6. O clube de poções

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Zoe mantém a cabeça erguida, fitando-o diretamente nos olhos enquanto o Sr. Eldrym usa a história para massacrar publicamente toda a bruxandade. Poderia dizer o quanto haviam contribuído com o reino, provavelmente mais que todas as outras províncias, mas não poderia julgá-lo. A guerra passada é um peso na consciência do qual Magtum jamais se livrará.

Eles não conhecem os costumes e a cultura, se conhecessem, saberiam que as bases sobre as quais Magtum fora fundada é a redenção. De qualquer forma, não vale a pena discutir, tentar enfiar verdades em uma mente cheia de certezas é a pior maneira de desperdiçar saliva.

Obviamente isso não contribui para sua popularidade entre os colegas de classes, não que realmente ache que há alguma possibilidade de não a olharem com medo e raiva. Bom, não há o que fazer, bruxas chamam a atenção.

— Ah, será que ele não cansa disso? — questiona Selene, irritada enquanto deixarem a sala de aula.

— Não há o que fazer, o passado me condena. Não tem porque se irritar com isso.

— Desde quando você é tão passiva?

— E o que eu deveria fazer?

— Se defender.

— Contra fatos não há argumento, Selene.

— Mais isso é passado, não deveriam agir como se as bruxas ainda fossem assim.

— Você nem sabe como as bruxas são — constata querendo rir ao vê-la tão irritada.

— Eu conheço você, é o suficiente. De qualquer forma, já passou da hora de superar o passado não acha?

— Acho que se ele pudesse superar o passado, não seria professor de história — zomba fazendo a rir. — Agora para de desperdiçar energia com isso e vamos fazer algo útil... na próxima talvez eu o amaldiçoe — acrescenta displicentemente.

— Eu adoraria ver isso. Então, vamos começar a planejar o clube da Zoe? — pergunta ao se sentarem ao redor de uma mesa no canto do refeitório.

— Esse seria um péssimo nome, e eu já disse que não vou formar um clube.

— Mas você tem que nos ensinar a fazer poções!

— Eu posso te ensinar se quiser, não precisamos de um clube pra isso.

— Mas eu não sou a única interessada.

— Não faz sentido formar um clube só pra vocês três.

— Eu aposto que mais gente entraria.

— Quanto otimismo.

— Eles podem ter medo, mas têm mais curiosidade ainda, além do mais, o Evan vai estar lá, as pessoas seguem a realeza pra qualquer lugar.

— Ótimo, então só precisamos pendurá-lo numa vara e agitar por aí, não é? Ele vai adorar a ideia! — diz sarcástica e Selene cai na risada.

— Que exagero, ele não precisa fazer nada, qualquer lugar que a realeza frequente automaticamente recebe um selo de "aprovado".

— Esquece, isso está fora de cogitação.

— Então vamos fazer um clube só pra nós, quatro é o número mínimo de praticantes para um clube, a gente pode fazer tipo um clube secreto.

— Adorei essa ideia! — diz Ryan, chamando a atenção das duas enquanto se senta a direita de Selene.

— É uma ótima ideia, especialmente se ele for fora da vista de todos — comenta Evan, como sempre sentando-se de costas para o restante do refeitório e de frente para a Selene.

Regun - Academia Real; EM PAUSAOnde histórias criam vida. Descubra agora