64. Meu Primeiro Grande Amor

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Kim Seungmin




— Sabe que eu já até acostumei a ir na parte de trás da caminhonete? Eu até que gosto. Além de poder admirar a vista incrível, é maravilhoso poder sentir um ventinho no rosto e nos cabelos. — Jeongin sorriu satisfeito e eu comecei a rir. — O que foi? — Cruzou os braços. — Por que está rindo de mim?



— O ventinho nos cabelos acabou com os cabelos. — Zombei e me coloquei na frente dele com um sorriso querendo se abrir em meus lábios. — Está parecendo um porco-espinho. — Comecei a passar minhas mãos por seus  cabelos, tentando ajeitar da melhor forma possível. Fiz o meu melhor até notar seu olhar intenso e o sorrisinho em seus lábios. — O que foi?



— Nada não. Está melhor agora? — Passou as mãos pelas laterais.



— Ainda está uma merda, mas uma merda um pouco mais controlada. — Resmunguei, me sentindo um pouco incomodado com o olhar afetusoso que Jisung e Jeongin estavam me direcionando. Algo que estava se tornando muito frequente.



— Até que aqui não é tão ruim. — Jisung murmurou ao olhar ao redor. — Parece que essa cidade adora me humilhar.



— Como assim? — Tentei olhar na mesma direção que ele estava olhando. 



— É que as barraquinhas sempre são para testar  alguma habilidade, e eu não tenho nenhuma. —  Inflou as bochechas e cruzou os braços. — Me deixa muitíssimo chateado!



— Eu deixo você chupar um pirulito. — Papai passou o braço pelos ombros dele, o puxando contra seu corpo e o oferecendo um sorriso terno.



— Doces! — Jisung sorriu grande em resposta.



— Não, um doce só! Só um pirulito! Não quero entrar em competição nenhuma e também não quero sair com um animal daqui. Já basta ter que carregar Kim Seungmin.



— Ei! — Ralhei, me sentindo ofendido. 



...



— E por que estamos fazendo isso? — Jeongin perguntou e soltou uma risada baixa em seguida.



— Para testar nossos conhecimentos, ué! — Me sentei no banquinho que a atendente da barraquinha indicou.



— É um jogo que testa casais, Seungmin! A premissa do jogo é descobrir se o casal se conhece o suficiente. — Jeongin resmungou enquanto a mulher o entregava um pequeno balde em formato de coração.



— E daí? Eu quero saber se me conhece o suficiente! Já podemos começar? — Sorri para a atendente, que parecia achar nossa interação divertida.



— As perguntas estão nesses cartões. — Colocou a pilha em cima do balcão e empurrou para o centro. — É só pegar o papel de cima e fazer a pergunta. Os pontos são contados pela quantidade de doces. Um acerto, um doce.



— Vamos participar também? — Jisung se virou para Minho com um sorriso enorme. — Podemos levar os doces para casa, prometo comer só quando chegarmos lá!



— A resposta é não, mas podemos ver aquela barraquinha ali. — Apontou para uma barraquinha de tiro ao alvo e o empurrou até lá.



— Vamos lá... — Puxei o primeiro cartão e revirei os olhos para a pergunta fácil. — Em que lado da cama eu durmo? 



— No meio. — Jeongin sorriu e esticou o pequeno balde para a atendente. — Hum... Me fala minha mania ou hábito mais marcante. 



— Dançar em qualquer oportunidade, você do nada faz um passo de dança. Fácil, fácil. — Estiquei meu balde para a atendente, que colocou um pirulito e bateu palmas em seguida. — O que eu mais odeio?



— Ter que dividir minha atenção com os outros. Você odeia dividir minha atenção, até mesmo com o Adalberto. — Sorriu convencido.



Senti minhas bochechas arderem de vergonha, ainda mais pelo pequeno sorriso no rosto da atendente, que suspirava a cada poucos segundos.



— Não, não é a coisa que eu mais odeio na vida. — Raspei a garganta e esfreguei minhas mãos nas calças, tentando secar o suor das palmas.



— Não me venha com essa, Kim Seungmin, você não especificou. Atualmente, essa é a resposta. Quer que eu liste todas as ocasiões que me levaram a crer? — Estreitei os olhos em sua direção. — Ei, não seja um trapaceiro! Sabe que eu estou certo!



— Está bem, vou considerar. — Suspirei frustrado e me ajeitei no banco. — Eu vou me lembrar dessa afirmação mais tarde.



— É uma ameaça? — Estalou a língua no céu da boca e deu de ombros. — O que eu mais gosto em você? Nossa, que difícil, eu quase não gosto de nada em você. — Zombou e começou a se abanar com o cartão.



— Meu senso de humor, minha confiança e uma outra coisa aí. — Sorri falso na direção dele. — Não me faça falar... — Pisquei atrevido e me inclinei para mais perto, o fazendo se afastar e quase cair do banco. — Minha mania mais marcante? — Me endireitei.



— Franzi o cenho quando não compreende o que está sentindo... Como está fazendo agora. — Soltou um gritinho animado quando ganhou mais um docinho. — O meu primeiro grande amor. Entre parênteses diz que pode ser uma pessoa ou um hobbie.



Analisei seu rosto e engoli em seco. Desejei, por alguns segundos, me tornar o primeiro e último grande amor da vida dele. 



O pensamento fez com que uma vontade imensa de sair correndo se apossasse da minha mente. — O Adalberto.



— Ele errou. — Jeongin a impediu de colocar um pirulito de cereja no meu balde.



— Essa foi bem difícil... Hum... — Respirei fundo e puxei um cartão, quase grunhindo ao ler a pergunta pouco interessante. — E saiu a mesma pergunta para você. Qual foi o meu primeiro grande amor? — Escondi o cartão no meio dos outros com receio dele descobrir não se tratar da pergunta verdadeira.



— Eu não sei. — Riu divertido e coçou o queixo, fazendo uma graça para a atendente e mais algumas pessoas que observavam. — Sei que vou errar, então vou responder qualquer coisa... Bem... Eu? — Mexeu as sobrancelha de um jeito provocativo e engraçado.



A atendente passou a me analisar com atenção, a hesitação estampada em seu rosto. Continuei o encarando em silêncio por longos segundos. 



Por fim, a atendente, sem saber o que fazer, colocou o doce no balde do ômega. 



Eu não contestei. Eu não a impedi.



...

Heey,

O próximo capítulo também é leve e cheio de Seungin 💙✨

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