Capítulo 12 - Confiança

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Domingo, geralmente acordo depois do meio-dia e hoje não foi diferente. Meu quarto naquela escuridão preguiçosa contribuía para que meus músculos relaxados me fizesse continuar a dormir. Mas uma lembrança me fez abrir os olhos no mesmo segundo, aquele não era um domingo como os outros, a casa tinha uma hóspede. Como podia dormir tanto e esquecer que a Sakura dividia o mesmo teto que eu?

Droga.

Pulei da cama e abri as cortinas. O sol brilhava forte lá fora, me fazendo soltar um palavrão por quase ter ficado cego com a claridade. Um tempo no banheiro fazendo minha higiene e sem sucesso em aliviar o amassado no meu rosto e a cara de preguiça, eu caminhei até as escadas ouvindo meu estômago roncar de fome. Não havia comido nada desde a tarde de ontem. A festa na casa do Suigetsu só havia petiscos e bebidas, nada com que pudesse satisfazer o estômago.

O som de risadas podia ser ouvido lá embaixo e a voz de Itachi e de Sakura fez todo o meu corpo entrar em alerta. Apressei os passos, descendo as escadas com pressa e logo visualizando-os sentados no sofá um ao lado do outro, inclinados para frente com algo suspeito, observando.

Senti meus olhos arregalarem quando imaginei o que poderia ser no poder de Sakura. Aquilo era a minha ruina.

Não.

Sakura riu novamente.

- Esse aqui é muito fofo, parece uma menina. Que lindinho.

Eu iria matar Itachi com as minhas próprias mãos. Eu iria desossá-lo e desová-lo em alguma vala. Miserável. Estava mostrando o álbum da família. E não era o álbum da família qualquer, era um álbum comprometedor. Fotografias que arruinaria a minha vida se caísse em mãos erradas.

As mãos dela.

Justo ela.

Sakura iria me fuder e eu iria matar meu irmão, me tornaria filho único, preso em alguma cela de penitenciária.

- O Sasuke só tinha três meses nessa foto - explicou o infeliz com a voz risonha e debochada, dando os detalhes. - Mamãe ficou com pena de dar esse vestidinho lilás e acabou vestindo ele e tirando uma fotografia para guardar de recordação.

- Que merda você está fazendo, Itachi?! – Meu tom era assassino, eu queria matar aquele traste. Vou matá-lo.

Os dois ergueram a cabeça e me olharam. Itachi sorria dissimulado e Sakura comprimia os lábios, prendendo um sorriso. Traidora.

- Olha só? O belo adormecido acordou - Itachi ainda teve a coragem de me zoar.

O fuzilei com os olhos e puxei o álbum das mãos de Sakura com certa violência e o fechei rapidamente. Eu tinha que dar um fim nisso, mesmo que minha mãe acabasse me esfolando vivo.

- O que pensa que está fazendo? Aonde encontrou essa merda?

- Calma aí, maninho – Itachi se pôs de pé. – Só estava deixando a Saky mais à vontade e resolvi mostrar o álbum da família.

Saky?

Franzi mais o cenho.

Esse infeliz chamou ela de Saky? E ela não fez nada? Nenhum ponta pé nesse abusado? O que foi que eu perdi? Que intimidade toda é essa?

Olhei para Sakura que ficou de pé, os cabelos presos num coque mal feito deixavam bem à mostra o curativo perto da sobrancelha. Usava um vestido que reconheci ser de minha mãe, estava pouco largo e batia em seus joelhos, mas mesmo assim, a deixava feminina e mais bonita, mesmo sendo uma peça uns dois números a mais que seu manequim.

- Você bebê é uma graça – ela disse com as sobrancelhas arqueadas e debochadas - com aqueles vestidos de babados, uma verdadeira menininha.

A Garota Que Eu GostoOnde histórias criam vida. Descubra agora