

Mas mesmo antes de chegar ao meu destino final, Max bloqueia meu caminho, e eu sabia que ele detestava ser confrontado na frente dos outros. Conhecia-o o suficiente para saber que ele estava furioso.

— Você não vai sair por aí se vangloriando para seus amigos às minhas custas. — Olho firmemente em seus olhos claros, agora escurecidos pela raiva.

— Você vai ser minha namorada, todos vão pensar que nós... — Ele começa a rir de mim, como se eu fosse uma idiota.

— Podem até pensar, mas você não vai ficar se gabando de algo que não aconteceu.

Com essa frase, seu humor muda instantaneamente. Um sorriso lascivo se forma em seu rosto enquanto ele me examina de cima a baixo, fixando-se no decote do meu vestido.

— Mas pode acontecer se você quiser. — Max se aproxima, deslizando uma mecha do meu cabelo para trás. — Basta você pedir.

— Nos seus sonhos. — Respondo me aproximando mais, falando pausadamente. Eu estava brincando com o perigo em forma de pessoa.

— Nos meus sonhos, você implora, baby.

A tensão entre nós está palpável. Nenhum de nós quebra o contato visual, mesmo sabendo que todas as câmeras e olhares do paddock estão voltados para nós. Mas definitivamente não nos importamos, e não é por causa do contrato.

— É bom saber que estou nos seus sonhos. Tome cuidado para não se apaixonar. — Quebro o silêncio com um beijo no rosto dele. — E na cama, eu não imploro.

Sussurro a última parte, deixando o piloto da Red Bull novamente paralisado, enquanto eu me afasto e sigo em busca do meu café da manhã.

The Contract • Max Verstappen Onde histórias criam vida. Descubra agora