5. O plebeu

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Ryan lentamente abre os punhos, suavizando a expressão que é logo substituída por surpresa e confusão.

— São vocês?! O que estão fazendo aqui?

— Caramba Ryan, que susto! — reclama Selene, discretamente tirando a mão do peito e voltando a respirar.

— Foi mal, eu tive a impressão de que estava sendo perseguido — diz acusativamente, fitando-as com um sorriso maroto. — O que fazem aqui?

— Estou mostrando a cidade pra Zoe, ela detestou o centro comercial nobre então viemos pra cá.

— E por que estavam me seguindo?

— A gente te viu e pensou que estava indo pra algum lugar divertido. Eu ia te chamar, mas a Selene achou que poderia estar indo a um encontro, então achamos melhor não dizer nada até ter certeza — explica Zoe, deixando ambos incrédulos.

— O-o que?

— Olha, não é nada de...

— Eu nunca faria isso! Como...

— Você entendeu tudo errado! É que...

— Isso sim é uma situação constrangedora — diz Zoe, chamando a atenção dos dois e Selene a encara perplexa.

— Zoe! Você não pode falar sempre a primeira coisa que tem vem à cabeça, ele entendeu tudo errado — ralha Selene.

— Tá bom — diz entediada. — Agora fala logo, vai ou não pra um lugar divertido? Se for mesmo um encontro, o que eu duvido, você continua sozinho.

— Não, não é um encontro. Eu estou noivo! — explica orgulhosamente e ambas reviram os olhos, mais interessadas na próxima parte. — E o que quis dizer com "eu duvido"? — questiona ofendido.

— As emoções que exalam da sua aura não são exatamente as "certas" pra um encontro.

— O que? — os dois perguntam ao mesmo tempo e ela suspira, cansada de ter que explicar tudo o que diz a todo instante.

— Eu sou uma bruxa, vejo as auras de vocês e elas dizem muito — diz entediada. — Que tal sairmos da rua? — acrescenta, percebendo que já começam a chamar atenção, parados na calçada, obrigando as pessoas a desviarem-se deles para continuar.

— Pode mesmo ver nossas emoções? — questiona Ryan, voltando a andar.

— Eu não vejo, sinto. Não tudo! Olha, emoções momentâneas ficam expostas na sua aura, quase como as expressões faciais, só que o rosto aprendemos a disfarçar facilmente.

— Isso deve tornar as coisas bem complicadas lá em Magtum — pondera Selene, tentando imaginar como seria se não pudesse disfarçar sempre que tem vontade de asfixiar alguém.

— Sentir a aura pra gente é só mais um sentido, como visão ou audição, não é nada impressionante.

— Mas você não pode disfarçar o que tá sentindo nunca, isso é estranho.

— Não é do feitio de bruxas esconder suas reais intenções, de maneira geral somos bem sinceras.

— Uma cidade cheia de Zoes, dá pra imaginar? — zomba Selene.

A rua está mais cheia e movimentada na medida em que se aproximam de uma grande construção que, ao que tudo indica, é o lugar para onde todos ali estão indo, inclusive eles.

— Então, pra onde estamos indo?

— Um torneio de espadas.

— Clandestino? — questiona Selene.

Regun - Academia Real; EM PAUSAOnde histórias criam vida. Descubra agora