Apago o charuto enquanto giro distraidamente na minha cadeira, apoiando o queixo nas mãos e estreitando os olhos quando Ava, minha secretária, entreabre a porta.
Seu perfume de lavandas inunda a sala, me fazendo franzir o nariz e girar o uísque em meu copo, bebendo em um único gole. —O senhor Blackwell está aqui. Devo deixá-lo entrar?
Assinto brevemente, apagando o charuto no cinzeiro marmóreo e me apoiando desleixadamente na cadeira, aguardando até que o opulento Lander Blackwell entre no meu escritório, sentando-se na poltrona em frente à minha mesa.
—E então, meu amigo? — Lander afrouxa a gravata no colarinho da camisa de botões impecável. —Como está?
Esfrego o ponto entre minhas sobrancelhas. —Já sabe como eu estou, Lander.
O homem em questão franze a testa e se deixa cair na poltrona, passando a mão pela barba por fazer, com indícios grisalhos. —Velho? — questiona. —Precisa fazer outra aplicação. — zomba.
Faço uma careta e ele sorri inocentemente, apoiando o tornozelo em seu joelho; meu amigo era apenas dois anos mais jovem que eu e esfregava diariamente na minha cara sobre como ele era mais jovem e as várias revistas exibindo seu título de solteirão mais cobiçado de Boston.
Bufo e sacudo a cabeça, sentindo o fedor de álcool e tabaco advindo do meu hálito.
Sua expressão zombeteira se desmancha. —Isso é sobre Aurora?
Suspiro e deslizo minhas mãos pelo cabelo, desfazendo o cuidadoso trabalho com gel e grampos. —O que quer dizer, Blackwell?
Lander gira o crucifixo em seu pescoço com o rosto endurecido. —Sabe o que eu quero dizer, Bentley. — ele faz uma pausa. —As crianças uma hora vão estranhar a ausência da mãe.
Alcanço o copo, apertando o vidro quando o vejo vazio. —Eles enfrentariam sua distância de qualquer maneira. Aurora queria abandonar a mim e aos filhos!
—Um divórcio não é a mesma coisa que um...
Interrompo, batendo ambas as mãos sobre a mesa; o charuto e as cinzas saltitam ao mesmo tempo que Lander. —Ela planejava desaparecer na Europa! — vocifero, saliva voando da minha boca.
—Eu ouvi tudo isso, Bentley. — afirma calmamente. —Eu estava presente.
Me levanto, trazendo o copo e servindo dois dedos de uísque escocês. —Então também estava presente quando disparei a arma.
𓏲 ๋࣭ ࣪ ˖
Sacudo os quadris ao som de Shake It Off e cantarolo o refrão, separando minhas roupas em duas pilhas: o que manteria e o que doaria para a senhora Duvoex, nossa vizinha que mantinha um pequeno bazar em sua garagem.
—Adeline! — salto com o grito, olhando na direção da porta, onde papai se apoiava com óculos aviadores nos cabelos e um sorriso afetuoso. —Abaixe essa música, minha filha, ou você vai ficar surda.
Assinto e me inclino no meu notebook, abaixando o volume da música que saía pelo sistema de som do quarto. —O que quer, papai?
—Vim ver o que estava fazendo. — ele observa o quarto. —Parece que um furacão passou por aqui. — comenta.
—Estou arrumando meu armário.
Papai assente e inclina a cabeça. —Veronika pode fazer isso. — afirma o óbvio.
Sacudo a cabeça, pousando o vestido que segurava na pilha de doação. —Gosto de separar roupas para doar para o bazar da nossa vizinha, a sra. Duvoex. — explico.
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MADE IN ̶B̶R̶A̶Z̶I̶L̶ USA
Teen FictionAdeline e Gabriel. Adeline Belmodeur Ricco é uma típica adolescente norte-americana que pertence à uma classe mais elevada, com uma vida perfeita em sua bolha cor-de-rosa, mas Gabriel Alves Bernaddes, um intercambista brasileiro trás o caos em sua v...