Adeline

748 20 12
                                    

Não podemos colocar Taylor Swift.

Entreabro meus lábios e a encaro, perplexa. —Por que não?! É tipo, Taylor Swift.

Juniper zomba e ajeita os óculos no rosto em um gesto nervoso, o suéter grande demais esvoaçando ao redor do seu pulso. —Mas são intercambistas. Vamos escolher algo mais... — ela se vira para Ellana, que ajeitava alguns cartazes com fita adesiva. —Anos dois mil?

Deixando o rolo de fita cair da boca, Ella franze as sombrancelhas. —Michael Jackson? Madonna? — sugere.

—Britney Spears? — penso com esperança.

Incrível! — Ella exclama ao redor da fita e me lembro de não usar este rolo.

Olhando ao redor, meus olhos quase doem pelas cores vibrantes. As líderes decidiram por algo bem fatídico, como uma balada dos anos noventa, com globo de espelhos e gelo seco.

A ideia é legal, se não fosse tão brega.

O que acontece é que os comitês sempre dão um pouco de notas extras; todo bimestre novas vagas eram abertas e meu favorito era o de jornalismo e fotografia, até a redatora-chefe me eliminar por escrever uma coluna de fofocas sobre ela e seu namorado, que havia forçado ela a pintar o cabelo de um tom horrendo.

Mas eu não sei porque, já que ela trocou a cor do cabelo uma semana depois e começou a sair com o Julian, um dos melhores do time de basquete.

Meu celular vibra no meu bolso e eu confiro, vendo que é meu irmão. —Ben?

—London acabou de chegar aqui. Deixei ela subir para o seu quarto, vai demorar muito para você chegar?

Olho para as garotas e mordo o lábio inferior, antes de afastar o celular do orelha. —Meninas, eu tenho um horário marcado para a manicure. Algum problema?

Ambas murmuram juntas que não e eu volto para meu celular. Pode me buscar aqui Ben?

Silêncio e um suspiro. —Chego aí em dez minutos.

Recolho minha bolsa e mando um beijo para Juniper e Ella.

Meu irmão acaba chegando em seis minutos, sem desligar o carro enquanto me espera.

—Cuidado com o tapete. — avisa assim que entro no carro.

Uma Mercedes-Benz 250 que ele tinha muito apreço e raramente saia da garagem, embora também fosse um dos meus preferidos, que meu irmão nunca me deixava dirigir.

Retiro os tênis de corrida de coloco dentro do saco plástico que mantenho em minha bolsa e meu irmão parece satisfeito, mas meus pés congelam pelo ar-condicionado ligado.

—Lá fora está congelando e você ainda deixa o ar ligado? — reclamo e levo minha mão para desligar, que ele intercepta com um tapa.

—Quando tiver seu próprio carro pode escolher a temperatura.

—Se papai me deixasse comprar um carro. — replico com um revirar de olhos.

—Se você não tivesse batido o carro dele. — retruca com um sorriso maroto.

Entreabro os lábios e faço um som surpreso. —Você estava me ensinado.

MADE IN  ̶B̶R̶A̶Z̶I̶L̶  USAOnde histórias criam vida. Descubra agora