"This could NOT be happening!!"

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O enjoo não passava, sentia sua boca seca e com gosto amargo. Já passaram algumas horas e nenhuma novidade. Não sabia onde estava ou com quem. O que eles queriam com ela? Não fazia sentido. A luz da manhã começava a entrar pela pequena janela da sua cela. Não aguentando mais esperar começou a chutar as grades que a prendiam. Parou quando ouviu pesados passos descerem a escada. Um homem largo e careca entrou em sua área de visão. Ele tinha cicatrizes espalhadas pelo corpo, olhos castanhos e um cavanhaque mal feito. Manchas de sol marcavam a pele dele, devia passar mais tempo no mar do que em terra firme. "Ora, ora, ora, olha o que temos aqui. Suponho que a Bela Adormecida acordou, não é mesmo?" Sua voz era grave e Lavagirl sentiu a ânsia no pescoço. Ele ria com deboche para ela.
"Preciso de algum líquido quente" Sua voz estava falhando.
"Percebeu que você por acaso acredita que manda? Meu bem, aqui você não é nada, princesa. Não passa de um pedaço de carne, até que não é das piores, dá para se divertir um pouco" disse com um riso rouco na garganta essa cara.
Ela quase colocou tudo para fora, seu corpo não achava uma posição confortável, sua cabeça doía, e a voz dele a enojava. Não o conhecia, pelo menos não lembrava de ter visto
"O que vocês querem?" Ela perguntava extremamente fraca, não conseguia se quer aumentar um grau de sua temperatura atual.
"Informações. Mas isso vai ter que esperar, queremos extrair de você tudo que possa nos favorecer. Só vim aqui ver se já acordara do seu sono da beleza" Ele abriu a cela com uma chave grande e grossa. Lavagirl estava totalmente a mercê dele. Ela tentava soltar os seus pulsos, sentia dor quando a pele começou a esticar, se exagerasse
ia abrir feridas. Sentiu uma mão grande e áspera segurar o seu rosto e virar para ele. Seu cheiro era de mar, álcool e suor. Ele a avaliou com um sorriso perturbador nos lábios e um calafrio desceu por seu corpo. O homem empurrou agressivamente um cantil fedido na boca dela, ela acabou se afogando com a água. Tossiu algumas vezes.
"Mais tarde eu volto, princesa" disse saindo da cela e voltando para o andar de cima. Ela esperou ele subir, segurando o vômito ao máximo. Quando não conseguia mais vê-lo se virou e jogou tudo para fora em um balde que eles deixaram ali perto dela.
***
Todos discutiam juntos, cada um tentando impor o que eles deveriam fazer. Já havia mandado arrumar todos os heróicos para ir procurar por Lavagirl. Sharkboy olhava fixamente para o pedaço de pano que encontrara próximo a Aurora, conhecia aquele desenho. Eram arabescos pretos em um pedaço de pano vinho. Ouviu a porta do sala se abrir e Invisi-girl e Vox entrarem por ela "Ele está estável. Quebrou a pata e deve ter sido espancado, para perder a consciência daquele jeito" Vox comenta com a mesma em seu colo
"Quem poderia ter feito isso, gente?" Fenômeno pergunta
"Temos alguns inimigos. Pessoas que não gostaram da nossa conduta nos últimos anos. Encontrei isso aqui ao lado dele" Sharkboy diz estendendo o tecido para mostrar a possibilidade de ser alguma pista. Anitta o pegou e examinou
"Parece com o tecido que os guerreiros de Axel, o hostil" Anitta responde
"O que mais você sabe sobre ele?" Sharkboy pergunta
"Sobre ela não se sabe muita coisa, só que até os 13 anos foi uma heróica da nossa geração. Conhecemos mais quem trabalha para ela, são guerreiros fortes e estrategicamente habilidosos. Capturavam heróicos, sendo que todos os que
combatemos eram subalternos dela. Como é muito poderosa, não se dava ao luxo de sair em batalha, mandava outros, como o senhor elétrico fazerem o serviço para ela"
"O que ela quer conosco agora?" Shark pergunta
