Capítulo 39 - Venda de ações

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Assim que anoitece, pego um táxi e vou direto para casa da minha mãe ver minha pequena - Meu amorrrr... - entro na sala. Dulce se levanta do chão e corre até mim, ela pula no meu colo e eu a abraço fortemente.

- Cecília, - Minha mãe desce as escadas.

- Oi, mamãe. Tudo bem?

- Eu estaria melhor se seu pai não estivesse aqui. Ele veio pegar algumas roupas e eu não tô afim de ver ele... ah, e toda vez que olho pra essa criança me vem a traição do seu pai na mente.

- Mãe! Não fala assim na frente dela!

- Cecília! Estou cansada, filha! Depois nos falamos, pode ser? - ela sai e eu suspiro

- Não liga, Dulce... todo mundo dessa casa vive estressado. Eu sou a prova viva disso... olha, eu não trouxe seu presente como prometi, me perdoa por isso, me perdoa mesmo, é que tudo foi muito corrido. - Me sento no sofá com ela ainda no meu colo.

Ela sorri e acaricia meu rosto, num gesto de compreensão - Tava brincando? Você gosta de bonecas, né?

Ela suspira tristinha, desce do meu colo e pega uma bonequinha de pano no chão. Ela me mostra a bonequinha com a barriguinha descosturada e me olha com um biquinho. - Ah meu Deus! Sua bonequinha sofreu um acidente? Olha, eu não sei como resolver o problema da sua bonequinha, mas eu posso te dar outra igual ou parecida.

Ela suspira triste e volta pro meu colo.

- Olha só quem tá aqui... - meu pai desce as escadas.

- Papai...

- Você é a minha maior decepção, garota! Fiquei sabendo do seu casamento, terminou com ele?

- ... Você não tem o direito de falar nada, papai! O Nicolas estava ali só pra me espionar e tudo por sua culpa!

- Tudo que eu faço é pro seu bem! Não quero você perto daquele homem... aliás, logo logo sua diversão vai acabar quando você for expulsa da universidade. Recebi um e-mail hoje com o valor que você precisa pagar para se manter na faculdade.

- Por que enviaram pra você?

- Porque eles já enviaram pra você há um mês atrás... você não pagou então eles enviaram pra mim avisando que você só tem 15 dias para pagar - Eu falei que não ia te ajudar, então agora você se vira pra pagar! Você não consegue sustentar nem a você mesma, filha... quem dirá pagar a faculdade.

- Você acha? Eu vou pagar! Não se mete nisso.

- Me meto sim! Você é uma imprestável, amor... cê não vai conseguir pagar... Tchau coisinha loira - ele sorri e sai puxando sua mala.

Sorrio - Tive uma ideia pequena... fica aqui, tá? Vou subir no meu quarto pra pegar uma coisa e já volto.

Ela acena e desce do meu colo.

***

- Licença..., - entro na minha salinha. Hoje não é dia de estágio então quem está aqui ocupando o meu lugar é a outra estagiária. Ela é bonita, seus olhos são cor de mel, quase laranjas, seus cabelos são bem curtinhos e castanhos, ela é magrinha, magrinha até demais e ela usa um vestido rosa. - Eu sou Cecília, estagiária... trabalha aqui nos dias em que você vai pra faculdade.

- Ah, muito prazer. Sou Melissa, - ela se levanta da cadeira e me cumprimenta. A mesa dela está empilhada de papéis e ela parece estar bem atrapalhada.

- GAROTA, CADÊ O CONTRATO QUE TE PEDI? - Gustavo sai de sua sala e sorri assim que me vê. -... Senhorita Bennet, a que devo a sua honra? Que eu saiba hoje não é seu dia aqui.

- Não mesmo, mas eu preciso conversar com o senhor e essa conversa não pode esperar.

- Cadê o contrato dos ingleses?

- Senhor Gustavo! Já olhei em todos os cantos... eu não achei! - Melissa diz, apavorada.

- Eee... Na terceira gaveta, coloquei em ordem alfabética. É só você olhar na letra E que você vai achar.

Gustavo me olha surpreso - Quando eu terminar a conversa com a senhorita Bennet, você me leva o contrato e arruma essa bagunça - Gustavo coloca a mão na minha cintura e eu dou um tapa nela.

Entramos no escritório dele, então ele me prende contra a parede e coloca as mãos de cada lado. - Me perdoa... - ele sussurra no meu ouvido.

- Não! Eu não vou te perdoar Gustavo, não vou! Quero conversar com você sobre algo importante, por isso vim aqui. - Empurro ele.

- Você devia estar na faculdade, não aqui!

- Eu vou depois que você e eu conversarmos.

- Tá, então me diz. O que pode ser tão importante pra você vir até aqui? Senta aí - ele senta em sua cadeira e eu me sento na cadeira a frente.

- Eu tenho 40% das ações no banco do meu pai.

- 40%? Uau! Isso é muito bom... quer que eu te parabenize por isso? - ele diz com deboche.

Faço uma cara feia - Esquece... tô vendo que com você não posso contar...

- Ei, ei... calma! Eu tô brincando com você! Pode falar.

- Eu quero dar pra você... ou seja, se você aceitar você vai ser o maior sócio do banco do meu pai, depois dele, claro - entrego o envelope para ele.

- Cecília...

- Escuta, Gustavo! Esses são os documentos originais, você só precisa assinar que você vai ser oficialmente um acionista no BBFI, você vai ter direito a tudo naquela empresa... eu não recebo nada da empresa porque meu pai sempre fica com os meus lucros, mas se você aceitar tudo vai mudar.

Ele sorri - Você quer... tá falando sério?

- Tô, tô falando. Eu quero dar pra você, mas com uma condição. Eu te dou minhas ações e em troca você paga a minha universidade.

- Isso pode prejudicar seu pai... e muito!

- Não me importa! Meu pai quis guerra então é isso que ele vai ter... Você não quer, né? Tudo bem, arrumo outra pessoa - Tomo o envelope da mão dele e me levanto da cadeira.

- Não, não! Cecí... Ok. Eu aceito.

- Então temos um trato? - Pergunto.

Ele sorri - Temos... - ele estende a mão e eu pego nela. - É... seu pai sabe que você tá vendendo suas açãos?

- Não, mas logo irei contar... ele vai saber quem é na reunião do conselho.

- Então você quer que seja uma surpresa?

- Sim.

Encontro Com CEO - Uma Escolha Quase Perfeita (1° Temporada )Onde histórias criam vida. Descubra agora