𝐗𝐕𝐈

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𝐀𝐥𝐞𝐱𝐚𝐧𝐝𝐞𝐫 𝐀𝐥𝐛𝐨𝐧

Meus músculos se contraem e sinto meu corpo paralisar quando ouço a identidade de quem está atrás da porta.

George.

Eu não esperava por ele.

Sinto meu rosto ferver e meus olhos começam a se encher de lágrimas que teriam caído pelo meu rosto caso eu não tivesse prendido a respiração. Como eu me odeio de ser tão emocional. Como eu me odeio por ser tão emocional por ele.

Fico encarando a porta com mil pensamentos rodeando minha cabeça quando a voz por trás da porta me leva de volta à realidade.

-- Posso entrar? - George pergunta, mas sua voz sai baixa, como se soubesse que eu estivesse próximo o suficiente para lhe ouvir.

Não olho para trás para encarar os rostos curiosos dos outros. Ando em direção à porta e giro a chave. Hesito quando seguro a maçaneta, prestes a abrir a porta e dar de cara com ele.

O que estou fazendo?

Seguro minhas lágrimas para que eu não chegue a fraquejar quando abrir a porta para o universo que é George Russel.

O que ele está fazendo aqui?

Giro a maçaneta e dou de cara com o portador dos olhos azuis mais simples e vibrantes que já vi, mas que hoje estão apagados e vazios como nunca tinha visto. Nem em seus piores momentos.

-- Podemos conversar? - Ele fala e noto que seus olhos estão vermelhos e inchados. Ele estava chorando?

-- Agora é uma péssima hora. - Falo saindo um pouco da frente da porta para que ele possa ver que eu estou com visita e que Lily está aqui também.

Seus olhos vão em direção ao espaço que deixei e noto que sua expressão séria vacilou revelando uma faceta tristonha e melancólica. Mas, voltou a portar a máscara séria rápido demais para que eu tenha certeza que sua expressão mudou ou se foi só meu subconsciente querendo me dizer que ele está triste por ver Lily dentro do meu quarto.

-- Por favor - ele fala e sua voz sai baixa o suficiente para parecer um sussurro, mas sinto que era mais uma súplica que qualquer outra coisa. Seus olhos estavam com um brilho que só pude ver quando ele estava treinando para a F1. Um brilho único. Um brilho de esperança. Uma esperança misturada com melancolia e dor, mas ainda assim era uma esperança.

Olho para trás sobre o ombro e noto que todos estão com olhares curiosos para nós. Pierre parece o mais indiferente com a situação, pois continua tentando puxar assunto com Lily e Yuki enquanto ambos tentam ouvir sobre o que estamos conversando.

-- Pessoal - falo e me viro totalmente para o interior do quarto de hotel -, vou na pracinha aqui perto com George - enquanto vou falando, minha mente vai pensando em uma "desculpa" para dar aos outros. - Só pra passear mesmo. Dar uma caminhada. - Ando em direção ao casal mais apaixonado do mundo e me despeço deles. Dou um selinho em Lily de despedida e me viro pra George que está acenando para o pessoal de dentro do quarto com um sorriso meio forçado, mas bom o bastante para enganar os que não o conhecem. Quando ele olha pra mim, noto que seu olhar está ressuscitando da morte que estava portando a alguns instantes atrás. Está mais vivo. Ou, apenas lutando para não morrer novamente.

Why can't we be like that? ~ F1 (Boy x Boy)Onde histórias criam vida. Descubra agora