Capítulo Oito;

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Jeon sentou-se na poltrona que tinha disponível para si atrás da grande mesa de mogno. Apoiou seus cotovelos sobre a mesa e seu rosto entre suas mãos. Respirou bem fundo.

— Sem pais, sem tios, irmãos ou avós. — murmurou. — Ele não contou toda a verdade, ele não falou que está fora do orfanato a pouco tempo, também não me lembro dele falar sobre os pais. — rosnou baixinho. 

Jeon se lembrava muito bem do que o garoto lhe disse, tinha dito que havia terminado o colegial a pouco tempo e estava buscando emprego, de certo, ele queria esconder que na verdade tinha acabado de sair de um orfanato. Isso ficou pairando sobre a mente do lúpus.

— Seja paciente, ele mal te conhece, está em meio ao primeiro cio. — Mey tentou alertá-lo. — Ele é um jovem adulto, seus 18 anos chegaram a pouco tempo. — a alfa continuou. — Bunny, não seja…

— Um troglodita. — Taehyung interrompeu, com um sorriso sapeca. — Não sei o que você anda sentindo por aquele garoto, no entanto, não parece ser nada como amizade, seu alfa gosta dele. — continuou, encarou o de olhos verdes, que apenas negou.

— Cala a porra da boca. — resmungou. — Eu sei bem o que tenho que fazer, ele não tem família nem ninguém para cuidar ou se preocupar com ele, podemos simplesmente deixá-lo livre para ir.

Tanto Mey, quanto Hoseok arregalaram os olhos, fazia pouquissimo tempo que Min Yoongi estava ali, mas ele se mostrava alguém muito bondoso, e com um passado daqueles, era tão triste deixá-lo sozinho para viver por aí, sem ninguém, poderia ser maltratado e conhecer o lado oculto das ruas para um ômega sem proteção. Kim Taehyung se manteve tranquilo e nem retrucou, se levantou, caminhou até o primo com calma, e sorriu, dando uma piscadela em seguida.

— Tudo bem, é isso que quer? — perguntou. — Posso resolver o problema, sabe que sou bom quando se trata de mortes rápidas e indolores. — afirmou, vendo os olhos verdes do lúpus se arregalaram, e aquela foi a primeira vez que o pavor passou diante do olhar de Jeon.

— O que quer dizer com isso?

— Que eu posso matá-lo de forma indolor e bem rápida, veja bem, ele não tem ninguém por ele, ou que sentiria sua falta. Melhor é que ele parta desta vida cruel, é apenas um garoto que acabou de sair da adolescência e estar passando por seu primeiro cio, um dos primeiros bem dolorosos dos que ele vai ter, por causa da maldita marca. Já que o grande Jeon Jungkook, ou Killer Bunny não vai dormir com ele, certo? — riu, pegando um cigarro no maço do primo.

Jeon continuou encarando o de olhos azuis, e sem pensar duas vezes, quando viu o sorriso debochado esbanjado nos lábios alheios, pegou ele pela gola da camisa social, o erguendo do chão, só que Gucci não parecia nem um pouquinho preocupado com o fato de que o outro parecia querer cuspir fogo.

— Você não vai tocar naquele ômega! — rosnou alto, jogando o outro contra a parede. — Em nenhum fio de cabelo dele. 

— Então pare de agir como se não se importasse, isso é um saco. — revirou os olhos. — Não importa se você não gosta dele, ou acha que não gosta, seu lúpus o escolheu, e vai ser bem pior para você se não saber lidar com aquele garoto. Parece que ele manda bastante no seu lobo indomável. — riu.

May não se meteu naquilo e nem deixou Hoseok se meter, sabia muito bem o que Kim estava fazendo, conhecia os dois desde bebês, esteve lá quando as mães deles estavam grávidas, quando deram a luz, e ela foi quem ajudou desde sempre. Viu os dois crescendo juntos, como irmãos, eram mais unidos que qualquer um ali dentro da facção. Apesar de Jungkook ser mais forte e mais sanguinário que Tae, ele por sua vez detém uma esperteza estratégica muito boa, sabe agir como ninguém quando se trata de pensamentos humanos.

Desejo Ardente - YoonKookOnde histórias criam vida. Descubra agora