Uma semana havia se passado depois que peguei meu carro na oficina decaída de um bairro pobre de Konoha, onde eu fui miseravelmente esculachado pela Sakura. Mas eu não podia me deixar abalar por uma simples garota que não significava nada para mim. Eu sabia que eu era muito melhor do que ela. Mas mesmo mantendo esses pensamentos fixos na minha cabeça, eu sabia que lá no fundo eu tinha bancado o idiota, e aquilo me deixava redondamente emputecido.
Porra, nenhuma garota me fez sentir tão mal com os meus atos impensados como ela me deixou. Eu me senti uma criança imatura que acha graça em coisas bobas, como rir dos defeitos dos outros. Sakura de alguma forma tinha me feito perceber que eu não estava sendo eu mesmo, apenas agindo pelo impulso dos outros.
Eu estava sendo influenciado.
Eu sempre a via andando pelos corredores do colégio com seus amigos a tira colo, e no intervalo, sempre passava em seu lugar - como ela tinha tomado como seu território - no gramado que ficava à vários metros do local privilegiado da galera popular. E nenhuma das vezes, nesses dias que passou, ela olhou na minha cara. Ela continuava me ignorando, fingindo como se àquele dia na oficia ou àquele dia quando ela havia me ajudado não houvesse acontecido. E novamente aquele sentimento de frustração me dominava.
Droga, qual era o meu problema afinal?
Admito que na quinta, quando apareci no colégio no meu carro que estava bom, senti algum desconforto de que Sakura pudesse dizer alguma coisa comigo ou agir diferente e que pudesse causar curiosidade nos meus amigos e levantar boatos pelos cantos. Mas isso não aconteceu.
E o pior, a cena de seu perfil na oficina começava a me perturbar, por muitas vezes tinha devaneios nada puros. Eu nunca poderia imaginar que por trás daqueles farrapos que ela chamava de roupa, pudesse esconder aquele corpo perfeito que ela tinha. Bom, foi essa impressão que tive quando a vi naquele macacão sujo de graxa, com a parte de cima caída nos quadris, deixando-a só com aquele top preto. Sakura não tinha ideia do quanto ela estava desejosa ali e o quanto a desejei.
Saí de meus devaneios com um empurrão nas minhas costas, fazendo o meu corpo tombar um pouco para frente, quase derrubei o lápis que estava ao lado da minha mão direita. O professor de física explicava alguma coisa da matéria que ele havia escrevido no quadro e a turma inteira prestava atenção. Olhei para trás com meu cenho franzido, podendo ver o imbecil do meu melhor amigo que sorria como um panaca.
- Me dê um bom motivo para que eu não enfie todos os seus dentes para dentro. - Minha voz saiu baixa e entredentes.
Dei uma olhada rápida para o professor que anotava alguma coisa no quadro enquanto falava. Voltei a fitar Naruto que havia parado de sorrir.
- Quanta agressividade - se fez de ofendido, mas sabia que era fingimento.
Revirei os olhos e virei meu corpo para frente.
- Vamos fazer o trabalho juntos? - Ele disse, franzi o cenho e virei minha cabeça para trás.
- Que trabalho?
- Você está mesmo no mundo da lua. - Suas sobrancelhas se ergueram. - O trabalho em dupla que o professor está explicando.
Trabalho?
Olhei para frente novamente e só agora percebi que o professor Kakashi explicava alguma coisa sobre um trabalho. Realmente eu estava no mundo da lua.
- Você vai fazer comigo, né? Você sabe que eu sou péssimo em física.
- Fazer o trabalho com você é a mesma coisa que fazer o trabalho sozinho. - Falei sem olhá-lo, enquanto copiava os tópicos do possível trabalho que tinha para fazer.
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A Garota Que Eu Gosto
FanfictionDesde a primeira vez que eu a vi, eu percebi que ela era diferente. Ela não era que nem as outras garotas que gostava de andar bem vestida e maquiada. Ela se vestia que nem um garoto, com jeans velho e largo, uma camiseta desbotada e tênis nos pés. ...