Capítulo 37 - Pesadelo

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— Não… não! Solta ela por favor… — Acordo com os gritos desesperados de Gustavo. Pego o celular dele na mesinha de cabeceira, ligo e pra minha surpresa vejo uma das nossas fotos juntas como papel de parede. Env iei pra ele no mesmo dia da nossa briga e eu confesso que me deixa imensamente feliz por saber que ele está usando uma das fotos como papel de parede, sei que é um detalhe bobo, mas esses mínimos detalhes nele me deixa feliz e me faz amá-lo mais ainda.

Enfim, olho as horas em seu relógio da tela inicial e são 2:42 da manhã. Ele começa a se rebater contra a cama, e está suando como nunca… — Não! Mãe… deixa ela em paz…

Balanço ele novamente e ele acorda, assustado, trêmulo e com os olhos vermelhos. — Ei, tá tudo bem! Calma, calma… Eu tô aqui — acaricio seu rosto e ele me puxa para seu colo.

— Me abraça!

— Sim, sim… tá tudo bem. Foi só um pesadelo — deito minha cabeça no ombro dele e beijo sua bochecha. Fico alguns minutos calada, acariciando seu peito e por fim decido quebrar o silêncio. — Quer falar sobre o pesadelo?

Ele me olha e sem dizer uma palavra, ele me empurra pro outro lado da cama, pega o roupão no chão, veste e depois pega a cueca.

— Onde você vai? — Encosto minha cabeça na cabeceira e ele abre a porta da varanda e sai.

Penso em deixar ele sozinho pra pensar, mas eu não consigo! Estou preocupada e enquanto ele não me contar do pesadelo, eu não vou ficar tranquila. Pego outro short na minha mala pois o outro que estava usando ainda está molhado. Pego uma calcinha, um sutiã e uma blusinha branca.

Assim que chego na varanda, Gustavo está com a cabeça abaixada no corrimão de pedra, então o abraço por trás. Aqui também está nevando bastante, mas não tanto quanto em Boston, agora o tempo está limpo, mas aqui faz bastante frio.

— Cecília, agora não… por favor! — ele diz com uma voz triste e se vira para mim.

— Eu não vou sair daqui enquanto você não me contar… Não confia em mim?

— Confio… é que… é difícil pra mim! Naquela noite, depois do jantar… aquela foi a primeira vez que não tive pesadelos depois de 9 anos! Vai fazer 9 anos em que eles morreram… você foi a única pessoa que me fez não ter pesadelos depois de tantos anos… depois daquela noite de amor com você eu não tive mais pesadelos e hoje eles voltaram de novo.

— Meu amor…, — abraço ele fortemente e ele acaricia minhas costas. — O que acontece nos seus pesadelos? Quer me contar?

— Varia muito! Às vezes vejo o assassino matando meu pai e meu irmão, ou então vejo ele estrupando minha mãe. É horrível! Eu sempre vivo aquela noite no meu pesadelo… A culpa foi toda minha! Eu fiquei parado e não ajudei eles…

— Gustavo, não diz isso… não foi a sua culpa! Se você tivesse tentado ajudar eles, você também teria morrido e você sabe disso… não foi sua culpa, olha pra mim… não foi a sua culpa, tá? Não foi!

Ele suspira — Promete pra mim que quando formos dormir você não vai desgrudar de mim? Eu preciso do seu calor, pra não ter pesadelos!

Sorrio — Prometo… vou dormir bem agarradinha de você, todos os dias até você nunca mais ter nenhum pesadelo.

— Obrigado.

— Vem, aqui tá frio. — Puxo ele pela mão.

***

— Então você foi na farmácia sem mim? — ele diz beijando meu pescoço enquanto brinco com a espuma da banheira. Estamos aqui nessa banheira há uns trinta minutos, e eu já me empanturrei de morango.

Encontro Com CEO - Uma Escolha Quase Perfeita (1° Temporada )Onde histórias criam vida. Descubra agora