24. Boa Sorte

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Lee Minho



- Você tem certeza que consegue ficar sozinho com a senhora Hwang? Tem certeza que não quer que eu deixe de ir hoje? - Franzi o cenho sentindo a preocupação me invadir.



Aquele seria o primeiro dia de Jisung com o grupo de ômegas da cidade. Jisung havia dormido com a idéia fixa de se trancar no quarto e não sair para nada, mas acordou mais do que motivado a mostrar que a senhora Hwang estava mais do que enganada sobre ele.



- Eu vou ter que lidar com ela e o grupo em algum momento, prefiro que seja mais cedo do que mais tarde. Vai ficar mais fácil se eu apenas aceitar que tenho que me encaixar nessa cidade de alguma forma. E eu acho que você estava com a razão, estou sempre fazendo uma tempestade quando é apenas uma garoazinha. Não vai ser tão ruim aprender coisas simples. Eu não sei como será o meu futuro e o futuro de Jeongin, então tenho que estar preparado para as mudanças. - Sorriu confiante e eu assenti devagar enquanto pegava meu chapéu e colocava minhas botas.



- Aqui o sinal de celular não pega direito, então aposto que na fazenda será ainda pior. Ligue para Kim Seungmin caso algo saia de seu controle. Esteja sempre em alerta, não sabemos o que pode acontecer. O agente Max me disse que a história sobre a família Yang está tomando uma proporção maior do que a que imaginávamos. Não queremos levantar suspeitas. É o programa de proteção ou uma cela, Jisung. Não estou brincando. Tome cuidado com o que fala e como fala. Se desconfiarem e a sede achar que deixar você comigo em uma pequena cidade é um risco, terá que ficar sob custódia da justiça. Eles não vão deixar você em uma casa, vão deixar você em uma cela. - Suspirei cansado.



Passei quase a madrugada toda lendo artigos que foram publicados sobre o caso Yang. Quando identifiquei alguns rumores tive que convocar uma reunião de emergência, o que deixou alguns agentes irritados.



A polícia achou alguns documentos no nome de Jisung, com a assinatura dele. Um desses documentos estava ligado a mansão que era usada como sede da máfia. A assinatura era de dois mil e dezessete, o que fez a polícia especular que Jisung sabia sim do envolvimento de Adam.



Estava evitando perguntar ou tocar em qualquer assunto envolvendo Adam, pois estava realmente motivado a acreditar em Jisung. Ele não me parecia um mentiroso profissional além de ter inúmeros sinais de abuso.



Além de seus choros tarde da noite, de sempre parecer em alerta e arisco, Jisung tinha algumas marcas no corpo.



Percebi isso quando Jisung saiu do banheiro com a toalha enrolada apenas na cintura. Estava na porta do quarto das crianças, pronto para bater, quando ele saiu.



Jisung não percebeu que eu estava parado no corredor e andou tranquilamente até o próprio quarto.



Eu suspirei ao analisar seu corpo. Um corpo incrível que estava começando a tomar mais forma.



Mas além disso, notei alguns vergões recentes em sua pele, assim como alguns que pareciam mais antigos.



Algumas cicatrizes pareciam de algum objeto cortante e isso fez meu sangue borbulhar.



Jisung nunca teria estômago para fazer aquilo consigo mesmo, e Jeongin havia dito várias vezes sobre como Adam era com o pai dele.



Mesmo que algumas provas apontassem contra Jisung, eu estava disposto a assumir que tudo havia sido pensado por Adam.



As assinaturas eram de Jisung, mas as marcas em seu corpo podiam indicar algum tipo de tortura.



O homem que interrogou Jisung foi bem incisivo quando levantou que nenhum ômega ficaria dezenove anos com um alfa abusivo, ainda mais sem uma mordida envolvida.



Mas isso me fez pensar na mãe de meus filhos, isso me fez pensar no quanto havia aguentado de um relacionamento ruim e sem uma mordida envolvida.



Isso também me fez pensar em como Cara conseguiu aguentar tanto tempo comigo, se realmente me achava tão repulsivo.



- Minho? - Jisung me tirou do meu transe.



- Sim?



- Você está parado em frente a porta sem se mexer há alguns minutos. - Jisung se aproximou devagar e meu corpo ficou tenso. - Tem algo que queira me dizer?



- Não. - Raspei a garganta. - Só estou pensando que é uma péssima idéia te deixar sozinho com aquela mulher. Tome cuidado com ela. - Jisung assentiu devagar.



Saí de casa e entrei na caminhonete velha. O caminho para a fazenda era sempre tranquilo e eu gostava de poder ver paisagens bonitas e alguns animais.



Mas assim que minhas mãos entravam em contato com a enxada, não conseguia simplesmente não pensar nos anos com a mãe de meus filhos.



Eu conseguia enxergar Seungmin brincando na terra e me olhando com certo pesar.



Quase conseguia sentir o suor de Sophia em meus dedos. Uma bebê de apenas um ano em um sol escaldante.



Eu sabia que não valia a pena, mas às vezes me perguntava o que Cara estaria fazendo. Se estava viva, se estava morta, se estava com uma família, se pensava nos filhos...



- Lee? - Senhor Hwang franziu o cenho ao me ver.



- Bom dia, senhor Hwang. - Sorri grande e estendi minha mão para ele.



- O que está fazendo aqui? - Perguntou depois de apertar minha mão.



- Trabalhando. - Franzi o cenho.



- Logo será aceito na delegacia local, não precisará mais trabalhar no campo. Eu sei que todos trabalham no campo para ajudar, mas damos alguns privilégios para oficiais.



- Eu ainda não fui aceito, senhor, ainda vai demorar algumas semanas. Não queria ficar em casa sem fazer nada, sem contribuir para a comunidade.



- Você é um alfa de verdade, não sei o porquê a minha mulher acha que sua família é desajustada. Bem... Deveria voltar para a sua casa, para junto de seu ômega. Devem reforçar as janelas e as portas. - Deu alguns tapas no meu ombro e saiu andando para longe.



- Espere! - Gritei antes que ele entrasse na pequena casa. - Por que disse isso? Por que eu deveria reforçar minhas janelas e portas?



- Está vindo uma grande tempestade.



- Sim, eu sei, eu vi no... - Engoli em seco ao lembrar que não poderia dizer que vi no noticiário. - Comunicado da cidade. Mas é apenas uma tempestade, certo? Acho que minha casa consegue suportar.



- Você é mesmo um cara da cidade grande. - Riu fraco. - As tempestades castigam o solo e derrubam algumas árvores. Os ventos são fortes e sua casa é bem velha, ainda não passou por reparos importantes. Seu quintal não tem uma cerca boa, alguns animais vão tentar pular para se proteger. - Arregalei os olhos. - Estou colocando meus animais para dentro e pedi para a minha mulher avisar o seu marido.



- Acha que terei muitos problemas com essa tempestade?



- Eu não sei mas acho melhor voltar para casa e revisar as janelas. Busque seus filhos na escola, não sabemos quando vai começar a tempestade. Eu convidaria vocês para a minha casa, mas não temos muito espaço. - Deu de ombros. - Boa sorte.



...


Heey,

Okay, eu esqueci que antes do momento que mencionei nas notas do último capítulo, terá um capítulo bem sensível... Irei dar o alerta de gatilho.

A tensão dessa fic não durará muito.

+5 comentários e eu volto ;) ❤

Different Sides | Versão SeungIN | EnemiesToLovers ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora