5°Capítulo

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Gringa

O não dar para acreditar no papo dessa mulher, tá aqui me contando uma história sem pé e nem cabeça, não sou boba, os gritos eram de alguém que estava desesperada, até os gritos e choro de criança eu ouvir, não dar para acreditar, só de olhar para a cara dela já sei que ela está escondendo algo.

__seu pai era um grande contribuidor, ele sempre vinha checar os gastos.

__fiquei sabendo dessa parada aí, vou precisar da papelada, para que eu continue repassando a ajuda sabe?__a cara de insatisfação dela é visível__e sobre os gritos, quero ver a criança, só para ter a certeza se ela não precisa de um tratamento melhor, com um médico especialista, também quero ver as instalações, só para ter a certeza que as crianças estão bem instaladas.

__olha, não é permitido a entrada de terceiros no convento, só na parte do orfanato.

__você não me entendeu__acho que ela não gostou da falta de formalidade__quero ver tudo, e quando digo tudo é tudo mesmo, até os quartos onde a vocês dormem.

__desculpa, mas são as regras do convento.

__pois essas regrinhas aí, não valem para mim, e pode ter certeza, virei aqui mais vezes__ela fica em silêncio por alguns segundos, a raiva é visível, deixa ela pensar que vai ser tão fácil assim, ela levanta.

__preciso esvaziar os quartos primeiro, é coisa rápidas, a vida aqui é diferente.

__vocês são em quantas aqui?

__vinte duas adultos, crianças estamos com dez, me aguarde aqui__me levanto assim que ela sai o luxo nesse lugar é surreal, pelo pouco que já vir muito dinheiro foi gasto nesse lugar, e tenho certeza que esse dinheiro veio do meu pai.

Minutos depois ela volta, fomos primeiro a parte do orfanato, tem crianças de todas as idades aqui, o local é arrumado, e bem arejado, tem todo tipo de brinquedos, aparentemente as crianças são bem cuidadas.

__falta uma criança aqui__falo olhando as crianças brincando.

__ah, sim, ela tá na enfermaria.

__me leva até ela, mas primeiro me explica de onde vem essas crianças__sei que há muitos abandono, estranhei não haver uma criança negra nesse lugar, a maioria loiras dos olhos claros.

__recebemos crianças de vários lugares do país, principalmente do nordeste.

__estranho, não tem uma criança negra.

__vamos até a enfermaria, essa é uma das freiras, as outras estão no refeitório, não posso deixar as crianças sozinhas__muda de assunto, deixa ela pensar que estou engolindo esse caô, que espécie de orfanato é esse, muita coisa intrigante.

Conforme fomos andando ela foi me mostrando e explicando sobre o local, mas nada que eu queira saber, ela sempre acha uma maneira de se esquivar do assunto.

__olha ela aí, agora está mais calma não é Clarinha__a garota parecia apavorada, os olhos cheios de lágrimas__Marcela, nossa menina está bem mesmo.

__está sim, ela só estava nervosa, por isso os gritos.

__a Clara tem medo de injeção como eu te falei, mas agora ela vai ficar bem não é meu amor__quando ela faz menção de tocar na garota a meninas começa a gritar e a chora__Clarinha, se acalma, sou eu, a madre.

__deixa ela__falo me aproximando__ela está assustada, deixa eu tentar.

__não precisa, ela só deve está com vergonha, Clara vem meu anjo__a guria fecha os olhos bastante nervosa.

__deixa comigo__ela não se afasta__a menina vai ter um treco aí, sai__falo já nervosa com essa situação, ela se afasta, a menina tá até tremendo__Clara, ei pequena, olha aqui__ela abre os olhos aos poucos__quer conversar?__ela nega com a cabeça__eu sou a Gringa, vim para te ajudar, mas para isso preciso que você pare de chorar e converse comigo, você pode fazer isso__ela confirma com a cabeça__boa garota, quantos anos você tem__ela não fala, mas mostra os dedos, só tem seis anos, que porra de mãe coloca filho no mudo e abandona__tá sentindo alguma coisa, posso te levar ao medico.

__ela já foi medicada, é só birra de criança__essa mulher é sem noção, a repreendo com o olhar.

__tia__olho quando ouço a vozinha fina__minha tia Lena, ela tá machucada, ajuda ela.

__Clara, de onde você tirou isso menina__quando ela tento se aproximar a menina grudou em meu braço.

__que merda tá acontecendo aqui, porque essa menina tá tão assutada.

__vamos lá fora, melhor ela não ouvir__quando tento me afastar ela grudada mais ainda em meu braço.

__ei pequena, eu preciso ir, mas prometo que eu volto para te vê.

__a senhora vai ajudar a tia Lena?__me olha com expectativa__ela tá sofrendo muito aqui__fala essa parte baixo.

__vou sim, e você também__ela sorrir.

__obrigada, não demora__caralho, que criança esperta, dou um beijo na testa dela, ela aparentava estar mais calma, a madre me aguardava na porta.

__desculpa por isso.

__só quero entender porque a Clara estava tão assutada, só isso que me interessa__fico a sua frente, a olho nos olhos, quero ver qual será a mentira dessa vez.

__a Clara sofria maus tratos dos pais, por isso ela age dessa forma, foram meses para ela aceitar a aproximaçã, mas nem todas consegue__ela mente descaradamente.

__ela vai ser cuidada por um médico especialista, faço questão de pagar tudo, não só para ela, mas todas as crianças, só para você se ligar, não estou acreditando em nada dessa história__franze o cenho__espero qye essas crianças não estejam sendo maltratadas, pois te garanto, acabo com esse lugar com todas vocês dentro caso isso aconteça, todos os dias estrarei aqui para me certificar que ela está bem, as adoções, quero saber como ocorre, tem até bebê aqui, estranho isso, todos loirinhos, a preferência da maioria das pessoas.

__o orfanato está em uma favela, não é tão fácil assim.

__fácil de resolver, posso arrumar um local fora daqui, o importante é o bem está das crianças, até amanhã quero toda a papelada de todas as adoções, não só isso, d3 todas as crianças que já passaram por esse lugar.

Quando voltei na enfermaria a Clara estava dormindo, mas eu irei voltar e vou tirar toda essa história a limpo, ela me mostrou todos os cômodos do convento, é um lugar digamos que sombrio, não sei o que passa na cabeça dessas mulheres para viver assim, o último lugar foi o refeitório, onde as malucas estavam, malucas mesmo, para largar a vida lá fora e morar aqui, olho no rosto de todas, procurando uma em especial, mas ela não está, conto quantas tem ali, tem dezoito, com as duas que vir antes e a madre vinte e um, mas ela disse que eram vinte e duas.

__falta uma aqui__ela estreita os olhos__você disse que tinha vinte e duas com você, contei vinte, com você, vinte e um, falta uma, cadê ela.

__ah, é, acabei me esquecendo, ela foi transferida a alguns dias, que cabeça essa minha__até quando essa mulher vai continuar mentindo.

__quero ver a parte dos fundos__se ela já estava estranha, agora então, mas quando eu iria me afastando o meu telefone toca, atendo quando vejo o nome da Cíntia, já fico preocupada, já que dificilmente ela me liga.

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Senhora da LuxúriaOnde histórias criam vida. Descubra agora