𝐗

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𝐌𝐚𝐫𝐜 𝐌𝐚́𝐫𝐪𝐮𝐞𝐳

Acabo de limpar toda a sujeira que fiz quando deixei o copo cair e vou em direção ao meu quarto para me arrumar. Abro a porta do meu quarto e escuto uma porta se abrir atrás de mim. Meu irmão tinha acordado:

-- Marc? - Ele fala muito sonolento e mexendo no olho para poder ver direito. - Tá tudo bem?

-- Tá sim, só deixei o copo cair. Só isso. Pode voltar a dormir, hermanito. - Falo e mexo no cabelo dele, assanhando-o mais ainda. Estico-me um pouco e coloco um beijo em sua testa. Ele me abraça e logo volta para o seu cômodo. 

Entro no meu quarto e acordo o rapaz que estava lá. Peço para ele ir embora e pago-lhe uma boa quantia para ficar calado sobre o que fizemos. Arrumo o quarto e começo a decidir o que vou vestir. A escolha foi rápida e decido usar um short branco com uma camisa florida verde e de manga curta. Para os pés, opto por um par de tênis brancos. Ponho alguns colares e já separo o óculos de sol, porque, normalmente, as festas onde Stroll vai, o dia amanhece e a ela ainda não acabou. E, afinal, é uma Rave, então, nada mais que certo que a festa durará até o sol aparecer.

Vou em direção ao banheiro e tomo o meu banho. 

Penso em chamar Gemma, mas acho que ela deve tá dormindo agora. Decido mandar uma mensagem, de qualquer forma. Acabo meu banho e já vou logo me arrumar, mas antes mando mensagem pra Carlos perguntando se minha amiga poderia vir junto e ele me responde com um emoji de legal. Mando mensagem pra Gemma perguntando se ela quer vir conosco para a festa e falo com Carlos novamente para ele enviar a localização para poder mandar pra ela caso ela veja a mensagem mais tarde e queira se juntar a nós depois que nós já tenhamos ido. Ele me envia a localização.

Fico pronto em alguns minutos, mas não gostei da roupa. A cor não combinou muito com o ânimo que estou sentindo. Mudo a camisa por uma de mesmo estilo só que com a estampa mais alaranjada. Agora, sim. Agora é o Marc Márquez que conheço. Sorrio por ter gostado da roupa e escuto um som de notificação. Gemma respondeu e disse que estaria pronta em vinte minutos. Aviso a Carlos que ela vai com a gente e ele me diz que já tá pronto. Vou ir buscar ele, deve ser o tempo que ela termina de se arrumar.

Desço em direção ao estacionamento e acho meu carro. Entro no mesmo e traço o trajeto até o hotel onde Carlos está. Acho que chego lá em menos de dez minutos.

Começo a dirigir. Ponho numa playlist aleatória do Spotify e toca Corazón Partio, do Alejandro Sanz. Sei que não estamos em clima para músicas um pouco mais depressivas, mas não a mudo. Gosto dessa música. A coloco em um loop

Será que fiz certo em terminar com ele?

Balanço a cabeça e mudo meus pensamentos para Gemma.

Nós começamos a ter uma amizade muito boa desde que me assumi para as pessoas próximas. Fomos para mais festas juntos, estamos vendo mais filmes juntos, mais "dias da beleza", indo às compras frequentemente. É como se estivéssemos falando a mesma língua agora. É libertador ter alguém próximo a você que gosta de você do jeito que é. Claro que eu tenho o meu irmão e tenho Carlos, mas, às vezes, ela me parece mais próxima. Ela se tornou minha melhor amiga desde então. Todo mundo diz que amizade com ex é difícil, mas não é assim com ela. Claro que, no começo, foi bem complicado, mas logo ela me entendeu e eu a entendi e nos tornamos amigos. Eu nunca a traí com ninguém, apenas tive certeza de quem era enquanto estava com ela. Nem pense que é porque ela transa mal. Muito pelo contrário, ela faz muito bem. Só que, eu não consigo sentir atração por mulheres da mesma forma que sinto por homens. 

