Capítulo 1 - Frustrado

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Eu olhava para àquela garota de cabelos estranhamente cor-de-rosa amarrados num rabo de cavalo frouxo, a dez metros de onde eu estava com os meus amigos. Eu observava atentamente o jeito maltrapilho que ela se vestia. Um jeans velho e largo, uma camiseta de um branco amarelado com uma estampa de paisagem no meio, totalmente desbotado e amarrotado. Aquela garota deveria ter tirado aquelas roupas da garrafa, pelo estado que estavam. Seus dois amigos estavam ao seu lado, Gaara no Sabaku e Kiba Inuzuka. Eles tinham acabado de chegar na escola, os três juntos.

E por mais que eu me repreendesse internamente por perder meu tempo olhando aquela fracassada, junto com seus coleguinhas, eu não conseguia tirar meus olhos dela, e aquilo me deixava redondamente puto.

Eu me mudei para Konoha com toda a minha família no meio do ano passado. Deixei minha antiga vida, meus amigos, e minha casa onde nasci e cresci para trás, para viver uma vida nova num lugar diferente. A causa desta mudança foi meu pai que resolveu abrir outra filial de sua empresa aqui em Konoha.

Minha família é dona da maior rede de advocacia do Japão, e todos são advogados. Bom, só meu pai Fugaku e minha mãe Mikoto, pois Itachi, meu irmão mais velho, estava no seu quarto período na faculdade, mas ele fazia estágio com meu pai. E eu, é claro, que já tinha um futuro traçado por meus pais, eu iria ser um advogado mais tarde.

Mas esse não era o futuro que eu queria, eu não me via numa sala de tribunais tratando de coisas jurídicas. Eu queria botar o pé na estrada e viajar por esse mundo a fora, conhecer lugares e pessoas diferentes. Mas eu nunca cheguei a dizer o meu verdadeiro desejo para meus pais, pois eu sabia que mesmo que se eu batesse o pé e dissesse o que eu realmente queria, não iria adiantar muito. E é por isso que eu preferia deixar esse meu sonho oculto, para não trazer discórdia.

Meu primeiro dia aqui em Konoha High School eu não imaginei que fosse diferente. Logo fui puxado para um grupo de populares, entrei na semana seguinte para o grupo de natação, onde concorri vários prêmios de campeonato. Minha popularidade subia a cada dia que passava, e eu ficava mais conhecido. As garotas davam em cima de mim com frequência, eu era aclamado e adorado por todos. Meus novos amigos eram legais, minhas notas na escola eram boas, e minha vida era bem badalada.

Mas diante de tudo isso aqui em Konoha High School, eu descobri que havia uma lei declarada pela galera popular. Era uma espécie de burocracia que todos os alunos daqui seguiam a risca: nenhum popular se misturava com outros alunos, como eles especificam, fracassados. Nós éramos uma espécie de realeza, pois nós tínhamos grana, e os outros eram os plebeus, os que não tinham grana.

Eu achava essa lei estúpida, pois as pessoas que não eram de nossa zona, não tinham culpa de ter nascido numa família pobre, só não tiveram sorte. Mas eu descobri também que para ficar bem nessa escola, não importa o quanto você ache ou deixe de achar que essa lei era absolutamente ridícula, portanto que você não inflija à regra.

Aqui nós éramos venerados, eu era venerado. Todos querendo um espacinho para entrar na lista dos populares, todos querendo um lugar ao nosso lado na mesa onde nós sentávamos na hora do intervalo. Todas as garotas querendo um pouco de minha atenção, sonhando com o dia que eu as desse trela.

Mas diante disso tudo havia um pequeno grupinho que parecia não está nem aí para a nossa lei, especialmente ela.

Seu nome era Sakura Haruno. Ela era diferente das outras garotas, era desleixada e não ligava para esse negócio de moda. Mas o que fazia aquele ser esquisito ser destacar entre todas as garotas daqui da escola, não era o fato dela se vestir como um garoto, e sim por nunca ter dado em cima de mim, e muito menos ter olhado na minha cara.

Eu me lembro no meu primeiro dia, às meninas me olhando, soltando risinhos e beijinhos. Naquele dia recebi mais de cinquenta papeizinhos com números de celulares escritos. Mas eu não pude deixar de notar uma em destaque. Ela parecia que nem notava que eu era o motivo das fofocas entre as meninas, ela não estava nem aí.

A Garota Que Eu GostoOnde histórias criam vida. Descubra agora