15 | cúmplices

623 43 3
                                    

AYLA

Voltamos para Madrid, estamos fora desfazendo nossas coisas. Eu estou sozinha no meu quarto.

Não dormi nada ontem pensando na noite passada ou na madrugada de hoje. Tô tão confusa, eu não devia, mas ele estava irresistível. Espero que ele esqueça, de verdade. Nunca mais repetirei isto

- Ayla? - Sofia aparece na porta me fazendo escapar de meus pensamentos

- entra- digo e ela elegantemente anda em minha direção e se senta graciosamente ao meu lado, estranho um pouco - o que foi? - ela olha para a porta e para os dois lados

- o que aconteceu ontem?! Você não me fala nada, chegou muda - ela diz me chocalhando

- calma! - digo e ela fica quieta sorrindo - não aconteceu nada, conversamos só

- sobre...

- coisas desinteressantes

- ah é, se fosse tão desinteressante assim ele não vinha te buscar de madrugada. Qual é? Nem um beijinho

- Sofia! - repreendo - que falta de elegância uma princesa se comportando dessa forma, né?

- ué? Você é a única interessante nessa família, achei que tivesse rolado algo - ela diz me olhando - queria fazer parte de seus ancestrais, sabe, da sua bisavó. Ela é o conceito de coragem

- não sei muito bem se você lidaria com os haters

- você tem haters?!

- demais, diríamos que alguns falam que estou atrapalhando a família real, me chamam de intrusa e outras coisas - ela fica boquiaberta- mas é pela internet, relaxa. Não tem coragem o suficiente para mostrar a identidade

- de qualquer forma, isso é inapropriado para a família real, desrespeitoso contra o nosso nome. Você é uma de nós! - ela toca na minha mão - se mais alguém escrever ou falar algo assim, me avisa que direi ao meu pai é esse com certeza pagará pela calúnia

- obrigada- sorrio - mas não precisa, tô bem, sério

...

Se passaram mais dois dias. Eu já havia esquecido, ou quase. Ainda tinha alguns sonhos com seu olhar encantador sobre a luz do luar, o que eu fiz?

Eu e a família real íamos visitar um orfanato, tinha muitas crianças. Meu tio falou algumas palavras e cumprimentamos algumas crianças e jovens órfãos.

Quando já estávamos saindo do prédio, uma garota pediu para eu assinar sua blusa de time. Que por acaso era do Barcelona. Ignorei meus pensamentos e assinei, a bela garota negra com seus lindos cachos até os ombros sorrio para mim

- você é uma ótima princesa, quero ser como você - ela diz docilmente

- obrigada pequena. Você com certeza ser melhor que eu - digo passando a mão em seus cachos fazendo ela sorri

- Infanta Ayla, temos que ir - diz Ruben ao meu lado e eu assinto

- tome princesa- a pequena me dá um papelzinho amassado - ele pediu para que eu te entregasse - ela sorri - ele me deu essa blusa bonita. Nem sei que time é esse, mas a cor é bela, não? - fico pasma com as suas primeiras palavras

- ah... sim, combinam com você - digo sorrindo e olho ao redor

- ele não está aqui, mas pediu que eu a entregasse

𝖙𝖍𝖊 𝖜𝖗𝖔𝖓𝖌𝖊𝖉 𝖑𝖔𝖛𝖊 >> 𝕲𝖆𝖛𝖎 Onde histórias criam vida. Descubra agora