Chego no hotel de Carlos e mando mensagem pra ele poder vir ao meu encontro. 

Ele desce e tá muuuito gato, mais do que já é! Ele tá de camisa Raglan bege e de manga longa, porém as mesmas estão dobradas até seus cotovelos. Tá com uma calça jeans um pouco clara e um sapato marrom. O cabelo está organizado demais para o gosto de todas as meninas que preferem um cara mais desarrumado. E pros meninos também. Mas, de alguma forma, ele parecia estar mais bonito que já era. Seu espírito está mais sorridente. Ele não para de sorrir.
Sei que tá parecendo que tenho uma quedinha por ele, ou algo assim, mas não, ele é só meu amigo. Porém, um amigo muuuito gato.

Mudo a música quando ele entra no carro e logo o elogio aos montes. Ele também diz que estou bem bonito, mas me questiona sobre o frio:

-- Eu sei, mas até que hoje não está tão frio ao ponto de ficar todo engasgalhado. - Falo.

-- Verdade, mas achei que, pelo menos, você ia de calça. - Ele fala me olhando de cima a baixo.

-- Ei! - Protesto - Quem vai pra festa de calça?

-- Eu? - Ele fala com tom sarcástico. Aceno com a cabeça e reformulo a pergunta.

-- Qual gay vai pra uma rave de calça? - Agora, foi a vez de ele balançar a cabeça em concordância.

-- Inclusive, eu queria falar com você sobre isso... - ele começa a falar e me viro pra ele. - Pode ir andando com o carro, só que... deixa, depois a gente conversa - ele e vira pra mim e abre um sorriso muito fofo.

-- Tá certo, então. - Falo em tom de revolta e dou partida no carro. Gemma está hospedada próxima ao hotel de Carlos, então não vai demorar muito. 

Estamos andando quando o carro detecta uma ligação para mim. É de Jorge, o meu ex depois de Gemma. Encerro a chamada enquanto Carlos só observa.

-- Tá tudo bem entre você e o Jorge? - Ele quebra o silêncio desconfortável que surgiu após eu negar a chamada. Carlos sabia sobre mim e Jorge Martín.

-- Eu e ele terminamos faz pouco tempo... - Comento e ele solta uma exclamação baixa e o carro volta a ficar em silêncio.

-- Quer ouvir que música? - Pergunto.

-- Sei lá. Tu tava ouvindo qual?

-- Tava ouvindo Bad Bunny - minto -, gosta?

-- Huummm - ele dá de ombros -, bota aí, tanto faz.

-- Ok. - Digo pondo a suposta música que estava escutando enquanto o sinal não abria. Cantamos um pouquinho e chegamos para buscar Gemma. Ela já estava na recepção do hotel nos esperando.

-- Vocês demoraram muito! - Ela reclama enquanto entra no carro e se senta no banco do meio.

-- Ei, ei, ei! - Protesto me virando pra ver ela - A princesinha, que está linda com esse cropped branco, disse vinte minutos, não dez. - Ela põe uma cara chateada e não diz mais nada, apenas pede o celular para ir controlando as músicas e agradece o elogio. Carlos também a elogia e ela retribui.

Enquanto não chegamos na festa, cantamos muito e até dançamos um pouquinho. Quer dizer, eles estavam bem animados e eu só pude dançar um pouco. Alguém tinha que manter as mãos no volante.

Quando chegamos lá, Carlos faz uma pergunta crucial:

-- Quem que não vai beber, ou vai beber pouco, pra poder nos levar para casa depois?

Eu e Gemma respondemos ao mesmo tempo:

-- CARLOS! - Nos entreolhamos e começamos a rir. Carlos balança a cabeça e ri um pouco, assim, concordando em ser o nosso motorista na volta. Saímos do carro.

-- Vamos pra festa! - Gemma grita e se agarra ao meu braço. Juntos, vamos andando e Carlos nos acompanha um pouco mais atrás.

Why can't we be like that? ~ F1 (Boy x Boy)Onde histórias criam vida. Descubra agora