Prólogo

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Às vezes é difícil se encontrar, mas vale a pena no fim. Porque no seu coração é onde tudo começa. - You and me, Descendentes.


— Como vocês já sabem, estamos caminhando para uma nova era, embora tenhamos mantido nosso estilo recluso por muito tempo, se faz necessário que estreitemos os laços com o reino, abrindo nossas portas as províncias aliadas — cruza as mãos sobre a mesa e analisa os cinco jovens alinhados a sua frente, absolutamente solenes, todos exceto uma, que fita a parede de maneira distraída, claramente desejando estar em qualquer outro lugar. — Para afirmar a abertura de Magtum, um de vocês deverá frequentar a academia real de cavalheiros.

— Mas somos bruxos, não cavalheiros — responde uma dos aprendizes, Aster.

— Embora façamos isso de maneira independente, Magtum faz parte da guarda de cavalheiros que protege nosso país, obviamente, não lutamos como eles e frequentar a academia real será uma mera formalidade.

— Se é mesmo necessário, eu fico honrado em fazer isso, mestra — responde rapaz no centro, dando um passo a frente, enquanto a garota no canto, distraída até então, o fita de maneira divertida.

Puxa saco!

— Muito me agrada seu comprometimento Conrad, mas não estou disposta a sacrificar a boa educação que recebem em nossa academia, portanto, já decidi quem será a representante externa de Magtum.

Todos acompanham seu olhar em direção à garota, que finalmente presta atenção à reunião e a fita ultrajada.

— Você só pode tá brincando! E quanto a minha boa educação? — questiona perplexa.

— Todos nós sabemos que só continua frequentando a academia para não ter que assumir nenhuma responsabilidade, você já se formou em todas as matérias possíveis, inclusive as extras curriculares, o que também faz de você a melhor representante de Magtum.

— Eu não quero ser representante de nada, não pode me obrigar! — diz irredutível.

— Sim, eu posso.

— Só tá fazendo isso por que não tenho ninguém pra me defender! Sacrifique a órfã, não é?

— Você não é órfã e isso não é nenhum sacrifício, não seja dramática Ravena! — diz, como se explicasse algo complexo a uma criança, levando uma mão à fronte e massageando lentamente.

— Por que tem que ser eu? Manda o Conrad que já se ofereceu, ou a Aster, que é exemplar...

— Me deixa fora disso! — Aster a interrompe, enquanto os outros tentam não dar risada.

— Eu nem queria tá aqui, sou sua pior aprendiz, vai mesmo colocar alguém tão inconsequente e irresponsável como representante de Magtum?

— Ela vai causar uma guerra — comenta outra garota.

— Você não está sendo razoável, Vena — diz Conrad, pacientemente, recebendo um olhar assassino como resposta.

— Você sabe o que todos já pensam de Magtum, o que acha que vão pensar depois que eu transformar metade da escola em sapos?

— Já basta! — diz a chefe, em tom baixo e incisivo que nem mesmo Ravena ousa desafiar. — Vocês estão dispensados — diz aos outros quatro, que se entreolham e fitam a garota de maneira complacente antes de deixar a sala. — Sente-se Ravena — diz indicando a cadeira do outro lado da mesa, e ela se aproxima contrariada.

— Isso não é justo! — praticamente choraminga, finalmente mais calma enquanto se senta.

— Você têm a coragem e a determinação certas para um líder, e talento para fazer grandes coisas, mas precisa parar e pensar as vezes — diz complacentemente, um pouco mais calma apesar de sua rebeldia recente.

— Eu não quero ser líder de nada.

— Eu sei.

— Por que escolheu a mim?

— Sei que pensa que estou te castigando, mas isso não é uma punição Zoe — diz gentilmente, desarmando-a ao usar seu primeiro nome. — Não há mais nada para você aprender na academia de magia, eu sei que pode ser assustador assumir responsabilidades, mas você é a bruxa mais promissora em séculos, não pode continuar desperdiçando seu potencial assim.

— Eu não quero nada disso.

— Você nem sabe o quer Zoe, está na hora de descobrir quem você é, e não vai encontrar a resposta aqui.

— E como uma escola de cavalheiros vai me ajudar? Você sabe onde está a resposta, por que não me...

— Não Zoe, o que você procura não está lá.

— Você disse que me entregaria quando eu pudesse entender, eu já me formei na academia, já aprendi tudo o que tinha pra me ensinar, eu...

— Tem coisas que não se aprende em uma academia, ou com um professor, você ainda não está pronta Zoe.

— E quando é que eu vou estar pronta? — questiona impaciente.

— Vai estar pronta quando puder dizer quem você é.

— Aquilo diz quem eu sou! E eu nunca vou saber por que você não me deixa ver! — diz alterada, batendo as mãos na mesa e se levantando.

— Um livro não pode dizer quem você é, Zoe — diz fazendo-a parar no meio da sala. — Va para academia real, conheça o mundo além das fronteiras de Magtum e aprenda com ele.

Ravena permanece em silencio, de costas para a chefe do coven enquanto pondera sobre tudo que ouvira. Enfim, suspira resignada, relaxando a postura antes de voltar a andar em direção a porta.

— Como se eu tivesse alguma escolha — reclama ao abrir a porta.

— Tente ser gentil — diz chamando sua atenção mais uma vez e ela exibe um sorriso maléfico antes de finalmente sair. — Sei que não fará nada irresponsável — ainda a ouve dizer antes de fechar a porta atrás de si com um aceno.

Eu não teria tanta certeza...

Olha ela aí, de costas que é pra dá aquele suspense! kkkk

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Olha ela aí, de costas que é pra dá aquele suspense! kkkk

***

E é assim que tudo começa!

Como tá as expectativas aí? Merece uma vaga na sua biblioteca?

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Até a próxima forasteiro(a)!

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