—Não deveria ter feito isso. — Averil repete pela milésima vez.
Reviro os olhos e inspeciono os danos nos nós sangrentos dos meus dedos, uns poucos em carne viva. —Admita, foi incrível eu ter derrubado uma gangue de adolescentes. — digo com um sorriso, encarando-a através do espelho.
Ela me passa o álcool. —E um idoso. — completa.
—O que torna ainda mais asqueroso. — murmuro, umedecendo o algodão com álcool e chiando quando este toca a pele ferida.
Averil assente. —Onde aprendeu a lutar dessa maneira?
Gostaria de dizer que eu era um lutador clandestino ou que gostaria de ingressar no exército.
—Já mexi com algumas merdas em casa. Tive que aprender a me virar. — murmuro com vago interesse.
Eu poderia iniciar um monólogo sobre todas as vezes que bati ou apanhei de garotos com o dobro do meu tamanho, por motivos que iam desde roubar meu prato de comida até falar da minha mãe, mas, ao invés disso, descarto o algodão rosado e gesticulo para Averil me entregar outro chumaço.
Ela o faz, me observando cética.
—O que houve? — entreabro os lábios e pressiono o algodão em um corte, tentando não me envenenar por engano.
Averil mordisca seu lábio inferior. —Você realmente gosta de Adeline. — diz por fim.
Eu bufo, sentindo minhas bochechas aquecerem levemente; eu realmente gostava dela? É óbvio. Essa garota, Addie, minha ratinha, parecia consumir meus pensamentos e me fazer agir como um selvagem.
Merda, nem sabia suas flores favoritas e já sabia que todo o meu ser é dela.
Obviamente não posso dizer isso a Averil. Não sem que ela me encare como se eu tivesse chutado um gato na sua frente.
—Que tipo de homem seria eu se permitissem que fizessem isso com uma adolescente? — rebato.
—Tudo bem, — ela inclina a cabeça, sem parecer convencida pela minha resposta. —quero ver como vai explicar isso para mamãe.
—E Isaiah. — acrescento e gemo internamente.
—Isso não vai parar de sangrar tão cedo. — afirma categoricamente. —O que vai fazer?
—Posso fingir ser daquele filme. — tento me recordar do nome. —Pânico.
Averil ri e joga uma toalha para mim. —Parece mais o Pennywise.
Reviro os olhos e agarro a toalha, secando os braços e o rosto. —Acho que vou falar que me cortei enquanto lambia uma faca.
Suas sobrancelhas se franzem levemente e eu rio da sua expressão desconfiada.
Paro brevemente no pórtico quando Averil me impede de sair do lavabo; —Nunca imaginei que você ficaria com Adeline.
Olho sobre o ombro. —O que quer dizer com isso?
Averil encolhe os ombros levemente. —Pensei que eu teria uma chance com ela.
Solto algo entre um bufo e uma risada, minhas unhas cavando em minhas palmas enquanto me afasto; a ideia de qualquer um com Addie me induz a uma névoa pouco agradável.
𓏲 ๋࣭ ࣪ ˖
Encerro a ligação com a minha mãe e me deixo cair na cama, vendo minhas coisas espalhadas pelo quarto, como se eu realmente tivesse uma casa aqui.
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MADE IN ̶B̶R̶A̶Z̶I̶L̶ USA
Teen FictionAdeline e Gabriel. Adeline Belmodeur Ricco é uma típica adolescente norte-americana que pertence à uma classe mais elevada, com uma vida perfeita em sua bolha cor-de-rosa, mas Gabriel Alves Bernaddes, um intercambista brasileiro trás o caos em sua v...