cap 2.

1.6K 134 36
                                    

—Vamos! O que estão esperando? Mudem de lugar! — Com o sorteio das duplas, todos ficaram petrificados. Esse "sorteio" colocou juntas exatamente as pessoas que tem rixa da sala. "Jaime e Jorge" e "Valéria e Maria Joaquina" definitivamente foram as piores.

Tudo bem que hoje somos todos amigos da Maria Joaquina, mas a Valéria perde a paciência com ela e com as coisas que ela fala muito fácil, então aquela dupla não vai aguentar uma hora sem começarem a brigar.

—Mas professora! — Jaime iniciou frustrado.

—Sem mas, Jaime! Eu não mudarei a dupla de ninguém. O objetivo da mudança foi justamente vocês sairem do seu conforto e irem se aproximar de outras pessoas, e mudar isso acaba com todo o propósito do trabalho. Vamos lá gente! Já é agosto, vocês precisam me trazer essa redação sobre seu colega em dezembro, não é muito tempo.... — 4 MESES SÃO MUITO TEMPO SIM PARA FICAR AO LADO DE SIMPLISMENTE PAULO GUERRA! — Podem começar a trocar de lugar porque já perdemos muito tempo de aula.

—Tchau amiga... — Marce disse me abraçado e se levantou para ir a sua dupla. A sala toda estava murmurando descrente e triste pelo o que acabou de acontecer, e Paulo parece mais ainda. Chegou e simplesmente tacou o caderno em cima da mesa e a mochila no chão, me fazendo encolher pelo susto.

—Você é simplismente patética, moranguinho. Se encolhe toda só com isso?

—Você que é patético menino! Eu em, nunca fiz nada para você. E que história de moranguinho é essa?

—Olha só! Aprendeu a falar foi? Vou ter que registrar esse momento. — revirei os olhos. Ele me irrita muito, que saco.

—Olha só Paulo, eu sei que você me odeia e tudo mais mas pelo bem de metade dos pontos do semestre, vamos fazer isso logo? — eu disse, pegando o papel e caneta pronta para começar a escrever algumas coisas sobre ele, montar uma redação e depois nunca mais precisar de olhar na cara dele.

—Nada disso Alana! Esse trabalho seguirá fases, e eu vou explicar isso agora. Inclusive se eu ficar sabendo que algum de vocês inventou a redação toda, vai zerar os pontos na hora! — A professora disse e eu corei ao perceber que falei alto de mais.

—A preferidinha da professora fazendo alguma coisa errada? Que feio moranguinho.... — Ele disse no pé do meu ouvido.

—Sério, Paulo. Que história é essa de moranguinho? — E ele simplismente não me respondeu. Me deixando com cara de tacho esperando uma resposta.

—Enfim gente, foi esse o trabalho. — o sinal tocou. — Não se esqueçam de estudar para o teste de matemática!

O que? Não é possível que eu não escutei nada! Ah, depois eu pego com alguém... Retoquei meu gloss favorito de morango, da oboticario e fui em direção as meninas que estavam discutindo algo.

—Gente mas que ideia de girico foi essa da professora! Trocar a gente de duplas para um trabalho QUE VALE METADE DOS PONTOS DO SEMESTRE no final do ano? — Majô disse e todas concordamos.

—Para né. Vocês pelo ao menos conseguiram uma dupla que não odeia vocês e que não te xinga a cada cinco segundos. — eu disse pesarosa e as meninas concordaram que eu realmente peguei a pior dupla.

—Ah gente, meu irmão não é assim tão ruim.

—Amiga, por favor né. Você sabe que ele me odeia.

—Você pode deixar que se ele continuar eu mesma dou um jeito nisso. — ela disse me fazendo rir.

Adoro que a Marcelina sente uma vontade de me proteger, e sempre foi assim desde o terceiro ano. Ela é a melhor amiga/alma gêmea que eu poderia ter.

O sinal tocou para as próximas aulas, mas vou passar no banheiro antes para ver como estou. Meus cabelos são loiros naturalmente, iguais os de minha mãe.

Minha mãe é Francesa e meu pai Brasileiro. Eles se conheceram quando meu pai foi a França a trabalho, de acordo com ele foi amor a primeira vista. Depois de um tempo, meu pai precisou voltar ao Brasil e não queria terminar com ela, então os dois pediram transferência para cá e é onde vivemos. De vez em quando vamos para França visitar nossos parentes, por conta disso e da influência em casa, sou fluente em francês, que pra mim é a língua mais linda existente. Não tenho muitos traços do meu pai, sou a cara da minha mãe e só peguei os olhos azuis dele.

Terminei de me arrumar e voltei para sala. As aulas pareceram uma eternidade com Paulo do meu lado, ele é intimidante só de estar perto. Desde que começou a fazer academia, está bem musculoso e forte, então só de olhar para ele me faz encolher. É impressionante como as pessoas mais chatas do mundo conseguem ser as mais bonitas, embora eu nunca admita isso.

Quando as aulas acabaram foi como se tivesse tirado um peso das minhas costas e me livrei do clima negativo que estava naquela sala.

—Então, você pode passar a tarde lá em casa? Você almoça lá em casa e a gente passa a tarde estudando e falando mal daquele povo chato lá de casa. — Marce propôs.

—Claro! Tenho só que passar em casa e avisar minha mãe que vou pra sua casa.

—Então tá. Vamos fazer um bolo e ler enquanto comemos! Vai ser incrível. — concordei e continuamos conversando até chegar no nosso prédio, que é bem perto do colégio.

—Bonjour, mamãe. — eu disse dando um abraço na minha mãe, que deu um beijinho na minha cabeça.

—Como foi a escola, lana?

—Tudo bem. E o consultório?

—Bem calmo, hoje não tive muitas consultas. — Minha mãe é esteticista e cirurgiã plástica, mas desde que nasci ela largou a cirurgia para ser mais presente na minha infância. Meu pai também é médico, ele é ortopedista clínico. Eles se conheceram no hospital que minha mãe trabalhava e começaram a namorar e vieram para cá.

—Então mãe... A Marcelina me chamou para passar a tarde lá, ajudando ela a estudar a matéria da prova de amanhã que ela não entendeu, posso ir?

—Claro! Marcelina tá sumida daqui, você tem ido mais para lá. E aquele irmão dela em? Paulo, eu acho. Ele me cumprimentou ontem no corredor e que gatinho que ele está! Aproveita minha filha! — Ela disse maliciosa, me fazendo corar mais que um pimentão em resposta.

—É....para com isso mãe! Você sabe que ele me odeia e eu odeio ele mais ainda!

—Odeia nada minha filha, isso aí tem nome. E você pensa que me engana mas eu percebo tudo, viu? — ela disse piscando um olho para mim.

—Tchau mãe! — peguei minhas coisas e saí para terminar aquele assunto, escutando ela rir ao fundo.

Fechei a porta correndo e quando ia me virar para bater na porta da casa dos Guerra esbarrei em alguma coisa, ou melhor... alguém.

Oioi gente! Mais um capítulo para vocês :)
Vocês estão gostando da fanfic? Sejam sinceros viu!! Não se esqueçam de votar e comentar ao longo do capítulo. Beijocas!
-A.

My sister's friend | Paulo Guerra. Onde histórias criam vida. Descubra agora