8. Alquimia, aula um

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— E então? — pergunta Evan.

— A gente abre a porta — diz Selene incerta.

Os três fitam as chaves, parados em um dos corredores. A aula já havia acabado, e dada a ansiedade para a primeira aula de poção, não poderia ter sido mais longa!

— Não saberemos sem tentar — diz Ryan dando de ombros e enfiando a chave na fechadura da porta mais próxima, gira uma vez e abre a porta, que dá para a sala de aula vazia.

Passa por ela, apenas para confirmar que realmente não funcionara e volta para fora, inserindo a chave a outra vez.

— Não brinca?! — diz Selene, ao vê-lo girar a chave para o lado oposto, o que tecnicamente nem deveria ser possível, e para a surpresa de todos, novamente não acontece nada!

— Só pode ser sacanagem! — diz Ryan.

— Talvez tenha algum tipo de combinação — diz Evan fitando a chave.

— Vindo da Zoe, é obvio que não seria tão simples quanto abrir uma porta — constata Selene, também observando a chave, algo que passam a fazer pelo próximo minuto.

— Ela não te disse nada? — questiona Ryan.

Selene pensa por um instante, ela não havia lhe dado nenhuma instrução extra quando perguntou de manhã, nada além de mais um típico comentário enigmático.

— A magia está na sutileza — diz abrindo um sorriso de entendimento e se aproximando da porta.

Insere a chave na fechadura, girando para direita, esquerda e direita respectivamente antes de tira-la e abrir a porta, revelando um lugar desconhecido.

— O que? — pergunta Ryan boquiaberto, enquanto atravessa a porta atrás de Selene.

— A direção dos entalhes — revela distraída, olhando ao redor de maneira impressionada.

O lugar lembra vagamente um dos laboratórios da academia, exceto pelo fato de nem as paredes são brancas. As paredes de madeira envernizada, marrom avermelhada lembram uma cabana, mas o piso de carpete cinza claro, torna um pouco menos rústico, e ao invés de mesas individuais, há uma mesa retangular no centro, com cadeiras confortáveis ao redor, e uma bancada na parede oposta, além de um armário com portas de vidro por onde se vê tubos de ensaios e outros utensílios.

Do outro lado do cômodo, há um sofá, algumas poltronas e uma mesa de centro, virados para a lareira na parede oposta.

— Quem será o quarto integrante? — pergunta Ryan, enquanto espiam os utensílios, a maioria desconhecidos, com curiosidade.

— Pode ser qualquer um — diz Evan, afastando-se do armário e indo se sentar a beira da mesa.

— Mas além de nós três, todo mundo morre de medo dela — diz Selene.

— E onde está afinal?

— Talvez tenha desistido.

— Acha que a Zoe passou instruções melhor para essa pessoa? — pergunta Ryan ceticamente. — Talvez ainda esteja tentando descobrir como chegar aqui.

— Bruxa sádica — desdenha Selene. — Falando nisso, onde está ela?

— Bem aqui — diz sobressaltando-os ao surgir em meio a uma nuvem de fumaça tão roxa quanto o chapéu, no meio do caminho entre a porta e a mesa.

— Que susto! — reclama Selene, ainda se recuperando depois de quase cair da cadeira. — Não acredito que pode se teletransportar e não me contou!

— Eu posso fazer muitas coisas — diz dando de ombros sem nenhuma humildade.

— A instrutora não deveria ser a primeira a chegar? — provoca Ryan.

Regun - Academia Real; EM PAUSAOnde histórias criam vida. Descubra agora