Different Sides | Versão SeungIN | EnemiesToLovers ✔

36. Não Tem Direito De Confiscar

Kim Seungmin

- Então não vai poder ir na festa porque tem que cuidar do seu irmão? - Hyunjin perguntou em um tom desanimado.

- Pois é, não posso deixá-lo sozinho. - Suspirei também frustrado.

- Mas a festa é apenas de noite, Seungmin. Seus pais não vão passar a noite fora. - Hesitei por alguns instantes.

A questão é que meu pai teria que voltar para a sede para resolver pendências no caso Han. Ao que parece, as buscas por aliados de Adam não estão indo bem.

Não temos pistas das pessoas que estão atrás de Jisung e Jeongin, e o quão longe podem ir. Adam disse com todas as letras de que não desistiria de procurar e que conseguiria um acordo com a polícia assim.

Adam não quer ceder, não quer admitir derrota. A justiça tentou acordo várias vezes e todos foram recusados.

A questão é que o ex-marido de Jisung está possesso e determinado a se vingar. Não só se vingar, mas usar até o próprio filho para poder ser solto.

Ele não quer redução, ele não quer um acordo. Ele quer total liberdade e temo que também queira um pouco de sangue.

Vi o vídeo de seu depoimento e confesso que suas palavras quase me fizeram vomitar.

"Jisung me pertence. Vivo ou morto, ele me pertence. Vocês podem me manter aqui por quanto tempo quiserem, meus aliados estão atrás deles e é quase impossível se esconder por tanto tempo." Seus olhos estavam penetrantes, vidrados de ódio e sarcasmo. "Jisung fez parte disso, não sei porque ainda insistem em mantê-lo em proteção. Meu querido filho também não é confiável. Você estão ouvindo, cães de guarda? Os dois voltarão para mim, implorando por luxos e proteção de minha família. Eles sabem..." Riu e olhou diretamente para a câmera. "Me ignorar é difícil. Jisung ainda me ama e Jeongin não vai abandonar o pai ômega."

- Seung? - Hyunjin balançou as mãos em frente ao meu rosto.

- A questão é que não sei que horas meus pais vão voltar. Sua mãe quer ajuda de Jisung no jantar comunitário, meu pai pegou o turno da noite na delegacia local e Sophia não vai voltar tão cedo, ela foi aceita na turma, vai fazer de tudo para se enturmar ainda mais. Não quero deixar Jeongin sozinho. - Pressionei os lábios.

Também não quero ficar sozinho com ele.

- Ele vai estar dormindo quando você sair. - Hyunjin sorriu. - Podemos ir de madrugada, Seungmin. Sophia e Jeongin estarão dormindo profundamente. Não terá que deixar ele sozinho.

- Meu pai me proibiu de sair do lado dele, Hyunjin.

- E por que isso?

- Costume da cidade grande. - Hyunjin me olhou desconfiado. - Se eu for, terei que ir escondido. Não é o que vai fazer também? Ir escondido de seus pais?

- Sim. - Deu de ombros. - Isso significa que você vai? Um amigo virá me buscar umas dez horas da noite, posso pedir para ele esperar você na esquina.

- Meus irmãos demoram a dormir e eu preciso garantir que meu pai ômega estará em casa.

- Sem problemas, podemos nos encontrar uma da manhã no ponto de ônibus. O que você acha? É o suficiente? Vai dar tempo de eu dar uma volta com o meu amigo até a hora de te buscar.

- Uma da manhã no ponto de ônibus. - Murmurei e concordei com a cabeça. - Tudo bem. Acho que posso dar um jeito.

- Seungmin? - Ouvi a voz de Jeongin atrás de mim e meu corpo ficou tenso. - Quem está na porta?

- Hyunjin está aqui! - Gritei tentando bloquear a visão do garoto. - Veio saber como está seu pé.

Virei a tempo de ver Jeongin arregalar os olhos e levantar uma das pernas. A perna errada.

- Jeongin, como vai? - Hyunjin sorriu e me empurrou da frente da porta. O catei pela blusa e tentei me colocar novamente na frente de seus olhos.

- O pé esquerdo do Jeongin está machucado. Esquerdo! - Arregalei os olhos para o ômega que na pressa para corrigir seu erro, se jogou de qualquer jeito no sofá.

- Jeongin? - Hyunjin franziu o cenho e se aproximou. - Você caiu? Está tudo bem?

- Me desculpe, eu tropecei. Meu pé está doendo muito, e-eu até consigo andar mas tem vezes que ele simplesmente trava. - Sorriu nervoso e eu revirei os olhos. Péssimo mentiroso.

- Sinto muito. Sua casa realmente é uma armadilha, não é? - Riu sem graça e analisou as escadas.

- Pois é. - Jeongin mais uma vez sorriu nervoso e se ajeitou no sofá. - Está tudo bem com você?

- Ah, sim, está tudo ótimo. É uma pena você estar assim, eu... - Empurrei Hyunjin para a porta, sabendo que ele cometeria um deslize a qualquer momento.

- Conversamos mais tarde, está bem? Eu vou até sua casa para terminar nossa conversa. - Fechei a porta antes que ele pudesse discordar e me virei para Jeongin. - Pé esquerdo. Não se esqueça, tá bem?

- Deveria ter me dito antes. - Revirou os olhos.

- Minho explicou detalhadamente tudo que Niall disse aos Hwang, justamente para não cometermos deslizes. - Cruzei os braços.

- Não prestei muito atenção. Não pensei que teríamos visitas. - Deu de ombros. - O que Hyunjin queria?

- Hyunjin é meu amigo agora, ele veio para conversar. - Jeongin me olhou desconfiado. - O que foi?

- Hyunjin não parece ser o tipo de pessoa que você formaria uma amizade.

- Sim? E o que você sabe sobre mim? - Bufei e andei calmamente até a cozinha.

- Seungmin... - Sua voz ficou mais baixa. - Sobre ontem...

- Eu não quero conversar sobre ontem, Jeongin. - Tirei uma garrafa de água da geladeira, evitando contato visual com o ômega.

- Precisamos conversar sobre o que aconteceu. As coisas estão estranhas e... - Soltei uma risada alta e larguei o copo na pia.

- As coisas não estão estranhas, não tem um motivo para as coisas ficarem estranhas entre nós. - Balancei a cabeça. - Não aconteceu nada demais.

- Não? - Seu tom subiu um pouco e eu finalmente me virei para ele.

- Além de você ser um mimadinho escondendo um notebook? Não, nada demais. Aliás, espero que não procure por ele na parte de baixo do sofá, eu o confisquei. - Sorri maldoso.

Vi suas bochechas se tornarem vermelhas de raiva e tive que prender um suspiro aliviado. Jeongin é perigoso para mim. Aquela conversa estava tomando um rumo perigoso. Tudo que aconteceu se tornou perigoso.

- Você não tem o direito de "confiscar" nada meu. - Fez aspas com os dedos e se aproximou mais do meu corpo.

Não recue!

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