Eu não tinha ideia de como iria dizer a Sakura sobre ter contado os seus problemas para a minha mãe. Ela iria ficar uma fera. Podia imaginar a sua fúria enquanto ela voava em meu pescoço, fazendo picadinho de mim. Tinha consciência de que traí sua confiança, mas ainda achava que era o certo a se fazer. Minha mãe ficou horrorizada com os meus relatos daquele dia e de seu pai. Sakura estava em maus lençóis, a situação era grave.
Era um assunto para a polícia.
E era claro que meu pai ficou sabendo. Minha mãe fez questão de comunicá-lo sobre o problema que eu havia trazido para dentro de casa. Um problema que envolveria toda a família se aquele homem - que se diz pai da Sakura - viesse atrás dela.
Meu pai ficou irritado com a situação, me chamou de irresponsável por ter tomado atitudes sem pensar e trazer uma desconhecida para a nossa casa. Um desconhecida que não sabíamos suas credenciais. Eu também fiquei irritado e acabamos discutindo. Defendi a Sakura com todos os meus argumentos com base do pouco que eu sabia sobre ela. E pela expressão em seu rosto, eu percebia que estava vencendo aquela batalha e a comprovação de minha vitória foi o seu suspiro cansado.
Ele fechou os olhos e quando voltou a abri-los me fitou, e soltou a pergunta:
- Diga logo a verdade. Essa menina é o quê para você?
- É só uma colega de classe.
Seus olhos apertaram para mim, nenhum pouco convencido.
- Fale a verdade, garoto.
- Deixa ele, Fugaku – minha mãe pediu, a mão tocando o braço do meu pai.
- Eu estou falando a verdade – declarei, firme em meu tom de voz.
- Filho, eu já tive a sua idade um dia. – Começou, me olhava atentamente. - Eu sei como é difícil admitir para si mesmo que gosta de alguém. E eu sei também que nenhum homem move o céu e a terra por uma mulher se não tiver o interesse nela. E estou vendo aqui com os meus próprios olhos que você está apaixonado por essa garota. Estou agora me vendo espelhado em você quando conheci a sua mãe. Não adiante negar.
- Fugaku, pelo amor de Deus, para de pressioná-lo
Eu não respondi e muito menos questionei seus argumentos. Eu me via chocado com que meu pai havia dito e me perguntava, o que diabos estava fazendo? Por que estou fazendo tudo isso por aquela garota que parecia não está nem aí para mim? Por que eu me importo tanto com ela?
E a resposta era clara, eu só não queria admitir para ninguém e muito menos para mim mesmo. Por que na verdade, eu estava completamente caído por aquela garota.
Eu queria Sakura Haruno para mim.
Posso dizer que mal dormir essa noite, as palavras do meu pai ficaram martelando em minha cabeça, me fazendo perder o sono. A consequência foi meu corpo moído e um humor de cão no dia seguinte. Sabia que teria que ter uma conversa com a Sakura e dizer a ela que abri o jogo para os meus pais. Tive que fazer isso por que só um adulto tinha o poder de tirar ela daquela roubada. O problema agora era, como eu iria dizer a ela, sem que aquela esquentadinha não me triturasse e jogasse os meus pedaços para os cachorros.
Desci as escadas deixando a mochila no sofá e fui direto para a sala de jantar. Podia escutar a voz de dona Mikoto em protestos:
- Sakura, você não precisa fazer isso, por Deus.
Sakura estava servindo a mesa do café da manhã junto com Maia. Por mais que minha mãe protestasse contra, ela ainda insistia em ajudar nos serviços domésticos. Sakura não havia entendido que hóspedes não trabalhavam.
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A Garota Que Eu Gosto
Fiksi PenggemarDesde a primeira vez que eu a vi, eu percebi que ela era diferente. Ela não era que nem as outras garotas que gostava de andar bem vestida e maquiada. Ela se vestia que nem um garoto, com jeans velho e largo, uma camiseta desbotada e tênis nos pés. ...