"Não sei querido. Deve estar irritado com tantos novos poderes que surgiram nessa nova geração"
"Faz sentido..." Ele completa
"Vamos encontrá-la, Shark" Fenômeno diz
"A minha, ou melhor, a NOSSA Lavagirl é uma mulher forte" Vox diz
"Se for realmente a Axel, devemos tomar providências o mais rápido possível.  Ela não é conhecida por ser o mais bondosa" Anitta completa
"Você chegou a combater com ela Mãe?" Marcos pergunta
"Não filho. Estava em uma escala muito inferior, na época em que ela atacava. Mas conheço os seus feitos" Anitta completa
  A porta da sala foi aberta novamente. Max entrou para avisar que a patrulha achara algo na ala oeste. Todos os acompanharam até o local. Era uma pequena praia, conseguiam ver que a areia estava toda remexida com pegadas. Certeza que eles ancoraram ali. Anitta o virou para todos os outros e ordenou "Preparem suas armas e vão para os barcos. Vamos achar Lavagirl"
***
Mais uma rajada de água salgada era jogada em sua cara. Estava presa ao teto pelos pulsos em outra cela, se apoiando nas pontas dos pés. Tudo girava, não conseguia pensar direito. O movimento do barco, mais a água aos seus pés, a fazia escorregar, o equilíbrio era muito difícil e sua tontura não ajudava. Cinco homens estavam em volta dela. Sendo que o que ela conheceu mais cedo a encarava irritado, os outros esperavam pelas ordens dele. Já estavam ali há um tempo e nenhuma informação foi tirada dela. Seu corpo não aguentava mais. Tossia vigorosamente, seu cabelo e suas roupas estavam totalmente molhadas, sem brilho e a faziam sentir frio. Sentiu a mão áspera em seu rosto novamente, ele a apertava com força.
"Vamos princesa, tenho certeza que dentro dessa cabecinha tem alguma informação que possa nos ajudar"  Sentia o hálito de álcool dele em sua pele. "Afinal, você é a mulher do Sharkboy, o segundo heróico mais forte, aposto que aquele moleque compartilha tudo com você" Ela continuou em silêncio, seu corpo tremia.
"Queremos saber onde vocês se escondem, a nova casa de vocês! Fugiram de medo, se isolaram do resto do mundo. Conhecemos a história de vocês. O idiota do Sharkboy escrevia tudo em seus diários de menininha. Acredito que você merece coisa melhor, sua fama a persegue, sabe? Vai continuar calada?" Ele se irrita
Lavagirl sentiu a mão dele descer do seu rosto indo para o pescoço, puxou o seu cabelo molhado a fazendo a olhar em seus olhos. Não gostou nada do que viu ali
"Bem, existem outras formas de fazer uma mulher falar, sabe? Não seria um grande sacrifício fazer isso com você"  Sentiu a mão dele descer pelo seu corpo indo em direção a suas partes íntimas.
   O sangue de Lavagirl ferveu com aquela insinuação. Com a pouca energia que tinha, acendeu a chama de seus cabelos rosas e deu uma bela joelhada no estômago do homem à sua frente. Viu ele se contorcer de dor e se afastar dela. Quando recuperou o ar, a olhou com fúria.
"Como ousa, sua vagabunda?" Lavagirl sentiu o tapa na cara. A ardência e queimação se espalhou pelo lado esquerdo de seu rosto. As lágrimas começavam a se formar, mas não ia dar esse gostinho a ele. Engoliu o choro. Ele levantou novamente a mão, para dar um outro tapa nela, mas foi interrompido quando abriram a porta. A claridade do dia iluminou a sala e uma silhueta descia as escadas entrando no pequeno cômodo.
"Chega, Einar" Uma voz baixa e com autoridade comandou.
   Ele parou qualquer intenção que tinha,
abriu espaço para a figura que entrava na sala. Como assim? Ele não era o chefe?
Lavagirl piscou para se acostumar com a luz. Olhou para a pessoa a sua frente, pelo jeito era o líder do homens que haviam a capturado. Quando conseguiu formar a imagem em seus olhos, os arregalou em surpresa, não era o que seus olhos flamejantes esperava encontrar, pois, encarava uma mulher

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