cap 23.

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—Como assim você não foi selecionada para a corvinal? Você é totalmente corvina! —Daniel questionou abismado com a minha revelação, de que na verdade pertencia a sonserina, e não corvinal.

—Claro que não! Sou a pessoa mais ambiciosa que existe! —Disse óbvia. — Muitos me confundem com corvinal pela "inteligência" característica da casa, mas esquecem que a verdadeira inteligência e coragem está na sonserina. Nunca parou para pensar que ela é conhecida pela casa dos vilões justamente porque somos os únicos que tem coragem e força de vontade para atingir algo maior? —Me calei percebendo que já estava tagarelando demais, algo muito comum para mim, que falo muito quando gosto de alguma coisa.

—Continue! —O menino disse, me encorajando a falar mais. Isso me deixou feliz, embora eu não realmente ache que ele está interessado, porque enquanto eu falava ele prestava atenção em algo atrás de nós.

—Ah, não! Já falei, é isso que eu penso. —Respondi meio sem graça, odeio quando não prestam atenção no que eu falo, sinto como se estivesse incomodando. A única pessoa que me escutava e fazia perguntas com verdadeiro interesse era... Paulo.

Paulo Guerra. Como eu sinto saudades...
Das suas piadas, dos seus beijos, dos seus braços, do seu ser por completo, pois foi por sua alma que me apaixonei. É tão triste que eu finalmente tenha percebido isso quando estamos nessa situação crítica, me dói tanto! Tudo que eu queria agora é estar com ele, sendo seu par, rindo das suas piadas, entre os seus braços. Daniel foi um ótimo amigo ao me convidar para ser seu par, especialmente em um momento frágil como aquele, mas a verdade é que não era com ele realmente que eu queria estar. Eu queria estar com o menino que eu amo.

O pior de tudo isso é que ele deve estar nem ligando para mim nesse momento, como se nada tivesse acontecido e eu nunca tenha existido para ele. Desvio meu olhar para sua direção e vejo ele e Carmen, compartilhando o mesmo copo de um líquido vermelho igual um ponche de filme americano. Ele começa a rir de algo que a menina disse, e isso dói em mim como um soco no estômago, como se eu tivesse caído na real que tudo que eu estou sentindo vai demorar a passar e não é recíproco. Lágrimas surgem no canto dos meus olhos, e todas as memórias surgem na minha mente como uma avalanche, e minha primeira reação foi me esconder no banheiro, e isso que me levantei para fazer.

—Ei, espera! Aonde que você vai? —Daniel se levantou preocupado, e ainda sem olhar em seus olhos, eu respondi:

—Vou ao banheiro. É rápido, espere aí. —O escutei assentindo, e fui correndo o mais rápido que consegui para fora do salão. Correndo, pude escutar sua voz preocupada atrás de mim, gritando meu nome.

—Alana! Moranguinho! —Ouch. Aquele apelido doeu, e eu não gostei da sensação. Continuei correndo, até que fui parada no meio da ponte pelo seu braço me puxando.

—O que foi! —Me virei irritada, com os olhos vermelhos para ele.

—Não faz isso comigo... eu não consigo te ver chorando...

—Bem hipócrita da sua parte, considerando que estou chorando exclusivamente por sua culpa. —Respondi debochadamente.

—O que? Você está chorando pelo o que aconteceu no jogo?

—No campo, no lago, tudo! Você sabe muito bem o que fez, não minta para mim!

—Mas... no lago? O que eu fiz no lago? Você não gostou que eu fiz aquela brincadeira e pulei junto com você ontem? Porque não me disse na hora?! Eu teria...

—Não! Claro que não. Eu tô falando de você e Carmen, se beijando. Não vá dizer que já se esqueceu da pobre coitada e descartou assim como fez comigo.

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⏰ Última atualização: Sep 25, 2023 ⏰

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